28 de novembro de 2016

Império

Melodias obscuras
Olhares intimidadores
Máscaras que caem
Almas nuas e cruas
O banquete dos controladores
Peles que se descolam
Não há nada belo
Só a carne e os ossos expostos
Aqui não há mentira
Não há escuridão nos olhos
Só a verdade que é servida
E ela machuca
Ela é maligna
Trouxemos com nós os nossos alter egos
E então dança a nossa megalomania
Os olhares trocados se tornam perversos
Toca alta e intensamente a melodia
Corpos vão se atraindo
Bocas se mordendo
O excesso é serventia
Dentes vão rasgando cada fantasia
Sexo e visceralidade
Luxúrias aos moldes de Calígula
Amor e brutalidade
Cada orgasmo reflete a nossa mente narcisista
Paixão e bestialidade
Cada toque mesmo que seja suave,
Tem uma dosagem alta e doentia
A violência também nos excita
Ela acelera nossas sinapses
Liberando a dopamina
E através da mesma
Ela liberta a nossa Ira
Um pecado, ao orgasmo ele nos guia
E cada nervo atrofia
O nosso corpo, por prazer e dor, ele grita
E o jantar está finalmente posto a mesa
E as nossas carcaças pútridas, são as principais iguarias
E belamente nossas almas flutuam
Fazendo amor em outras dimensões divinas
Cada corpo que eu tocava
Cada alma que eu satisfazia
Era somente para alimentar o meu ego
O poder e o controle eu conduzia
Minha vida era um decadente império.
Por: Bruno Bernardes

8 de novembro de 2016

SADE

Aquele dia, tarde, noite e madrugada em que te encontrei
Em todas as horas que com você o tempo passei
Onde a nossa violência foi imposta
Só que ao invés de ódio
A agressividade foi erótica
O teu pescoço; forte eu apertei
Vi seus olhos implorando por mais força
Então por baixo de sua saia com meu punho
Eu te surrei
Você parecia morta viva ao revirar os olhos
Gemia de prazer
Prestes a gozar eu diminuía a pressão
Anulando o seu orgasmo
Lhe dando mais insanidade e tesão
Beijos selados com mordida
Um pacto com a sedução
E exatamente na hora mais sombria
Aos confins tortuosos ocorreu a penetração
Movimentos ao ritmo da fantasia
Um ato romântico e delicado
Mas ao mesmo tempo aos moldes da brutalidade
Um pacto com o diabo
Luxúria, algemas e bestialidade
Juntos, presos em nosso mundo pervertido
Chicotes, cera de vela, fogo e aromaticidade
Onde o sexo e o amor são as únicas coisas que fazem sentido
Nossos corpos em perfeita sincronicidade
Penetrados em um ato intenso e gentil
Átomos que se ligam em uma perfeita estabilidade
Fazendo nossos corpos ganharem uma carga elétrica impetuosa
Onde os mesmos ganham o poder da animalidade
Nos tornando escravos do prazer em junção com a dor
Onde as linhas que separam as coisas se desenrolam
formando uma tenuidade entre a loucura e o amor
E antes que nossos corpos entram em colapso
Vem o tremor
Uma sensação mais intensa do que um orgasmo
É algo que ainda não se define, apenas definha
Onde eu jorro dentro de você
Com força, brutalidade e amor
E depois eu chupo sua vagina
Onde eu sinto tanto o meu quanto o seu sabor.

Por: Bruno Bernardes






6 de novembro de 2016

O tempo está sem tempo.


Será que realmente temos tempo?
Se temos
Será que não estamos sendo engolidos pelo nosso desatento?
Eu ainda me pergunto às vezes se aonde eu estou é realmente a minha realidade.
Eu ainda me lembro
De breves momentos
Mas, parece que foi em outra vida
As pessoas que eu conheci
Elas se tornaram estranhas
As pessoas que eu amei
Eu as arranquei de minhas entranhas.
Vocês são apaixonados por aquela pessoa que se foi?
Ou são apaixonados pelo tempo que vocês viveram com elas?
O tempo acabou
Mas o amor nunca acaba, ele apenas se transforma em uma necessidade de se esquecer de tudo caoticamente
Eventualmente ele se transforma em saudade
E o meu amor ainda estremece a minha mente.
Eu tento esquecer do tempo
Mas eu não percebo que ao mesmo tempo
Eu acabo sendo engolido por ele
Não há como fugir do futuro e nem do passado
Só preciso estar atento.
A realidade que vivo parece irreal
Eu tento controlar o tempo
Mas eu me perco nele
Caindo no surreal
Minha mente me prega peças
Em um jogo psicológico mortal
E quando eu estou chegando perto da vitória
A ilusão vem e me mostra a realidade
Netuno me sabota
A lua exalta a saudade
E o sangue do meu coração transborda
E mercúrio me joga na insanidade.
Eu tento esquecer do tempo
Mas eu não percebo que ao mesmo tempo
Eu acabo sendo engolido por ele
Não há como fugir do futuro e nem do passado
Só preciso estar atento.
O passado que vivo parece ser a expectativa de um futuro
Mas eu sei que no fundo
É uma ilusão imposta pelo meu ego obscuro
A realidade rasga a minha pele aos confins de Saturno
Então eu caio no escapismo
Eu fujo
Eu corro para Netuno
Mas vem a oposição em forma de carma
Me puxando para Plutão
Onde eu enfrento meus demônios
E me apaixono pela minha escuridão.
Aqui eu não me iludo
Mesmo estando distante do Sol
Eu consigo sentir a sua luz
Aqui consigo enxergar no escuro.
Será que em uma outra realidade paralela
Estamos juntos?
Será que estamos fazendo amor nesse exato momento
Em outra dimensão?
Será que estamos conectados em outro plano
E estamos aqui pagando o preço em forma de solidão?
Será que realmente temos tempo?
Talvez o próprio tempo esteja com pressa,
e dele mesmo. ele ande fugindo
Talvez aos poucos ele esteja nos partindo
Nos rasgando ao meio
Nos inclinando ao modo de sobrevivência
Onde devemos torturar o nosso próprio medo.
Eu tento esquecer do tempo
Mas eu não percebo que ao mesmo tempo
Eu acabo sendo engolido por ele
Não há como fugir do futuro e nem do passado
Só preciso estar atento.
Nem o tempo está com tempo
Devemos nos apressar!
Seja nesse plano ou em outro
Ainda vamos nos reencontrar.
Por: Bruno Bernardes

16 de outubro de 2016

A cidade.

Mesmo sofrendo de ansiedade crônica, encho a minha xícara de café na madrugada. Sei que daqui algumas horas, meu coração vai disparar, e eu vou me imaginar em um hospital sendo levado numa maca. É! o medo lhe prega peças, que são precisamente moldadas em forma de síndromes. Porém, nessa noite, que está garoando leve, dentro um calor que está oscilando com o vento gelado. Me sinto mais uma vez mentalmente perturbado.

São tantos pensamentos que deixam de ser pensamentos, e percebo que meus pensamentos estão se tornando a realidade em minha volta. Uma realidade, onde as pessoas, que procuro profundamente conhecer, estão tentando preencher seus vazios, nos mesmos lugares de sempre, com as mesmas pessoas vazias que eu tentava me preencher. Eu não sei se fico triste por elas estarem caindo na mesma ilusão que eu caí. Ou se sinto preso aonde eu estou, se sinto preso aqui nesse agora, nesse momento, aqui.

Essa cidade está em ruínas emocional. Todos conhecem todos, e todos tentam se sentir superiores a todos. Aquele mesmo jogo manipulativo de dez anos atrás. Parece que a minha juventude, ficou impregnada nas ruas da cidade onde eu moro. Em todo canto, tem alguém que te conhece, que sabe alguma coisa de você, e tenta jogar contra você para se proteger de você. No fundo as pessoas são tão paranoicas quanto eu. A bebida ainda continua distorcendo a realidade das mesas de bar, onde os ditos amigos, tentam seduzir, ludibriar as mulheres com mentiras que eles próprios acabam acreditando, e depois iludem a si mesmos, devastando corações alheios. Eu vejo, agora eu percebo, todos são reféns de seus próprios medos.

Parece que todos, se tornaram uma parte minha do passado. Tenho a sensação que se eu pegar cada pedacinho de cada pessoa que vive nessa cidade, vai se formar um todo complexo, e esse complexo se refleti-lo no espelho, eu vou me deparar com meu próprio reflexo, com meus olhos transmitindo um olhar melancólico e ao mesmo tempo homicida. Eu me tornei a minha cidade, e a cidade se tornou um reflexo da minha mente distorcida. Eu preciso me libertar dessas algemas que prendem a minha pele a rasgando, mostrando a minha carne viva.

Me sinto dentro de um planeta na via combusta, onde todas as pessoas se queimam aos poucos, pois tentam brilhar demais, achando que são poderosas tanto quanto o sol. Mas na verdade, dentro de cada uma delas, não há vida. Só há uma cidade em chamas, em uma perfeita ruína.

