31 de agosto de 2014

Galáxias.

Aquelas palavras antes ditas
Foram ditas distante do hoje
Há várias galáxias brotando da imensidão
Confundindo as realidades do futuro e passado
Estrelas caíram fora do nosso coração
Criando anos que se passam
Sem nossos corpos se tocarem
Deixando um vasto vazio
Deixando apenas um buraco negro
Iluminado pela a nossa escuridão
Escuridão que nós mesmos a criamos
Nesse espaço sideral que nos afastam
Cada vez mais um do outro
Estou há mil milhas dentro de você
Você flutua perdida longe do meu mundo
Com sorrisos moldados em fotografias sem sentido
Sorrisos sem minha companhia
Aquela companhia que completava a sua luz
Que completava o sombrio
Não se conhecemos mais
Pois bem lá no fundo, mas bem no fundo
Você sabe
Que sem eu, e eu sem você
Estamos tanto vivos quanto mortos
Você partiu do meu trem antigo
Pegou um metrô sujo cheia de pessoas que não te completam
Comprou uma passagem com destino a ilusão
Agora eu estou aqui
Transformando em palavras o que eu sinto
Pois assim como você, me perdi de você
Estive em várias realidades
E você está a mil milhas dentro de mim
Mas eu ainda espero
Reencontrar aquele caminho do qual me perdi
Encontrar você
Fazer você novamente me sentir.

27 de agosto de 2014

Luz fluorescente

Era mês de julho e fazia frio
Estávamos com os batimentos cardíacos a mil
Felizes
Como se não houvessem tempos sombrios
Seu toque, sua mão suave sempre em minhas mãos
Seu cheiro impregnado no meu colchão
Seu olhos claros sempre iluminava o quarto
Sempre iluminava a minha escuridão
Mas era exatamente isso que me atormentava
Você invadiu um espaço de grande risco
Tentou mudar os móveis dos lugares
Tentou mudar meus hábitos regulares
Você pegava fogo no coração
E enquanto no meu só havia o frio de um violento furacão
Você queria tomar controle de mim
Você queria me possuir
Enquanto eu só queria a minha solidão
Você queria me engolir
E foi assim que de dentro de nós libertou-se a destruição
Palavras em descompasso
Ruínas de bom agrado
Eu precisava tirar você da minha vida
Enquanto você
Ah você, você queria se tornar parte da minha carne viva
Eu tentei ser elegante
E pedi educadamente para você partir
Mas você não quis
Preferiu me intervir
Suas emoções instáveis arrancou sua fúria de dentro pra fora
Tentando conspirar a minha piedade
Mas quando isso acontece
É a minha fúria aflora
Entramos em agressão
Revolveres escondidos foram expostos brilhando na imensidão
Socos
Tapas
Arranhão
Caos entre dois corpos
Sem desejo nem sedução
E foi quando aconteceu
Lutando contra seu amor possessivo
Na nossa sala de jantar
Em baixo do nosso belo lustre de luzes claras
Foi quando saiu o primeiro e único tiro
Atravessando sua veia carótida
A sua cabeça e seu crânio
Seus gritos, e seu ultimo suspiro
Para o meu ouvido soava como ópera
O sangue voou ao lustre
Envermelhando todo o ambiente da mansão
Ficou tudo vermelho
Como um alarme dando alerta de um perigo iminente
Exigindo evacuação
Mas eu fiquei ali, e me senti finalmente eu mesmo novamente
Complexamente me senti por completo
Pois complexamente você me deixava incompleto
Teu sangue agora era espetáculo
Era como luz vermelha fluorescente
Era como a festa te levando em forma de morte
Mas era apenas seus miolos espalhados para fora da sua mente.

22 de agosto de 2014

Apaixonando-(se)

Entre os meios de nossa imaginação
Está o começo da fantasia que quase, perfeitamente, consegue iluminar a nossa escuridão
Onde os fins se justificam pelo toque insensato da ilusão
Pensamentos que agora estão em sintonia com as estrelas da noite, criam um universo de sonhos em plena imensidão
Formando linhas de raciocínio que brilham como porcelanas de prata
Formando sinuosamente a paixão incendiária
Onde está os segredos ocultos
Onde está a nossa verdade sanguinária
Um cenário minuciosamente criado
Um crime cometido pela nossa mente imaginária
Quase que perfeitamente friamente premeditado
Como lobos sedentos por sangue em meio a mata
Que não procuram lógica e nem razão
Somente o sentimento que desperta o lado animal
Que nos leva ao caminho mais perigoso de todos
O caminho do coração
Entre tantas veia e artérias
Está o amor, o sangue
O pulsar anormal
Trazendo para a nossa a alma
O mudar de uma estação
Onde o frio se despede dando lugar ao verão
Expandindo impulsos elétricos que aguçam o irracional
Mas que intensamente faz a nossa felicidade entrar em ascensão.

