28 de dezembro de 2015

A overdose que se transformou em poesia.

A vida costumava ser uma festa sem fim
Os abraços sem sentido
Os beijos de língua em desconhecidos
O limite era irreconhecível
Não existia, nunca existiu
Eu estava assim o tempo todo
Bebendo no gargalo dos atos sujos de um libertino
Sentimentos adormecidos
Troca de olhares vazios
Minha vida tinha uma heroína que me salvava de todos meus medos
Eu costumava procurar ela e corta-la em pedaços
Alinhando-as de forma precisa
Jogando fora tudo que eu tinha
Em uma nota enrolada sem valor
E a usava de forma fina
E ao mesmo tempo de forma arrogante, agressiva
Então o meu mundo implodiu
As estrelas finalmente estavam todas caídas
Tudo eventualmente foi perdendo o brilho
Meu olhar era refletido de recaídas
Mas era fixo quando eu estava no volante
Eu pegava todas as avenidas
A fim de se perder dentro do inconstante
Eu estripava minha próprias tripas
Mas eu me sentia como um máquina mutante
Os lapsos era um tiro de balas perdidas
Eu era um desastre em direção de um irreal horizonte
Era uma miragem repleto de quentes euforias
O calor acelerava o coração
O suor me dava sede por mais uma linha
Só mais uma, um tiro no escuro
Pura ilusão
Mas...
Eu me encontrei se perdendo no mundo
E eu mudei a rota
Eu dei a volta
E voltei para casa
Com a mente quebrada exposta
Cheio de rachaduras e feridas
E enfim tudo teve a sua reviravolta
Demorou para a festa acabar
Não preciso mais beber
Não preciso mais de cocaína
A noite amanheceu
E eu acordei pra vida
Hoje eu tenho overdoses...
Escrevendo poesia.

Hoje dia 28 de dezembro de 2016, completa 3 anos que estou limpo. 
Também completa 3 anos que quase perdi a vida.
Jogado em um hospital, tendo uma overdose.
É, acabou a adrenalina.
- Bruno Bernardes 

22 de dezembro de 2015

Necromancia

Eu só queria que você voltasse
Eu só queria que você fosse minha
Mas agora você está entre dois mundos
E eu não posso mais arrancar a sua língua
Eu não posso me vingar
Se o destino fez de seu corpo
Um lugar podre para insetos imundos
Os destinos se interligaram
Através de nossos atos e consequências
Cada passo pode ser incerto
Por isso temos que seguir prudências
Se eu tropeçar posso te reencontrar no inferno
Mas eu escolhi viver
Segui em frente, mesmo que seja por caminhos obscuros
Mesmo que minha alma esteja repleta de intenções sombrias
Eu escolhi respirar, eu escolhi as batidas da canção
Agora eu observo você daqui entre seus dois mundos
Perdida dentro de você mesma com suas mentiras
Eu escolhi ser a sua redenção
Eu escolhi ser o manipulador que manipula a sua dor
Eu escolhi ser a luz que você olha daí da sua escuridão
Você sabia o mal que iria me causar
E você mesmo assim me danificou
Minhas emoções ficaram bêbadas de desilusão
Eu não sentia mais nada
Nenhum vestígio de afeto sobrou
Além da sede compulsiva do sangue do seu coração
Então eu te trouxe de volta a vida
Eu aprendi a andar em labirintos
Eu aprendi achar a entrada e a saída
Agora eu sei as portas que devo abrir
E sei onde eu vou poder te trancar
E apertar cada osso seu
Até sentir cada víscera
Agora eu controlo o poder de minha ascensão
Eu te marquei
E agora você está perdida em sua própria outra dimensão
E ao mesmo tempo condenada em minhas dimensões
Que prazer te controlar, que tesão
Eu me alimento de seus sentimentos e confusões
Eu sou seu deus
Eu estou acima de você
Eu serei suas próximas mil reencarnações
Olhe pra você mesma
Olhe no espelho
Olhe quem você se tornou
Você se tornou em um narcisismo repleto de perfeições
Olhe pra mim, nos meus olhos
Você é eu
Eu sou você
Se tornamos um só
Nossas almas flutuam em condenações
Eu te evoquei para mim
E a nossa paz é sinônimo de tormento
Pois evocamos o amor
Aqui está tudo escuro
Mas venha; eu te guio
Eu disse que você não ia fugir de mim, lembra-se?
Vamos fazer sexo
E sentir dor
Vamos fazer sexo
E sentir o amor
Bem vinda ao meu inferno
Vamos fazer amor
E sentir o cheiro
E o seu odor crédulo
Vamos nos beijar
Juntos para sempre
Me chame de querido
Morda meus lábios
Abra os olhos
Bem vinda de volta
Bem vinda ao seu destino.

"Enfim eu descobri; por mais que eu tente trazer você de volta para minha vida. Você morreu há muito tempo, e somente agora que eu me dei conta: Você está morta pra mim"

15 de dezembro de 2015

A Valsa.