Mas claro, não é somente a cidade, não é somente as pessoas, o problema também sou eu. Talvez eu seja a própria cidade, que entrou em um curto circuito megalomaníaco, não há mais força, nem luz, só escuridão, onde eu evito andar sozinho em meus próprios becos escuros, talvez continuando aqui, eu esteja me autodestruindo. Me conduzindo novamente, dentro do abismo.

Eu preciso me reconstruir novamente. Mas desta vez, bem longe daqui.

9 de outubro de 2016

Infância.


Andando pelo bairro abandonado
Ruas desconexas, encruzilhadas.
Ouço vozes que sussurram o passado
Bocas que tentam gritar, mas estão costuradas.
Agora tudo é vazio e vago
O vento se torna uma brisa
Onde o mesmo se mistura com meus pensamentos
Sinto uma sensação sombria
Mas uma sensação que conforta os tormentos
Eu gostaria de voltar no tempo
Onde a minha mãe me dizia que nunca ia embora
Mas eu estou aqui no mesmo lugar
Não há mais ninguém, apenas o frio do vento.
O bairro que era florido
Progrediu-se para o caos
Agora está aos moldes do apocalíptico
O vento fica ainda mais violento
A cada minuto que se passa
Fazendo voar o meu sentimento
E por fim me encontro
Nesta nostalgia devastada
E me paraliso no segundo deste momento
E percebo que as coisas não mudam
Elas deixam de desistir
Elas desparecem no vento
Eu gostaria de voltar no tempo
Onde a minha mãe me dizia que nunca ia embora
Mas eu estou aqui no mesmo lugar
Não há mais ninguém, apenas o frio do vento.
Voltando de lá, percebo que estou seguindo em frente.
O que é complexo, pois não se precisa voltar pra seguir adiante.
Mas eu estou voltando no tempo como eu quero voltar
Mas no momento em que consiste nesse exato instante.
E assim sigo
Sem olhar pra trás,
Preciso apenas superar o fato que tiveram que me abandonar.
Logo percebo meu devaneio
Eu estou sozinho, mas eu me sinto bem em estar.
Eu não estou mais com medo.
Bruno Bernardes.

20 de setembro de 2016

Caoticamente

Há uma veia entupida entre o meu cérebro e a minha mente
E essa veia prestes a explodir é você
Eu tento evitar me lembrar
Mas você tá praticamente cravada em meu inconsciente
Em sonhos você aparece me lembrando da realidade
De uma verdade dentro de uma fantasia complexamente.
Eu não quero ver você
Mas você aparece vestida com roupas de látex
Exaltando meus maiores fetiches
Dançando em frente de televisões
Que transmitem sexo, guerra e bizarrices
Fazendo-me se perder em você e nas suas transmissões
O amor cria e faz ruir as estruturas do espaço-tempo
Vive entre o caos e fusões
Se contorcendo em destinos repletos de atrofiações.
Eu não queria ver você
Mas você vagueia nos meus pulmões
Fazendo-me respirar ofegante
Há ainda uma conexão entre os nossos corações
Fazendo-me entrar em um frenesi delirante.
Agora estou sonhando com nós dois juntos novamente
É! Parece que eu encontrei uma fenda de verdade
Entre tantas fantasias que vivencio
No meu mundo de mentiras
Eu encontrei a chave que abre todas as minhas feridas
As ferramentas precisas pra curá-las sem anestesias
E eu estou preparado para a dor
Pois essa chave ainda é você
A faca enfiada no meu ego
Mas ainda há amor
Eu só preciso esperar
Eu só preciso realinhar as linhas
Você é uma fenda no tempo
Que me faz perder a noção do mesmo
Confundindo minhas parafilias.
Apenas continue dançando nos canais do meu subconsciente
Que eu nunca eu irei me esquecer de você eventualmente
Pois não consigo mais me desligar de você
Mesmo depois de anos longe de seu beijo vermelho ardente
Entre tantos mundos paralelos
Os nossos mundos ainda vão se colidir
Caoticamente.
Bruno Bernardes.

18 de setembro de 2016

Apotemnofilia


Há uma falha na conectividade cerebral, existe uma parte do cérebro que representa o mapa do seu corpo. E quando esta parte nasce danificada, o individuo sente-se que esse mesmo mapa corporal está com partes demais, levando-o a uma obsessão extrema, criando fetiches insanos de sentir-se a necessidade que alguma parte do seu corpo deve ser amputada.
Agora me permitem contar a história triste da minha amiga Mel. Mel desde criança era uma pessoa intensa. Fazia todas as coisas com uma imensa paixão. Mas ao mesmo tempo, ele sentia que essa paixão não fazia parte dela. Era uma intensidade que a fazia se perder em emoções desconexas e sem nexo, e sim Mel sofria, chorava.
Com o tempo, na idade mais adulta, Mel começou a ter as perversões mais perversas possíveis, como demanda essa falha cerebral. Começou a ter fetiches por pessoas amputadas, com partes do corpo faltando. Ao mesmo tempo que ela sentia desejo por essa fantasia, ao mesmo tempo ela se sentia mal, porque algo no corpo dela não deveria estar dentro dela, algo que causava exatamente esses fetiches estranhos.
Mel pediu minha ajuda, me levou ao seu quarto secreto, um porão onde ninguém entra em sua casa. E me mostrou seus pecados. Havia um mural de fotografias, com pessoas mutiladas, mas pessoas sentindo tesão e apreciando a automutilação. Ela me disse a seguinte confissão que me deixou com brilhos nos olhos naquele dia: Eu confio em você como deus confia em seus anjos.
Ela tentou mostrar para mim, como aquela enfermidade que acompanhava ela desde criança, a fazia mal, a fazia se sentir culpada. Mas ao mesmo tempo, percebi que seus lábios se mordiam de excitação, ela tentava disfarçar, mas a sua língua lambia seus lábios, molhados e tenros. Era a fusão do sentimento de culpa com a necessidade do prazer, e ela me beijou.
E o beijo era intenso, como ela havia me dito, era algo que deixava você eufórico, era como uma droga estimulante, logo eu me senti dominado por aquele beijo. Um beijo que transmitia a sua perversão de pessoa para pessoa, e percebi então, que eu fui chamado ali, porque eu era o único capaz de se entregar a sua intensidade sem medo algum. Eu me senti como um receptáculo, onde ela estava dividindo o vírus e a doença dela comigo. E eu me enchi da sua intensidade, me entreguei, me apaixonei.
Ao passar dos meses, nós estávamos ligados a um tipo de frenesi coletiva, a dois. A euforia dominava nossas mentes, levando nossos corpos realizar as fantasias mais bizarras possíveis. Porém a culpa que ela carregava, eu também comecei a carregar. Eu não aguentava mais receber casais que queriam ser mutilados por nós. Aquela dor, aqueles gritos, aquele tesão, aquele sangue e vísceras, aquele gozo coletivo.
Mel me levou ao seu mundo, eu me senti traído por sua ousadia, por sua necessidade. Muitas pessoas tem essa enfermidade cerebral, apesar de ser rara. Alguns querem que apenas um dedo seja arrancado, outros querem a perna, normalmente os fetichistas por pés são os mais comuns, perdemos a conta de quantos pés nós amputamos. E eu queria sair desse mundo doentio. Por mais prazer que eu e Mel sentia.
Então eu descobri o órgão dela que deveria ser arrancado. E o arranquei, sem dó, e nem piedade. Era o seu coração. Aquela intensidade, aquela necessidade de amar e ser amada de volta, era doentia, e eu fui o a sua vítima involuntária. Quando arranquei, me senti curado, ela ao mesmo tempo sentiu um desespero imenso, ao se deparar com a minha traição, ela confiava em mim como deus confiava em seus anjos, mas esqueceu de que haviam muitos anjos caídos, e ali então, eu havia me tornado um para ela. Mas ao mesmo tempo o olhar dela transmitia prazer, um gozo, um orgasmo, seus lábios se mordiam novamente, sua língua passava-se sobre os lábios molhados, mas desta vez, eu a beijei, e juntos caímos em sono profundo, um sono tão profundo que Morfeu estava tendo pesadelos enquanto dormíamos.
Na manhã seguinte, estávamos no mesmo porão, acordamos juntos, o lugar estava limpo, não havia mais aquelas fotografias, e nem um vestígio de sangue, havia um grande por do sol lá fora, brilhando nossas janelas. Toda aquela intensidade visceral havia passado. Juntos tomamos café da manhã, cujo no cardápio estavam nossos corações. Cujo corações que entregamos um ao outro. O amor e a paixão psicologicamente estavam saudáveis. Íamos ficar juntos, e ali ficamos e nunca mais saímos. Do inferno nos libertamos, no paraíso nos encontramos.
A ironia da história, é que essa Parafilia que tínhamos, o principal sintoma dela, era ter um órgão arrancado, porém com o mesmo, nos sentíamos escravos de uma perversão infernal, mas era algo que nos deixávamos incompletos, arrancamos, e agora que arrancamos, a ausência nos tornou completos.
Hoje eu a amo e ela me ama na mesma medida simultaneamente. Hoje nos amamos, e nos completamos, hoje confiamos um ao outro como o Diabo confia em seus anjos caídos.
- Bruno Bernardes.

