17 de agosto de 2013

Deprê

Meu coração bate lentamente,
e cada som de suas batidas se misturam com os ruídos do vento que bate na janela.
Vento que assopra as cortinas,
fazendo elas parecerem um furacão querendo derrubar o teto da casa.
Enquanto eu trago esse ultimo cigarro,
deixo meus pensamentos voarem no ritmo da fumaça sobre o ar.
E então percebo que o vazio que eu tinha dentro de mim, saiu para fora.
Agora ele está infestando em meus olhos.
Se você poder me olhar aqui agora,
você vai poder perceber também que eu simplesmente não estou ali.
Pra qualquer lado que eu olhe, eu apenas vejo o meu próprio reflexo.
Algo transparente, como um fantasma.
Agora vago nessa casa vazia.
Pra lá e pra cá.
Procurando uma saída.
E mesmo que seja aqui nesse instante.
Mesmo sendo o agora.
Mesmo sendo o presente.
Tudo parece estar tão velho.
Minhas lembranças estão empoeiradas,
criando teias de aranha junto com a mobília antiga.
Todas as almas desapareceram,
há somente eu aqui,
dentro de mim mesmo.
Sendo assombrado pela a minha a própria alma.
Mas talvez seja apenas uma deprê.
Logo passa.
Como o vento.