19 de agosto de 2014

Bilocação

Aquela sensação de ter me visto em algum lugar antes
A sensação de estar sendo seguido por você mesmo
Às vezes não é você que olha para o espelho
É o espelho que olha pra você
O frio na espinha congela-se em forma de medo
Alguém pode estar vivendo a sua vida
E a euforia se torna desespero
Será que eu existo de verdade?
Ou eu sou a verdade que foge de uma mentira?
Na verdade eu tenho fugido de mim mesmo
Minha mente se equilibra na linha tênue entre o real e o irreal
Mas as vezes eu caio
Entre delírios e devaneios
Às vezes sinto que o mundo se apaixona pelo meu alter ego
Pelo meu outro eu
E não por mim mesmo
Mas será que o meu outro eu, é um eu melhor?
Será que eu posso lidar melhor comigo mesmo?
A resposta está nos relógios cheios de desassossego
No tempo e nos minutos que eu mesmo inverto 
"Consigo me encontrar
apenas quando me perco
Consigo me controlar
apenas quando enlouqueço"
Será que algum dia alguém vai me encontrar?
Talvez alguém já me encontrou
E estão vivendo uma grande paixão
E eu estou aqui escrevendo
Talvez eu não existo
Eu simplesmente posso ser uma ilusão
Eu simplesmente posso não estar aqui
Talvez eu apenas criei um mundo paralelo
Entre eu e mim mesmo
Na minha própria companhia acompanhada pela solidão
Talvez...
Eu me ceguei na minha própria luz
E me enxerguei na minha própria escuridão.

"Só uma coisa é verdadeira. Eu te amo"



17 de agosto de 2014

Nós mesmos.

O começo é o nada, apenas o vazio
Nascemos em prantos
Através de um processo doloroso e sofrido
O começo é uma metáfora para como vai ser a vida
A primeira lágrima
O primeiro choro
A primeira página
E então vamos crescendo
Buscando algum sentido
Criando sonhos
Criando objetivos
Mas quanto mais você aprende
Menos você acredita
A vida é viver ao máximo
E enfim morrer
Mesmo que a morte seja dolorida
A vida humana não tem grandes verdades
Nascemos em dúvidas
Gastamos nossas vidas nos convencendo que ainda estamos vivos
E um modo de fazer isso é amarmos um ao outro
Mas o amor é uma via de duas mãos onde ninguém não sabe dirigir
O fogo, a loucura, a extravagância que se esvai com o tempo me anima muito mais do que o amor
A verdade final de todas as coisas é que não há nenhuma verdade final
Vivemos em um todo chamado mundo
Dominado por pensadores
Mas cada pensador tem seu estado de mente diferente
E as diferenças nos matam aos poucos
A loucura é inaceitável na sociedade para manter a ilusão de uma civilização humanizada
Mas civilizar é um grande ato tolo e ilusório
Civilizar evita de sermos nós mesmos
A loucura nem sequer é uma doença.
Ela simplesmente é apenas um outro de estado de mente.
Temos milhões de anos armazenados nesse computador chamado "Mente"
Temos trilhões de genes dormentes em nós. Um passado evolutivo inteiro
Mas só perdemos tempo em ideologias, dogmas e crenças
Não há evolução
Só futuras guerras e destruição
Ruínas e escuridão
O ser humano precisa trocar de pele
Busca um novo Eu
Pois o ser humano de hoje ultrapassou o ultrapassado
Vocês tem esperança?
Eu tenho. Mas creio que quando isso acontecer, já não estarei mais entre os vivos
Ou mortos vivos melhor dizendo
A coisa mais corajosa que eu já fiz foi continuar a minha vida, quando eu queria morrer
Pois eu sou o meu próprio Deus, crio meus próprios anjos e demônios
"Eu sou como deus, e deus é como eu sou, sou grande como deus e ele é tão pequeno como eu. Ele não pode estar acima de mim, e nem eu abaixo dele"
Somente você pode vencer essa guerra chamada vida
Não precisamos de deus
Religiões somente nos leva ao estado de mente muito ruim
A famosa bad trip de uma droga alucinógena
Te leva a lugares desconhecidos que você não gostaria de estar
Nos cega na mais pura luz
Temos que acreditar de uma vez por todas
Que a única luz somos nós mesmos
Somos nossos atos
E somos nossas consequências
Somos nossas ações
E somos nossas reações.