13 de setembro de 2016

AMOR À SANGUE FRIO


Sentimentos que se tornam blasfêmias para o coração
Palavras que soam conspiração
Declarações que beiram a obsessão
Você vai se entregando sem ao menos perceber
Que está se permitindo cair em uma vazia imensidão
Você não respira
Você se sufoca
Você se torna um prisioneiro
A pessoa que lhe diz eu te amo
Ama o que ela sente
E não você exatamente
Ela tem uma necessidade compulsória
De ter alguém sobre o seu domínio doente
O poder e o controle transam em um frenesi divino
A sensação de se sentir deus
É como um orgasmo aos confins do prazer doentio
Nos dias de hoje até para amar precisa-se ter sangue frio
A intensidade está à paisana seguindo seus passos
Te seguindo a cada minuto e segundo
Não é mania de perseguição
Você não está confuso
Você não está imaginando coisas
Você está se perdendo dentro do seu próprio beco escuro
Na rua das emoções
O criminoso é você mesmo
Você rouba tudo àquilo que está oculto
Sem perceber que você está se tornando um intruso
Sufocando a vida de suas pessoas amadas
Você não percebe, mas sem mais nem menos
Você vai deixando as mentes alheias desmembradas
A manipulação se torna amiga e traz paranoias aliadas
O poder e o controle transam em um frenesi divino
A sensação de se sentir deus
É como um orgasmo aos confins do prazer doentio
Nos dias de hoje até para amar precisa-se ter sangue frio.
- Bruno Bernardes.

31 de agosto de 2016

O Edifício

Você me leva aos corredores de sua vida, mas nunca encontro a porta que devo bater para tentar entrar em sua mente. É tão difícil encontrar você, às vezes subindo pelo elevador, consigo facilmente chegar até você e tê-la aos meus braços. Mas às vezes para tê-la comigo, eu preciso pegar as escadas. Alcançar o amor é uma jornada cansativa, que cada passo que damos, pensamos constantemente em desistir. Mas existe os atalhos, as saídas de emergência, mas o meu coração é resistente às tentações. Ele bate tão rápido como os milésimos do tempo. E tempo levou para construir esse edifício, levou-se um sacrifício quase que satânico, o sangue, os animais internos gritando e agonizando dentro de mim, sendo dilacerados pela minha ousadia narcisística. Definitivamente eu sou como um diagrama acidental de algum tipo de evento mediúnico. Eu conheço cada parede desse complexo e sei o que cada umas dela sussurram nas horas mais sombrias. Todos têm um ponto vulnerável, todos têm o seu pecado, e vivem julgado uns aos outros, criando um jogo doentio de poder, instalando o caos. Os alarmes soam, todos tentam fugir pelo elevador que está danificado, então eles se jogam ao desespero, outros caem pelas escadas quebrando seus pescoços. A luta pela sobrevivência é mais mortal do que um ataque nuclear. E eu só quero encontrar a porta do seu apartamento. É só isso que eu quero. Mas as festas e os eventos, onde as classes sociais de alto nível deram, me fizeram cair em uma abismo de arrogância, insultando os fracos, saciando o poder, conquistando o controle. Sexo e paranoia. Agora está tudo em ruínas, o edifício vai desabar, e onde está você agora meu amor? Eu quebrei a cara, e os ossos estão expostos à vergonha. Eu estou indo ao seu caminho, eu vou te reencontrar novamente, mesmo que eu tenha que esperar a vida após a morte. Esse edifício por mais grandioso que ele seja, o arranha céus é amedrontador, causa náuseas e pânico, você pode cair do alto do seu pedestal se você sonhar alto demais. A megalomania rima com a a palavra amiga, mas ela te consome e come suas tripas. As luzes dos bares onde são servidos os mais caros coquetéis queimam como neurônios num grande cérebro. Os elevadores parecem câmeras de um coração. E quando eu ando, eu vago pelos corredores como uma célula numa cadeia de artérias. Eu respiro essa obra de arte, pois eu sou o arquiteto, eu respiro esse edifício, pois eu sou o próprio prédio. E agora eu cai em si, você não mora mais aqui dentro há muito tempo. E a sua ausência está me destruindo. Hoje o meu mundo vai desabar, mas eu sairei daqui de dentro de mim mesmo, dessa prisão que eu mesmo criei. Eu sou o labirinto, o minotauro e a ao mesmo sou a sua vítima, eu venho me definhando aos poucos, alimentando de mim mesmo servido em pedaços de desilusões, mas eu vou me libertar, e eu vou te reencontrar.

27 de agosto de 2016

Quem é você?

Nossos pensamentos não se tocam mais. Você não deita mais em sua cama, e pensa em mim antes de dormir, não mais. Em nossos sonhos não sonhamos mais em um dia estarmos juntos. Nossas mentes se perderam em doses de ansiolíticos misturados com bebida alcoólica, nos apagamos de nossa memória. Havia uma linha tênue que separava eu e você, faltava tão pouco para nos realinharmos e entramos novamente na mesma conexão que tínhamos. Mas perdemos a esperança. Agora estamos em linhas completamente opostas, distantes umas das outras, elas não se encontram mais e não existe previsão para que isso ocorra, não nesta dimensão, não nesta realidade. O sinal está fraco, as batidas de nossos corações não aceleram mais, quando nos esbarramos na rua. Era fácil fazer amor com outra pessoa, porque eu pensava em você, eu sempre pensava no desenho fino de sua cintura, do batom vermelho borrado em minha pele, de seus pés delicados e magros se atrofiando de tanto prazer, agora transar com uma pessoa desconhecida, realmente é algo que desconheço, porque em meus pensamentos você não surge mais, não mais. Mas eu me pergunto: Como pude esquecer tanto de você, e escrever todo esse texto pensando em você? É madrugada, talvez a insônia esteja me fazendo imaginar coisas que não existem mais. É, deve ser isso. Eu preciso tomar um calmante e dormir. Não nos conhecemos mais, nos tornamos estranhos.
Afinal, quem é você? 

É horrível te ver novamente
Tão cheia de apatia
É horrível te ver novamente
Capturada em uma armadilha que você não pode escapar. 

22 de julho de 2016

A Facada.

Tocaram-se as trombetas do coração
Tanto intensas quanto tensas
Bombeando sangue como um tubarão
Nossas trocas de olhares
Infinitas e Imensas
Perdidas no tempo
Em águas profundas e densas
Águas que representam
Um oceano de emoção
Porém é profundo
Moldado por escuridão
E lá que você esconde o que você sente
No secreto dos segredos sem conexão
Confundindo a minha mente.
Mas mesmo assim eu me arrisquei
O fogo se afundou em suas águas misteriosas
Onde nadavam o sexo e a excitação
Onde afogávamos nossos corpos repletos de fantasias
Onde nadava a mais doentia paixão.
Eu me afoguei em você
Enquanto você se queimava em meu fogo
E foi assim que nasceu o nosso jogo
Naturezas opostas se colidindo
Você querendo ser a rainha
Tentando me fazer de peão
Mas eu nasci para ser o rei de espadas
E o caos surgiu-se agora em teu coração
E a guerra se iniciou.
Emoções seriam despedaçadas
Mas você me beijou
Emoções iriam ficar ensanguentadas
Mas você me abraçou
Você me envolveu em suas palavras
Você me manipulou
E eu permaneci.
Mas a estratégia não mantém
caos guardada dentro em si
E o jogo virou
Você estava caminhando perdida
Na superfície do meu vulcão
E eu estava prestes a explodir.
E você ali olhando diretamente pra mim
Pedindo para eu não partir
Mas eu tinha que me libertar do seu veneno
Eu tinha que me curar da picada do seu ferrão
Eu tinha que me curar do seu beijo de escorpião.
Foi quando você deu a sua ultima cartada
E quando eu estava quase lhe cedendo
No peito eu recebi a sua facada
O último golpe
A última jogada
Onde nem eu você vencemos
Quem venceu foi o jogo
Já eu e você nos perdemos.

ÍNDIGO


Eu sou uma criança índigo
Qualquer passo a minha volta
De longe eu pressinto
Qualquer pensamento
Eu decifro.
Não vim desse mundo
Vim de outro lugar
Vim de um outro plano de fundo
De um lugar em que a maioria não enxerga
Nem mesmo eu, por mais que eu seja lúcido.
Porém dentro de mim os ruídos desse lugar
Continuamente eu os escuto
E então os outros olham em meus olhos
E vejam um tom obscuro
Mas não sou eu quem está repleto de escuridão
São os outros que estão cegos no escuro.
Eu sou auto suficientemente visceral
Vivo conforme a minha existência
Caçando de forma brutal
Conhecendo naturezas excêntricas
Sendo altamente cardinal
Seduzindo almas autênticas
Se alinhando entre o bem e o mal
Sem me afetar com maleficências.
A minha aura é azul
Ela tem o tom de cristal
Ninguém pode ver a minha essência a olho nu
Somente eu mesmo
Quando me admiro
No mais alto do meu pedestal.
Meu coração é o que pensa
E a minha mente é o que sente
Não há confusão
Só o caos que surpreende.
Sou o mal necessário
Que permanece transcendente
Vocês nunca vão me entender
Pois eu não faço parte de vocês
Pois deste plano eu não sou descendente.

