25 de fevereiro de 2015

Eu...

Eu sorrio quando choro
Eu choro quando estou sorrindo
Eu ando quando quero correr
Eu corro quando quero andar
Eu fico acordado quando quero dormir
Eu durmo quando quero ficar acordado
Eu sinto prazer quando estou sentindo dor
Eu sinto dor quando estou sentindo prazer
Eu penso antes de agir
Eu ajo antes de pensar
Eu minto quando falo a verdade
Eu falo a verdade quando eu minto
Eu confundo quando quero simplificar
Eu simplifico quando quero confudir
Eu morro quando quero viver
Eu vivo quando quero morrer
Eu faço pensar quando eu quero que você não pense
Eu faço você não pensar quando você quer pensar
Eu faço você sentir quando você não quer sentir
Eu faço você não sentir nada quando você quer sentir
Eu te machuco quando você quer se curar
Eu te curo quando você quer se machucar
Eu amo quando odeio
Eu odeio quando amo
Eu sinto tudo quando não quero sentir nada
Eu não sinto nada quando quero sentir tudo
Eu controlo tudo que eu quero controlar
Eu faço as coisas acontecerem quando não deviam acontecer
Eu não faço nada quando as coisas deviam acontecer
Eu sou previsível quando devo ser imprevisível
Eu sou imprevisível quando devo ser previsível
Eu sou o inverso
Eu sou o contrário
Eu sou inverno
Eu sou abstrato
Eu sou tudo que eu não quero
E quero tudo que eu sou
Eu sou deus quando quero ser o diabo
E sou o diabo quando quero ser deus
Eu sou tudo
Eu sou nada
Eu simplesmente não estou aqui
Eu não existo

23 de fevereiro de 2015

Mercúrio em Peixes.

Eu não sonho alto
Eu idealizo
Antes de qualquer ilusão
Eu analiso
Antes de qualquer escuridão
A luz eu crio
Eu pertenço a um mundo abstrato
Eu não falo coisas sem sentido
É você que não me entende
Pois talvez suas mentes estejam repletas
de antigos artefatos
Que não servem mais para o meu processo
Eu vim do mundo das metáforas
Eu faço real cada fantasia
Não sou ultrapassado
Eu sou a nostalgia
Eu vivo no presente
Idealizando o futuro
Através do passado
Eu pertenço a todos os tempos
Eu transformo em tudo que eu sonho
Em fato.

19 de fevereiro de 2015

Fim do mundo

Eu e você em um tempo perdido
em algum minuto do desconhecido
juntos dentro de um ônibus abandonado
em algum segundo do passado
num cenário pós apocalíptico
trocando carícias
para salvar
cada desejo
e fantasias
corpos despidos
mesmo estando ventando forte
mesmo estando em um tempo devastado pelo frio
é a nossa hora mais sombria
nossos beijos indica uma tempestade
um furacão que irá destruir
qualquer vestígio da nossa sanidade
seguindo o nosso método de loucura
que segue o coração
fazendo amor dentro dos meus sonhos
enquanto avistamos pela janela um furacão
sabemos que vamos morrer
mas morreremos intensos
vamos embora juntos dessa escuridão
me abrace
sinta o tesão
e morra comigo
entre o caos e a sedução
enquanto os raios caem do céu
enquanto monstros voam através das nuvens cinzas
deixa-me penetrar em você ao ritmo da agressividade dos trovões
enquanto anjos voam pelas avenidas
enquanto a chuva cai
enquanto tudo desmorona
vamos nos entregar
ao nosso pecado sujo
pegue em minha mãos
e aperte forte
e fique comigo até ao fim do mundo.


18 de fevereiro de 2015

Escrava

A saliva de tua língua foi arrancada
Pelo o meu violento lábio
Em forma de beijos que te dominava
Seu corpo então foi possuído pelo diabo
Sua carne então permaneceu mais fraca
Nos entregamos ao mais prazeroso pecado
Hoje a lua está cheia e agora ilumina sua alma
Enquanto a luxuria dança com anjos caídos
Entre a sombria madrugada
Somos só eu e você dentro da minha mente perturbada
Que te conduz no meu poder e controle
Transformando seus pensamentos em fantasias 
que pela escuridão de nossos corações 
foram precisamente criadas
Fazendo você ser só minha nesta noite
Fazendo você ser a minha escrava.