13 de agosto de 2014

Alta tensão.

Pavio longo, calmo e sereno.
Mas ligado a uma terrível dinamite.
Tudo que desmorona me atrai.
Como chuva e vento.
Tudo que destrói, faz minha mente ascender.
E ela me ilumina.
Me levando ao fogo.
Me levando as explosões.
Eu sou o ascender de fósforos e jogados na gasolina.
Ao alto do prédio eu sou a bala de um franco atirador.
O caos me encontrou e foi amor a primeira vista.
Enquanto muitos rezam ao senhor.
Eu sou aquela bala que atravessa  muros, portas e janelas.
Eu sou a bala perdida.
Aquela que machuca por dentro.
Aquela que sem mais sem menos vai expor a ferida.
O primeiro passo para me conquistar é tentando não me conquistar.
Pois sou guiado pela conquista.
Eu sou aquele que vai controlar.
Porque o amor já está em ruína.
Porque eu sou um ser humano.
Nada diferente da maioria.
Nada diferente de todos vocês.
Somos todos cheios de ira.
Fomos moldados por um Deus.
Numa era passada e esquecida.
Agora estou sempre acordado.
Evitando ser a próxima vítima.
O mundo é lindo
Cheio de belas vistas.
Mas ridicularizado por nós mesmos.
Mas o mundo não acaba.
O que acaba é somente a vida.
Estamos aqui só de passagem.
E em breve estaremos de saída.
E até lá, eu vou ser eu mesmo.
Eu vou ser a imagem que Deus me fez dele.
Um guerreiro narcisista.
Um líder com uma sede insaciável de conquista.
Até lá eu vou observar tudo cair.
Porque eu fui feito assim.
Eu sou feito de fogo e cinza.
Eu só quero ver tudo explodir.
Eu quero sentir o cheiro da chacina.
Quero ver tudo cair.
Eu sou assim, eu mesmo.
Moldado com intensidade.
Alta tensão infinita.





5 de agosto de 2014

Canibal

"O vermelho era a cor da nossa paixão
Agora se despedaçou
Aos pedaços muito bem cortados
Para não dizerem que putrificou
Num segredo do meu coração gelado
Que molda muito bem os pedaços
Ao um molho de alecrim e alho
Saboroso eterno ao meu paladar
Mesmo quando toco a sua pele nua e crua
Minha dopamina libera prazer pelo meu tato
Eu te toco, eu te devoro
Você alimenta o meu ego
Ao um modo bem preparado.
Eu te crio, eu te faço e te desfaço"

4 de agosto de 2014

Juntos

Juntos podemos ser a violência exposta ou apenas sugerida.
Especialmente sangrenta.
Um efeito sincopado do horror que atravessa mundos.
O mundo de nossas obscuras fantasias
Pois nossos corpos juntos compõe uma ópera da carne.
Uma devoção aos extremos da imagem e do som mediadas pela pele.
Rasgando a nossa luxúria de dentro para fora, e de fora pra dentro,
Uma bela sexual trajetória.
Juntos podemos realizar o abstrato.
Podemos enterrar nossos segredos, em meio a nossa mente,
Como num assassinato.
Premeditar sobre os outros cada passo.
Manter a sensação de controle.
Onde cabeças rolam como numa batalha.
Quando você enfia a espada no garganta do inimigo.
E o sangue jorra a vitória em forma de conquista..
Juntos podemos equilibrar a luz e o tom sombrio.
Podemos ser o bem o mal equilibrados.
Numa balança de ouro que não se desequilibra.
Juntos podemos viver esse amor.
Essa paixão doentia
Essa paixão composta por sorriso e dor.
Juntos podemos inverter o tempo em horas invertidas.
Podemos fazer sexo deitados sobre a nossa própria natureza.
Na nossa essência animalesca composta por selvageria.
Juntos podemos ter tudo.
O dia ensolarado.
A lua que que no escuro brilha.
O dia nublado.
Podemos ter o dia escuro e o cinza.
A noite com chuva ou sem chuva
Podemos ter a noite clara ou a noite sombria.
Podemos ser dois corpos em uma alma só.
Nesse mundo composto de terríveis melodias.
Seremos um só ritmo, nessa música composta por terríveis maravilhas.


"Juntos pudemos ter tudo. Mas se não pudermos ter nada, teremos tudo, se tivermos um ao outro, só pelo fato de apenas estarmos juntos"