19 de julho de 2016

Dança Macabra

Olhares vidrados
Você apertou forte a minha mão
Anjos e demônios foram despertados
Agora eu sinto a sua ofegante respiração
Nossos olhares se tornaram enigmáticos
Você mordeu o meu coração
Espirrou-se o sangue da emoção
O amor saiu de dentro de mim
E arrancaram-se as pústulas de uma doente paixão

Uma ligação que nos prendia
Dentro de uma carnificina
Onde éramos dominados por uma obsessão
E os anjos tocavam suas trombetas
E então se iniciou a dança da chacina
A dança de nossas almas
Moldadas por blasfémias e sedução

Você me permitia pegar forte em sua cintura
Esmagando lentamente seus ossos
Você gemia dentro de uma fantasia obscura
Apreciava a dor
E ao mesmo tempo arrancava a minha pele
Com a unha

Estavámos em um salão onde o diabo tocava violino
Enquanto deus dançava como um bailarino

O equilíbrio estava se conduzindo
Você me beijava arrancando meus lábios
E os engolindo
Eu enfiava meus punhos
Em você lentamente
Em todos os seus orifícios
Até os seus ossos lhe despindo

Literalmente estávamos nos entregando
Ao prazeres da carne
Gozamos o amor e a dor
Aos poucos sentindo
Dominados por uma diabólica líbido

Era celestial
Era belo
Era bestial

Nossas vísceras enfeitavam a pista de dança
E quanto mais nos entregávamos à paixão
Mais monstruosos nos tornávamos
Era intenso mas também era repleto de obsessão

Nossos olhos ficaram tão vidrados um ao outro
Que congelamos no tempo
Em um plano desconhecido vagando na imensidão
E por mais que houvesses anjos e deuses em nossa volta
Éramos monstros
Estavámos apaixonados
Seguindo cada passo um do outro
Em uma dança de perseguição

Por mais que fosse suave o nosso tesão
Éramos monstros
Meros mortais
No meio do nada
Insignificantes
Apenas seres humanos
Iludidos presos
Dentro de fantasias delirantes

O coração poderia ser a nossa morada
Mas era lá que nós nos perdíamos
Nos entregando a uma emoção abstrata
Estávamos seguindo ritmos
De nossa própria dança macabra.

'A dança do amor'

23 de junho de 2016

Amor Cósmico

A imaginação moldada por Netuno
Inundou-se em teus mundos.
Aos confins dos pecados sujos,
Em teus oceanos mais profundos.
Gritando, gemendo,
Tentando respirar fundo.

Arranhando pensamentos obscuros
Onde o número oito desvenda sua herança
Enquanto diabolicamente através de Mercúrio
Em seus mares mesmo sendo perigosos
Eu te manipulo.

E aos poucos eu vou exaltando sua lua
Alimentando-me de suas emoções
Enquanto você me sussurra
Quase sem ar dizendo;
‘Sou inteiramente só sua’.

O prazer é como uma energia
Onde Vênus transborda bestialidade
O amor é uma magia
Onde Plutão transforma a nossa intensidade.

E em um perfeito aspecto
Marte o nosso sangue ele espirra
Amor em vermelho
O ímpio maléfico.

E por fim somos todas as coisas boas
Mas também toda a maldade
Equilibrando-nos em uma balança
Medindo a fantasia e a realidade.

Estamos apaixonados
Enjaulados na casa de Libra
Através de um universo estamos conectados
Onde eu sou só seu, e você só minha.

20 de junho de 2016

Sincronicidade.

Dobrando o espaço-tempo pude provar que deus se esconde nas coincidências.

Em um padrão exato, me tornei um viajante,
Onde mentes e corações podem se reencontrar,
Parece uma psicose delirante,
Mas é onde os pensamentos e sonhos
Tornam-se reais e fascinantes.

Talvez sonhar com o passado não é meramente um sonho e sim uma viagem no tempo onde podemos através da inconsciência reviver momentos que não voltam mais, reativando memórias, afirmando que o amor nunca morre, podemos esquecê-lo no tempo através do cotidiano que nos leva pra outras jornadas. Mas o tempo não o apaga, fica tudo salvo em dados dentro do nosso subconsciente. Sempre estaremos viajando no tempo.

Em um determinado segundo do tempo,
Tornei-me uma pausa em um mero instante
Foi exatamente no momento que você parou
E pensou em mim como seu acompanhante
A saudade apareceu e uma lágrima chorou
Mas nos abraçamos dentro de nossa constante.

Talvez os acasos não sejam meramente casualidades, talvez o seu outro eu, esteja bem perto de você mesmo, vivendo o que você já viveu, ou você vivendo o que seu outro eu, esteja agora vivendo. O passado e o futuro são apenas linhas invisíveis dentro de um universo cheio de planos elaborados pelo presente que se disfarça de coincidências. Talvez aquele vulto que você vê nas janelas da escuridão, onde o medo se manifesta, seja o seu outro eu, paralelo, passando por onde você está. Observando e excluindo as inúteis variáveis.

Agora pense em duas pessoas que estão longe uma da outra. Mas de certa forma, o universo faz com que elas estejam fortemente unidas, o passado se foi, o presente se esvai a cada segundo. Há algo no universo que faz duas pessoas estarem juntas, é o amor que ultrapassa todas as barreiras do espaço e tempo, caminhando e criando buracos de minhoca, onde atravessa sem deixar nenhum vestígio, e quando sentimos a presença de alguém que não vimos há muito tempo, talvez seja esse amor viajando no tempo, criando a sincronização entre duas almas que estão distantes. Esse amor vem em forma de sonhos, de sensações estranhas e 'déjà-vus' delirantes.

E é assim que eu te encontro na saudade
Escrevendo teorias que desafiam a sanidade
Mas eu sei que você está aqui de alguma forma
Eu sei que eu e você criamos uma eterna sincronicidade
Talvez você não percebeu ainda.
Mas eu já aprendi a te reencontrar através da minha insanidade
Pensamentos são realinhados no universo
Onde eu posso sentir o toque de suas mãos em meu rosto
Mesmo que seja por um segundo, eu sinto ainda sua suavidade.

Ainda que você não sinta a necessidade de me reencontrar, saiba que estou em dimensões paralelas, saiba que não existe somente um universo, e que, não somente eu, mas você também está, porque eu sei que você me sente às vezes, pois eu sinto você me sentindo, negando pra si mesma, a existência de algo mais intenso e maior que você mesma, que somos nós dois juntos. Existe uma quantidade infinita de possibilidades se coincidindo simultânea e eternamente. E cada versão concebível de cada ser está persistindo numa realidade simultânea, em uma excursão pelo tempo e espaço que não está indo para o passado de nosso universo presente, pelo ao contrário, está indo simplesmente para uma ligação de um plano de nossa existência para um adjacente. Somos independentes de nós mesmos numa linha de tempo alternativa. E eu estou aqui esperando você voltar.

O amor pode ser assustadoramente preciso
Os acasos não são coincidências
São detalhes moldados diabolicamente
Por algum destino ligado ao um tempo perdido
Mesmo que pareça obscuro e sombrio
O amor é assustadoramente belo eternamente
Talvez nesse plano não exista eu você mais
Mas em outros planos ainda existe a possibilidade
Pois nossos corações ainda estão bombeando amor
Amor que criou a nossa simultânea e eterna sincronicidade.

9 de junho de 2016

Somente os amantes amam.

Há somente a melancolia no céu de sua boca, onde a sua língua se torna afiada quando ela se esfrega sobre a minha, fazendo sangrar a submissão de nossa paixão, através de nossas bocas entrelaçadas que dançam na nossa escuridão.  É escuro, mas é um escuro que só pertence a nós. Não há somente o prazer, há uma intensidade que vem do universo, que afeta diretamente nossos corações. E os nossos lábios dançam juntos, dança o tango da ilusão, onde nossos corpos são os instrumentos que fazem tocar a canção. Há muitas emoções e sentimentos infestando cada canto do quarto, o nosso perfume é um cheiro só, criado através dos hormônios de nossas peles arrepiadas, causando o abalo da sedução. Estamos nos revirando em nossa cama, observando cada detalhe que cada um de nós tem um pelo outro.

Há somente a coberta úmida e fria, que assim como a lua, nos entregamos ao amor sob ela. Porém não foi necessário dizer uma só palavra, as ações falaram por nós. Nossos corpos tão magros e pálidos. Há quanto tempo estamos aqui? Há quanto tempo não comemos ou não vemos a luz do dia? Não importa! Temos as nossas fantasias afetando a realidade que ronda em nossa volta. Nossos olhos se tornam olhares que contempla nossos próprios corpos, venerando cada curva e cada sensação que causamos um ao outro. Há fogo, que queima na imensidão. A cidade parece estar vazia, está tão silencioso lá fora. Somente o canto das corujas na janela, ou seria uma assombração? Não importa, o mistério nos excita de uma forma que nos deixa cheios de imaginação.

Por mais que há o toque, por mais que há a sua companhia junto com a minha. Há ainda uma sensação que esvazia o próprio vazio de nossas almas, que melancolia. Nada foi dito, nada foi expressado, os sentimentos foram executados através de nossa bestialidade visceral, em um ato de luxúria ‘blasfêmica’, orgasmos fizerem nossas cordas vocais gritarem como se estivéssemos sendo assassinados, mas a dor foi imensamente prazerosa.  E por mais que há uma sensação de estarmos em um outro mundo, os nossos corpos permanecem abraçados, transmitindo nuamente sentimentos de amor e dor, cruelmente.

Há ainda uma sensação de melancolia, nada foi dito, nada foi expressado, nossas emoções choraram e sorriram ao mesmo tempo, sem precisarmos ter dito uma sequer palavra, nos amamos em uma noite em que a lua estava em Capricórnio. Há quanto tempo estamos aqui? Não me lembro de ontem, nem de antes de ontem e você? Não amanhece e não anoitece.  Enfim, não importa. Vemos nós dois de cima do teto do quarto, nossos corpos deitados de frente um com o outro, sem nenhuma expressão. Estamos sensualmente mortos. Nos amamos até a morte, quando plutão fazia oposição com o sol, por isso estava tão escuro. Nos amamos bem no exato momento em que os nossos sois transitavam pela casa oito abalando Saturno. E os céus decidiram a nossa fatalidade, morremos por amor, juntos e felizes, quando Vênus estava em touro, na intensidade mais melancólica da lua que transitava em capricórnio. E aqui estamos perto das estrelas, observando as órbitas dos planetas, lentamente e suavemente, de mãos dadas na imensidão. Hoje os anjos choram, os demônios cantam, mas hoje à noite somente os amantes amam.

30 de maio de 2016

"APÓS TRÊS PERÍODOS DE TEMPO E ESPAÇO"

Após três períodos de tempo e espaço
Finalmente seus olhos coloridos
Se cruzaram com meus olhos obscurecidos
Causando um efeito psicodélico em nossas mentes
Onde seu olhar te levou para dentro de você mesma
Desvendando seus segredos sujos e sombrios.

Uma mistura de luz e escuridão
Um show de cores vivas iluminadas por sorrisos
E assim criou-se vida para a nossa imaginação
Após três períodos de tempo e espaço
Finalmente se tocaram nossos lábios
Hormônios dançaram em ritmo de nosso tesão.

Toque suaves intensificados
Arranhões, garras e dentes afiados
Abraços entrelaçados
Beijos molhados.

Após três períodos de tempo e espaço
Nossos destinos se abraçaram
Era como se tempo já tivesse articulado
Éramos duas peças de seu plano premeditado?
Talvez sim, talvez não
Só sei que toda vez que nós estamos juntos
O tempo para e nos causa um impacto
O tempo fez com que nossos corpos
Se juntarem em um pacto como se fosse
Um pacto com o diabo
Onde a luxúria faz o show num belo palco.

Nossas almas se penetraram
Gemidos e sussurros
Nervos atrofiados
Orgasmos múltiplos.

Uma breve história de amor
Entre o prazer e a dor
Um breve laço?
Talvez
Eu espero que sim
Pois eu sonho com a sua intensidade
Cuja dentro da mesma
Você guarda seus maiores mistérios
E você quer me levar dentro dela
Me prender em você.

E após três períodos de tempo e espaço
Eu finalmente estou aqui
Olhando para seus olhos
Desvendando tudo que for enigmático
Eu vou sentir
Eu vou nadar dentro de você
Eu vou me afogar em você
Eu vou descobrir.

Antagonista

Nas vidas em que vivo, eu sou como um receptor de teste, onde me responsabilizo pela produção de humores variáveis em busca de uma constante que somente pode estar presente em nossos corações.

Eu posso sentir o seu amor. Mas eu também posso sentir o seu ódio. E eu posso lidar com ambos e usá-los como meio de um fim bastante justificativo, onde a pessoa em questão vai estar confusa entre amar e odiar, eu posso facilmente mostrá-la como se equilibrar entre essas linhas tênues.

Eu sei amar, mas eu sei odiar, todos estamos sujeitos a isso, o que eu posso fazer é saber lidar com estes sentimentos tão intensos, sempre mostrando oposições que aparentam ser maléficas, mas que no fundo, mostra-se uma lógica incrivelmente justa, sem nenhum traço de rancor. O plano é sempre ir além da própria dor, superando sentindo-a na pele. E eventualmente seremos como aquela serpente que troca de pele, é um processo doloroso, mas assim que superado este mesmo processo, estaremos mais resistentes e fortes para rastejarmos nesse mundo cheio de predadores em nossa volta.

Os personagens principais sempre estão em busca de notoriedade, são pessoas narcisistas e vaidosas, em outras palavras, as maiorias são bastante egoístas. Eu vou contra esse protagonismo falso e ilusório. Na verdade eles querem que vocês foquem a sua atenção no que eles estão dizendo, mas na verdade estão escondendo verdades atrás das cortinas. E eu sempre estou atrás dessas cortinas, sempre pronto para entrar em cena e derrubar a máscara de cada um, sempre em direção oposta daquilo que parece ser algo fantasticamente bom, sendo que na verdade é uma verdade bem elaborada, ou seja, são mentiras. É ruim e maléfico, nunca confie nos discursos carismáticos de um líder. No tapete vermelho em que esses mesmos andam, debaixo dele, é tão vermelho como a cor do mesmo, só que por baixo não é uma mera cor, e sim é sangue, são cadáveres em decomposição, são as podridões que eles escondem através de um espetáculo belo com intuito de cegar a percepção da maioria.

Eu posso ser contra quando alguém inocente é atacado na rua por um vilão, mas se este mesmo inocente me atacar, ele será atacado de volta na mesma intensidade. Sem remorso, sem pudor. Aliás, ninguém é inocente neste mundo em que vivemos, a diferença é que algumas pessoas são um pouco mais inocentes que as outras.

Eu posso ser o bombeiro que apaga o fogo tanto quanto posso ser o incendiário, que só quer ver o circo pegar fogo ao meu bel prazer. Depende do show que estiver sendo apresentado. Se apresentar facetas maléficas, se apresentar mentiras, eu vou estar lá para opor contra o show de horrores.

Eu vivo em um mundo onde os conflitos são necessários, porque sem conflitos, problemas não são resolvidos. Eu sempre estou andando em território aberto, de forma transparente, se alguém me incomodar, vou pedir educadamente que pare, darei três chances, caso o mesmo não pare, será eventualmente destruído. Pois eu  preciso seguir o meu caminho.

Eu vivo por detrás dos protagonismos da vida os analisando friamente, eu estou sempre atrás das cortinas, prontos para abri-las e apresentar o meu show sanguinário aos moldes de uma chacina bem articulada. Os mocinhos podem ser os vilões disfarçados, e eu estou aqui neste mundo para ir contra toda essa ideia ilusória, que nem toda boa história é um conto de fadas, eu estou aqui para mostrar a verdade nua e crua, de forma letal e preciso, aos moldes marcianos e saturninos.

Eu sou um tipo de ser humano que observa o observador, sem que o observador perceba que eu estou também o observando. 

Eu sou do contra, mas eu também sou a favor. Eu sou uma célula que dá vida, mas eu também posso ser um parasita que aos poucos come e devora as suas tripas.

Eu sou um antagonista.

18 de maio de 2016

A moça e a música.

Havia uma moça que era música
Uma bela jovem aos moldes da sedução
Ela me inspirou e me tornou a minha musa
Ela cantava e tocava em concertos de opera
Postura de monarca inspirada na destruição
Seu olhar desviou sobre o meu, ela era tão bela.
Pessoas musicais são intensas
Já era previsível algum tipo de paixão
E o fogo realmente se infestou
Nossos corpos ele queimou
E cada alma envolvida o fogo eviscerou
Estávamos entregues a nós mesmos
Dentro de um belíssimo pisque estimulante
A dopamina liberava fantasias
Através da imaginação
O coração estava cada vez mais pulsante
Nossos corpos transmitiam cada vez mais tesão
A respiração cada vez mais ofegante.

Infelizmente chegou um tempo
Em que a bela moça se tornou ditadora
A monarca era a rainha do meu coração
Mas ela só me punia com sua desilusão
Cada palavra que eu ouvia era cortante
Cortante como a precisão de um bisturi
Usado por um cirurgião
Ela se tornou má
E sentir prazer em ver não somente o meu sofrimento
Mas de todos em sua volta
A monarca
De bela
Foi aos moldes
De uma psicopata
Eram tempos de tempestade e violentas águas
O fogo que no começo aquecia
Agora era fogo de um vulcão em erupção
Queimava-nos deixando a nossa carne viva
A nossa relação estava cuspindo o inferno para fora
Não havia mais música, muito menos poesia.

Eu tentei ir embora
Mas a moça me perseguia
Eu tentei a mandar ir embora
Mas na minha cara ela cuspia
Então como última tentativa
Eu lhe chamei para tocar piano
Tentei ascender a nossa paixão
Através da música que no começo
Despertou o volume de nossa relação
Mas ela não ouviu, nem sequer escutou.
Foi tudo em vão.

Não havia mais saída
Eu tomei uma decisão
Eu não queria viver mais assim
Mas eu não podia partir
Foi quando eu procurei a escuridão
Permite que minha mente entrasse
Em um estado paralelo
Em outra dimensão
E eu resolvi fazer dela
A minha música
E minha canção.

"Antes que ela tentasse cantar suas ofensas, eu abri a garganta dela por fora, com intuito de chegar a suas traqueias para expor suas cordas vocais. Abri a sua boca e a sua garganta por dentro, enfiando o braço de um violoncelo que ela mais prezava. Olhei-a por dentro, vi pó e teias de aranha em suas feridas, resina no arco. Eu queria tocá-la. Eu queria criar uma música. A minha música. Este foi o meu método. A moça que tocava canções, agora ela mesma era a própria canção que eu tocava. Ela agora; é eternamente a minha musa, a minha moça e a minha música”.

15 de maio de 2016

Estudo

Um mundo de reações onde o gatilho são as emoções. O ser humano se torna em um estudo dividido por padrões. A fraqueza vem de um astro indicador mostrando maus aspectos, algo combusto, onde percebermos suas facetas maléficas. E assim vai se formando gerações, todos sobem, mas todos também caem. Ciente disto, as reações em geral são bastante previsíveis. As pessoas são apenas ratos de laboratório em um labirinto psicológico onde pessoas que possuem o dom de estudar, calcular e simular sempre estão testando e calculando cada passo, como em um campo de batalha e guerra, é necessário estratégia e sangue frio, e vale a pena. Devido a isto, consegue-se resultados incríveis da personalidade e caráter das pessoas, você descobre quem é puro, mas também descobre quem é podre. Ou seja, podemos prever certas expectativas que vão ser criadas, as pessoas vão ficar decepcionadas, o que é algo humano e normal. A patologia é a vitimização, onde o outro culpa o outro por suas desilusões. Podemos analisar e encontrar o ego do ser humano egoísta e por fim descobrir suas fraquezas, para termos total poder e controle sobre elas. Pois tendo este controle, eventualmente nos protegeremos das mesmas, evitando que qualquer energia negativa entre em nossas vidas. Infelizmente este método é conhecido como manipulação, e em últimos casos, um traço psicopático. Eu costumo chamar de algo inteligente e genial, um estudo pelo qual somos destacados como prodígios, onde podemos ter o controle de quem vai entrar, permanecer ou sair de nossas vidas.
Estudem.
A vida é um eterno estudo humano.

2 de maio de 2016

Inspiração

Eu estava tentando encontrar uma inspiração
andei em todos os lugares e não a encontrei
andei de bares em bares, tomando os piores porres possíveis
e a inspiração parecia realmente ter me abandonado para sempre
eu andei perdido em becos escuros procurando por ela
eu corri perigos de madrugada
e por fim, eu desisti.
Fiquei na sarjeta, dormindo nas ruas do mundo
sujo e sem inspiração de viver
os prazeres impuros eram tão irreais
que eu não sabia se eu havia os sentido ou não
talvez eu só estava sonhando caído ali naquele beco sem saída
eu me perdi completamente durante anos
mas, mal eu sabia que a inspiração não estava mais aqui nesta realidade
e sim nos universos desconhecidos
nas estrelas, e nas transições planetárias
foi quando eu comecei a observar os céus
que eu reencontrei a minha inspiração
foi quando Vênus fazia aspecto positivo com a Lua
que o sol brilhou novamente em minha vida
foi no dia que eu te encontrei
a inspiração estava ali dentro do seus olhos
no azul divino da cor do seu olhar
o mundo apocalíptico em minha volta
se tornou em um paraíso estrelar
sua presença em minha vida
se tornou em algo que só me faz sonhar
e ao mesmo tempo em que sonho
suas palavras fazem meus sonhos se realizar.
Você é a minha musa inspiradora
eu encontrei brilho em meio tanta escuridão
eu encontrei você
eu encontrei uma nova inspiração
e é você, só você
que inspira não somente a minha mente
mas o meu tenro e inteiro coração.

24 de abril de 2016

Amor viral.

Eu estou dentro de corações virais
Alimentando-me visceralmente a distância
Digitando palavras perigosamente passionais
Recebendo beijos e abraços via mensagens de texto
Eu me deixei infectar por ilusões reais
São apenas imagens que na verdade não existem?
Eu estou repleto de vírus emocionais
São apenas vozes da minha cabeça?
São tantos 'eu te amo' que recebo
Que eu me tornei alimento de egos surreais
Todos querem um pouco da minha atenção
Mesmo que não tenham coragem de falar comigo
A maioria espera um pouco da minha escuridão
Ficam sonhando comigo há anos luz distantes de mim
Como se eu fosse a resposta de cada sentimento do coração
Mas eu estou farto de tanta fantasia
Eu sou apenas uma tentação
Onde está o amor que andava de mãos dadas comigo
Em todo o tempo, espaço e dimensão?
Anos atrás eu deixei o amor partir para longe da minha realidade
Que hoje em dia está difícil trazê-lo de volta
Não ha mais toque, não há mais sensação
Eu me tornei algo distante
Frio e sem emoção
Eu me tornei algo irreal
Um aplicativo ilusório
Eu apenas existo em um mundo que não existe
Eu me tornei o seu amor viral.



18 de abril de 2016

A Valsa.

Me acompanhe até o salão principal
Vamos abrir alas entre os convidados
Vamos atuar juntos a má intenção teatral
Apaguem as luzes e deixem os corações acelerados
Acenda a vela e vamos dançar a valsa diabolical
O fogo da vela não pode apagar enquanto dançamos
Devemos manter a chama acesa em cada passo
Vamos alimentar o fogo dos convidados enquanto nós os queimamos
A valsa do diabo agora está tocando
E nós somos os anjos que dançam
Estamos juntos entre a vida e a morte
Estamos flutuando, estamos dançando
Os olhos de deus brilham ao nos ver dançar
Olhamos tudo em volta a queimar
Gritos de desespero
Peles e corpos possuídos pela luxúria da paixão
Gritos de medo
Gemidos de tesão
Somos o poder e o controle
Transcendendo além da emoção
A euforia perfeita
Em uma dança repleta de sedução
E a valsa continua
No ritmo das trombeta da escuridão
Dançamos possuídos por deuses
De outra dimensão
A chama ainda está acesa
O fogo alimenta a valsa
E a valsa alimenta a alma
Queimando cada vestígio humano
Que nos enfraquecem
Logo chegaremos aos tronos mais altos de outros mundos
Vamos renascer das cinzas desses corpos queimados
Corpos que apodrecem nesses salões obscuros
Vamos voar como uma ave fênix em outros universos
Distantes mas abraçados e juntos
Suas mãos ainda estarão segurando as minhas
Como na valsa
O fogo nunca vai se apagar
A dança é eterna
Pois o coração é o compositor
As batidas são arrítmicas
E mesmo que desordenadas
Elas nunca param
O ritmo acelera nossas fantasias
E em cada pulsação
O nervo atrofia
A pele arrepia
A nossa valsa vai dançar para sempre
Ela é demoníaca
É uma entidade poderosa moldada por deuses
Ela foi feita influenciada em duas pessoas apaixonadas
Foi feita para nós
Eu e você fomos feitos para dança-la
A valsa tinha como o intuito de mostrar para os anjos
Como nós meros mortais
Conseguimos ser capazes de amar e matar
Nós amamos até a morte
Então a valsa do diabo
Ganhou um outro nome
Um nome que vai além da dor
Agora ela chama-se
A valsa do amor.

3 de abril de 2016

Conquistando tudo - Do fogo ao ar, da terra ao mar.

As linhas do meu raciocínio
se tornaram cordas alinhadas 
que agora tocam canções intensas 
quando penso em você.
Os meus sonhos querem fugir com a realidade
A realidade quer ir para o lugar onde você está.
Eu sinto que em vidas passadas já estivemos aqui
Vivendo juntos em mundos jurássicos apocalípticos 
O caos de nossas luas 
Ah o caos
Ele fazia borboletas bateram as asas 
Criando abalos sísmicos
Cujo os mesmos faziam bombear sangue de nossos corações
Fervendo intensidade em nossas trocas de olhares
Um momento tão doce, um momento tão agressivo
Mas era somente nós dois ali em um tempo contínuo
Único e atemporal
Era a luz criando o nosso desejo sombrio
O desejo de nos ficarmos juntos até o fim daqueles tempos
O desejo de possuir o impossível
E agora aqui nesta vida
Eu vivo sonhando com você
Através das telas virtuais que se tornaram virais
Em nossas guerras sangrentas viscerais
As palavras que queimam, que literalmente rasga
Estamos lidando com pecados capitais
Arriscando nossas almas em possíveis tormentos infernais
Mas não nos importamos mais
Desde que chegue o dia
Desde que chegue a noite
Que iremos queimar canaviais
Somente com o toque de nossos lábios
Somente com os nossos abraços calorosos surreais
Eu te amaria tanto que eu poderia mata-la
E eu quero que você me tanto para que possa me matar
Para que ninguém mais tenha a oportunidade de me desejar
Eu serei o seu cadáver dormindo ao lado do seu
Para que possamos nos reencanar novamente
Em um futuro onde iremos nos levantar
E o mundo iremos novamente dominar
Conquistando tudo
Do fogo ao ar
Da terra ao mar.

12 de março de 2016

Claustrofilia

Lembrando de você
Adquiri uma sofisticação
Foi lembrando de você
Que desenvolvi a lábia
Você agora é apenas uma simulação
Para melhoramento
Da minha audácia
Você me matou por dentro
Mas lembrando de você
Aprendi a sobreviver na sociedade
Você agora é apenas uma cena ensaiada
Você agora é apenas uma peça da minha maldade
Eu me tornei articulado
Descobri os níveis superiores da inteligência
Moldada de insanidade
Agora eu enxergo tudo
Eu enxergo o mundo como uma máquina
E cada pessoa
É uma peça para que as engrenagens
Desta máquina continue funcionando
Me tornei adaptado ao trabalho
E sou eu que está a controlando
E eu não pareço ameaçador
Pois eu sou o cruel carismático
Lembrando de você
Eu tentei continuar te amando
Mas você me sufocou
Você me sufocou!!!!!
Você me sufocou!!!!!
Você me sufocou!!!!!
Lembrando de você
Me fez ter prazeres
Mas como você não está mais aqui
Eu revivo cada prazer que tive com você
Sufocando todas as pessoas
Que me faz recordar nossos momentos felizes e únicos
Eu sufoco todas as pessoas 
Pois o olhar de desespero delas
Me lembra do seu olhar quando você me dizia que me amava
Lembrando de você
Eu posso ter você aqui comigo
E hoje sou eu quem te sufoco
Sou eu quem está no absoluto controle
Método extremo de submissão
Calor, pele, beijos e paixão
Carne viva
Sangue
Ausência de respiração
Lembrando de você
Me faz ter crises de ansiedade
Mas são elas que me levam ao prazer do confinamento
São elas que me levam ao mais alto nível de excitação
Lembrando de você
Eu tenho você aqui
Todos vocês
Sufocando
Sufocando
Em seus pescoços
Está minhas mãos
Só lhe restam
A completa escuridão
Lembrando de você
Eu me torno você
Pois era você me sufocava
Lembrando de você
Eu me torno a Dominação.


1 de março de 2016

Cuidado com o poeta

Cuidado com o poeta
Pois ele não pensa por linhas retas
Ele sente o que você pensa
Premedita cautelosamente o que tenta
Seu combustível é a emoção
Um mestre da sedução
As vezes parece que não tem coração
Ele é imprevisível
Lança aquela frase irresistível
O poeta vive da fraqueza
Do mundo tira seu conteúdo mais profundo
Da dor sua inspiração transparente e sem cor
Fala de amor incansavelmente
Ele consegue ser um príncipe encantado
Um velho sem dente
Na realidade ele é apenas mais um doente
Doente de si que não está nem ai
Portador do câncer poético
Ele é só mais um patético
Dança com as palavras
Penetrando as almas
É traiçoeiro
De si mesmo ele é prisioneiro
Tenta encarcerar todos á sua volta
Ele explode os teclados e os papeis
Buscando na angustia motivação
Sentado na cadeira
Digitando qualquer besteira
Dentro de sua mente
Ele é maestro, rei presidente
Um verdadeiro delinquente
Refém de sua percepção aguçada
Este pobre poeta
Não passa de um cachorro na calçada
Ele vai entrar na sua mente
Vai desorganizar seu pensamento
Te deixar no relento
Vai fazer você pensar
Na vida que não viveu
Ele nem sabe o que escreveu
Mas você na história dele se reconheceu
Percebeu o quanto envelheceu
Ele só quer uma vítima discreta
Seja você ou aquela analfabeta
Não confie no poeta.

22 de fevereiro de 2016

Avenidas imprevisíveis dos pensamentos

Por mais que eu pareça ser um suspeito lógico
Você ainda me verá como um enigma
Eu sou apenas um aventureiro do tempo
Que preza pelo espaço de uma imensidão infinita
Gosto de passear nas avenidas imprevisíveis dos pensamentos
Dobrando novas esquinas
Mas nas via das dúvidas...
Mentes como a minha ...
não permitiria ..
que eu tornasse um suspeito homicida.
Por mais que você sinta
A sua percepção ainda está embaçada
Por mais que você pressinta
Seus olhos estão cegos de amor
Por mais que você seja seduzida
Seu coração bombeia mais sangue que uma chacina
Pois num momento incerto
Num tempo sem enganos
Em segundos inversos
Você vai descobrir a entrada para outros planos
Você vai descobrir o tempo certo
Somente assim você vai desvendar a minha alma sombria
Sua mente deve se encurvar
Para você se tornar capaz de explorar novos mundos
Pois cada parte de mim
Cada pedaço da minha existência
Está espalhada em todos eles
Em cada poeira do universo
Você vai me encontrar?
Para isso
Você deve desacelerar
Ir com calma
E desvendar com o tempo quem é o sadista
Você vai me culpar?
Eu espero que sim
Eu estou aqui do outro lado
Eu estou esperando você chegar
Fique comigo
Venha navegar
Enquanto atravessamos os céus vazios
Vamos matar essa necessidade de matar
Fique comigo
Vamos nos amar.

20 de fevereiro de 2016

No fundo eu sei....

Eu ando sonhando com você, mas eu não te conto
Pois não quero que seja apenas um conto
São os segredos sujos do meu sono
E quero que seja intensamente real
E quando se tornar realidade
Vamos explorar as nossas fantasias
Vamos morrer dentro de um orgasmo
Enquanto a nossa pele soa
Enquanto o prazer da carne esteja viva
Exposta para fora de forma libertina
Eu não quero que você saiba que te desejo tanto
O mistério é tão excitante
Perigoso e estimulante
Se você ler esse conto
Será que você vai ler em estado catatônico?
Espanto?
No fundo eu sei que não
No fundo eu sei que você sabe
Que com você meus desejos já se tornaram mais do que um mero sonho
No fundo você sabe que é real o que te conto
Você sabe que nossa pele arrepia
Enquanto eu toco a canção de minhas fantasias
Dentro de um ritmo acelerado dentro da minha mente
De forma libertinamente imaginativa
O amargo se tornará doce
Dentro sua boca engolindo...todo o meu poder e controle.

13 de fevereiro de 2016

Os complexos da mentira e da verdade

Vocês sabiam que a partir do momento que você acusa um outro alguém de mentiroso, você cegamente está sendo hipócrita e arrogante? É da essência humana mentir. Quem falar que nunca mentiu na vida, estará mentindo.

Como a citação clássica do Dr. House "Todos mentem" Mas claro, mentir em excesso se torna uma patologia, e a pessoa tem que ser considerada descartada do seu ambiente social pessoal. Mas será que são as pessoas que mentem demais, ou são vocês que não sabem aceitar a verdade que todo mundo, pelo menos algum dia vão acabar mentindo pra vocês?

E a maioria quando tratadas com a mais pura sinceridade, elas se afastam, pois são fracas e vulneráveis e não aceitam ouvir aquela "dura" verdade, ou seja; A verdade é que ninguém consegue encarar a verdade.

Eu já menti, eu assumo! Mas uma pergunta: Eu assumindo que já menti me faz ser uma pessoa sincera confessando uma verdade que um dia eu já menti?

Pensem e reflitam antes de reclamarem da falsidade alheia. Talvez sejam vocês mesmos que estejam enxergando o mundo de uma maneira ilusória, ou seja, vivendo uma mentira.

Pois a única verdade, só pertence a nós mesmos. E cada um tem a sua.

7 de fevereiro de 2016

Você tem amor por mim, ou pelos meus demônios interiores?

Caminhando em meio à natureza da minha essência
Em alguns cantos uma luz
Em outros repletos de sombras
O equilíbrio tenta se alinhar
Mas as energias que atraio
Sempre implodem como confusão
Há infinitos conflitos dentro de mim
O amor foi esfaqueado no coração
Eu olho para o céu
E vejo o nublado do meu ser
Vai chover pensamentos obscuros hoje à noite
A insônia vai caminhar em becos escuros
Eu vou ficar aqui com os olhos bem abertos.

Eu estarei pensando em você

Sim, eu ainda penso em alguém
Ela está do outro do lado do meu mundo
Há anos que sonho com ela enquanto eu durmo
Mas mundos precisam estarem em equilíbrio
A fim de evitar o caos e a destruição
Por isso não podemos mais ficarmos juntos.

Você tem me amado ou apenas amado meus demônios interiores? E assustada escapou deles?

Eu segui em frente sem perceber que eu estava deixando só você pra trás
Mas eu estava deixando a mim mesmo também
As estrelas caíram do céu
Eu sinto saudades de nossas noites em frente de sua casa
Quando a noite ainda tinha luar
Quando nossos olhos ainda brilhavam sem piscar
Seguimos agora em caminhos opostos
Mesmo que por um complemento às vezes nos tocamos por conhecidos em comum
Eu sei que você está ali relembrando de alguma forma de mim
O mundo espera pela nossa resposta
Fugir de nossos sentimentos
Murchamos em nossas próprias sombras
Somos como flores com espinhos
Nós mesmos nos machucamos
O amor e a dor
Apesar de rimarem
A dor passa
O amor não
Eu sei que um dia nossos mundos novamente vão se colidirem
E eu vou persistir e segurar a sua mão
Eu não vou mais fugir
Eu vou estar aqui
Se um dia você chegar, a porta estará aberta pra você entrar
Pois eu sou a sua luz que vai preencher a sua escuridão
E você é a minha escuridão que vai preencher a minha luz
Seremos o equilíbrio em nossa própria imensidão.

Você tem me amado ou apenas amado meus demônios interiores? E assustada escapou deles?


6 de fevereiro de 2016

Por que tudo deve ser assim?

Os sentimentos foram providos em nós, para dançarmos com eles em nossos corações, em uma sala mais escura de nosso interior, por mais que fugimos, o amor está bem lá no fundo, em nossas almas, em nossa pele, na carne viva. Mas há alguém que vai dançar comigo?

Bocas que se tocam, mas que não se sentem. Há tantas superfícies, mas todos querem ficar no fundo do rio, se afogando em suas próprias mágoas do passado. Vocês não conseguem salva-los nem de vocês mesmos? Por que tudo deve ser assim?

Eu to aqui passando e observando cada um de vocês cada vez mais se afundando dentro de vocês mesmo. Estou dentro de um trem, passando em uma infinita ponte, olhando pelo reflexo dos vidros, uma barreira que eu deveria quebrar, e salva-los, mas não posso salvar quem não quer ser salvo. Eu já estive debaixo do rio, e eu me levantei sozinho. Eu respirei. Eu estou vivo. Por que tudo deve ser assim?

Vocês não se sentem sozinhos? Não sentem que viver uma mentira é uma dura verdade que vocês mesmos criaram como ilusão?

Bom. Eu estou aqui espionando vocês. Quem vai entrar no trem comigo e ir para o futuro comigo, sem olhar pra trás? Quem? Enquanto ninguém aparece, estou aqui revertido, torcido, enganado e virado do avesso, de cabeça para baixo, estou aqui nesse trem, e aqui não existe cargas de mentiras.

Não há mais nada para falar, pois eu estou falando sozinho, não há ninguém aqui, todos estão lá fora. Por que tudo deve ser assim?

Você quer vir para casa comigo?

9 de janeiro de 2016

Um sentimento

Um sentimento que precisa da paixão para ele se manter na chama mais viva da intensidade entre duas pessoas. Estou falando do amor. O amor não é bonito sempre, às vezes, quase que sempre, ele é destrutivo. As diferenças fazem que os parceiros, entram num conflito de raiva, de ira e de egoísmo. 

Muitas pessoas que eu observo namorando, nas redes sociais, colocando fotos juntos, com sorrisos cínicos estampados no rosto. Mas a paranoia, a desconfiança, está nos flashes do momento ali naquele minuto do tempo. Escondidas numa lembrança moldada de ilusão. Por trás da felicidade persistente, que querem mostrar pra todo mundo. Atrás das paredes, existe a insegurança. O ego maníaco. E as agressões, às vezes. Tanto físicas quando verbais. em alguns casos, Não em todos, óbvio.

O amor pode matar? ou somos nós mesmos que usamos o amor como desculpa pelas nossas atitudes impulsivas? Nunca vamos saber. Há pessoas que amamos por anos, e hoje não a conhecemos mais. A ilusão é uma impostora exigindo que através do amor, seremos felizes, e que encontramos a felicidade. 

Usamos o amor para nos perder no mundo. Num mundo de pessoas desconhecidas, de drogas que nos curam da dor, através de beijos que juntam um pouco dos pedaços de nossos corações que estão partidos. 

O amor sem paixão, se torna uma amizade entre ambos, que finalmente existe o respeito, e a concordância. Mas a paixão por mais maléfica que ela seja, ela é necessária. Para que o prazer, a vontade de viver a dois seja uma chama que nunca se apague.

Mas quem sou pra falar de amor? Todos os relacionamentos que eu tive, foram destrutivos e autodestrutivos, Imaturidade? Sim. Todas as pessoas que amei ou pensei que as amavam, eu as deixei irem embora. Pelo bem delas. E pelo meu.

O texto que acabei de escrever acima, é inspirado em uma pessoa que eu amo, ninguém a conhece, ninguém sabe o nome, e nunca irão saber quem é, talvez nem ela saiba, que ainda a amo.

Eu só queria que ela estivesse aqui dentro de mim, tocando o mais profundo da minha alma e vísceras.

4 de janeiro de 2016

Lua em Escorpião

Eu estava observando você me observar

Será que você percebeu que eu estava observando você
Enquanto você me observava?

Olhares distantes
E fantasias disfarçadas
Mas o coração tão perto
Como duas almas grudadas

Eu sei que você se sente sozinha
Mesmo desejando
A minha carne tenra
Você tenta me decifrar como um enigma
Você se esconde, foge,
Pelo menos tenta
Mas a atração te engole, te domina

Se um dia você se entregar
Seu coração vai vir numa bandeja?
Poderíamos nos amar
Eu te levaria para jantar
Para comermos você mesma
Eu deixaria você me machucar
E faríamos sexo sob a mesa

Quantos pedaços de mim você arrancaria?
Eu quero provar o sabor da sua intensidade
Quantos pedaços do meu coração você quebraria?
Eu quero saborear a sua agressividade

Eu vou deixar você me manipular
Desde que você desfrute comigo cada crime bestial
Eu vou deixar você me controlar
Desde que você desfrute comigo cada desejo carnal

Eu sei que em qualquer pessoa você nunca confiaria
E nem deve, pois da noite pro dia
Eu posso me tornar o autor da uma obra de arte assassina
Seu corpo seria o desenho
De minha carnificina
Mas eu só quero te proteger
Eu passaria a noite com você
Firmemente te abraçaria
Te deixaria segura
Em meio de tantas paranoias psíquicas
Te entregaria a minha alma
Num ritual que duraria mil e uma noites
Você seria a minha mística
A misteriosa oculta sombria
No meu domínio você reinaria
Enquanto o teu corpo
Eu devoraria
Alimentando seus desejos mais profundos
Satisfazendo-os na forma mais ímpia e libertina

Eu seria só seu
E você seria só minha

A lua está em escorpião
E eu sei que você passa a noite
Me moldando em suas fantasias
Você se toca
Você se atrofia
Você se molha
Você me imagina

Guarde seus sentimentos
No mais profundo do teu emocional
E quem ousar em tentar te tocar
Acabará se tornando uma presa
De uma predadora visceral

A lua está em escorpião
Ela está sob sua energia
E eu posso conduzir a sua imaginação
Eu posso alimentar a sua psicopatia
Eu vou estar dentro de você
Numa intensa imensidão
Eu quero a sua boca
Seus lábios
Seu corpo queimando de tesão
Eu quero você
Eu quero ser a sua lua em escorpião.







1 de janeiro de 2016

Expressivamente abstrato

Às vezes a ilusão pode ser uma verdade escondida atrás daqueles pensamentos absurdos.

Às vezes a verdade é ao mesmo tempo uma mentira que criamos para nós como a 'nossa' verdade.

Às vezes nossos vícios nos levam para outros mundos, que não podemos ver com a nossa percepção tão limitada. e há tantos mundos para explorar.

Às vezes a nossa mente não mente.
Às vezes a nossa mente dizem verdades
E às vezes a nossa mente nos pregam peças.
Porém peças necessárias

Peças para preencherem lacunas incognitivas em nossa mente, assim definindo uma visão mais ampla de todas as coisas.

Sabem aquele parafuso a menos? Talvez essa peça o substitua nos dando pensamentos mais construtivos.

Às vezes aquela obsessão é apenas uma persistência em algum tipo de esperança.
Às vezes aquela paranoia pode ser a sua salvação de uma tragédia iminente
Às vezes tragédias iminentes são necessárias, para aprendermos a ser mais cautelosos.

Pois nem sempre a paranoia é apenas paranoia.
Às vezes a paranoia é uma realidade só que numa escala mais sútil.

Às vezes aquele amor que dói é necessário para purificar a sua alma.
Às vezes aquela dor física é necessária para aprendermos a nos cuidar melhor.

Às vezes, somente às vezes mesmo.
Pois o sempre sempre será o mesmo.
E o mesmo sempre será um ponto de vista se transformando em outros.
Assim nos transformando e nos mudando na velocidade de cada segundo do tempo.

E em uma constância; o universo vai nos ensinar como não sermos inconstantes.
Energias vão se colidirem.

Dependerá somente de nós o tipo de energia que vamos desejar receber, através das energias que vamos escolher transmitir.

O mundo é um vai e vem de reviravoltas.
E ás vezes podemos ir e não voltarmos mais.
E eu quero estar aqui para sempre.
Mesmo que seja apenas um vestígio de minha existência.
E vocês?

Eu vou deixar a minha marca nas pessoas.
Um pedaço de mim.
Um pedaço da minha alma, da minha pele.
De minha carne fraca.
Eu quero tocar cada ideia abstrata
Eu quero conhecer todos os caminhos de volta para casa.

Eu quero viver dentro do mundo inteiro.
E quero que o mundo inteiro viva dentro de mim.

Se expressem, se entreguem, explorem não somente o mundo ao nosso redor, mas todos os outros que não podemos ver. Procurem respostas. Vivam!

Vão além!!