Me acompanhe até o salão principal
Vamos abrir alas entre os convidados
Vamos atuar juntos a má intenção teatral
Apaguem as luzes e deixem os corações acelerados
Acenda a vela e vamos dançar a valsa diabolical
O fogo da vela não pode apagar enquanto dançamos
Devemos manter a chama acesa em cada passo
Vamos alimentar o fogo dos convidados enquanto nós os queimamos
A valsa do diabo agora está tocando
E nós somos os anjos que dançam
Estamos juntos entre a vida e a morte
Estamos flutuando, estamos dançando
Os olhos de deus brilham ao nos verem dançar
Olhamos tudo em volta queimar
Gritos de desespero
Peles e corpos possuídos pela luxúria da paixão
Gritos de medo
Gemidos de tesão
Somos o poder e o controle
Transcendendo além da emoção
A euforia perfeita
Em uma dança repleta de sedução
E a valsa continua
No ritmo das trombeta da escuridão
Dançamos possuídos por deuses
De outra dimensão
A chama ainda está acesa
O fogo alimenta a valsa
E a valsa alimenta a alma
Queimando cada vestígio humano
Que nos enfraquecem
Logo chegaremos aos tronos mais altos de outros mundos
Vamos renascer das cinzas desses corpos queimados
Corpos que apodrecem nesses salões obscuros
Vamos voar como uma ave fênix em outros universos
Distantes mas abraçados e juntos
Suas mãos ainda estarão segurando as minhas
Como na valsa
O fogo nunca vai se apagar
A dança é eterna
Pois o coração é o compositor
As batidas são arrítmicas
Mesmo que desordenadas
Nunca param
O ritmo acelera nossas fantasias
E em cada pulsação
O nervo atrofia
A pele arrepia
A nossa valsa vai dançar para sempre
Ela é demoníaca
É uma entidade poderosa moldada por deuses
Ela foi feita influenciada em duas pessoas apaixonadas
Foi feita para nós
Eu e você fomos feitos para dança-la
A valsa tinha como o intuito de mostrar para os anjos
Como nós meros mortais
Conseguimos ser capazes de amar e matar
Nós amamos até a morte
Então a valsa do diabo
Ganhou um outro nome
Um nome que vai além da dor
Agora ela chama-se
A valsa do amor.

12 de dezembro de 2015

Eu não vou mais cair

Aquela rua deserta sem saída
Onde as folhas dançam
Com a ventania
Folhas de árvores que não existem mais
De árvores caídas
Eu já estive aqui antes?
Me sinto em paz
Em meio esta ruína
É um beco
Onde assassinos
Aguardariam suas vítimas
Mas eu sou a única pessoa aqui
As nuvens do céu parecem vísceras
É uma outra dimensão?
O que eu estou fazendo aqui?
E de repente
Acelera o coração
Eu me transformo em coisas desconhecidas
Não sei descrever
Eu sou uma mutação?
Memórias surgem
Como lembranças sombrias
Confissão!!!
Aqui é onde eu me escondo
De mim mesmo
Apenas me lembro do sangue
E de deformadas mandíbulas
Meus punhos doem
A dilatação se instala em minhas pupilas
Meus dentes rangem
Logo percebo mil euforias
Meus lábios mordem
Logo percebo que aqui é um local
De pessoas moldadas por taxidermias
Eu fugia de mim mesmo
De quem eu não queria ser
Logo percebo que sou o assassino
E também sou todas as vítimas
Eu sou o meu próprio assassino em série
Eu estava matando todas as personalidades
Que estavam me consumindo
E me levando a fazer bestialidades
Anoitece e fica tudo escuro
E complexamente só na escuridão
Que consigo ver que há uma saída
Então eu me jogo dentro dela
Caminhando no escuro
Sem saber isso onde me levaria
Mas eu cheguei aqui agora
Estou em casa
Escrevendo poesia
Me olhando no espelho
O reflexo de mim mesmo
Uma alma perdida
Não estou delirando
Agora eu sei controlar a minha insanidade
Matei todos os alter egos cheios de manias impulsivas
Deixei só um alter ego a salvo na sociedade
O mais perfeito narcisista
Agora eu tenho o poder e o controle de minha identidade
Eu existo agora
Eu estou aqui para transcender minha vida
Eu sou um homem agora
A vida te mata várias vezes
E eu nem percebia
Que a dor de cada apunhalada
Só me amadurecia
Agora eu apenas preciso me manter
Aqui em cima

Eu não vou mais cair





6 de dezembro de 2015

Domingo de manhã

Domingo de manhã acordados
mas por quê?
mas que diabos?
deveríamos estarmos dormindo
em nossos sonhos abstratos
mas é como um raio de luz que entra
em nossos quartos
nos mantendo um perto do outro
mesmo que distante
com os olhos bem acordados
conversando sobre todo tipo
de diálogos
idealizado seu cheiro
teus lábios
as curvas dos seu corpo
seus beijos e abraços.
É domingo de manhã
e o sol nasceu cinzento
e eu escolhi acordar com você
do meu lado
mesmo que você não esteja aqui
estou te mantendo em pensamento
mas eu queria mesmo
era tua alma flutuando perto
nesse exato
momento
do tempo
aqui perto
me sentindo
me observando
como um fantasma
querendo me assombrar
mas eu me excitaria com seu tormento
eu te abraçaria
te beijaria
rasgaria você por dentro
entraria em você
como um parasita
me infestaria em seu coração
em cada sentimento.

30 de novembro de 2015

Vícios

Fumei a sua brisa
Te amordaçando conforme sua fantasia
Você fez de mim seu carrasco
E eu fiz de você minha vítima
Agora trocamos fluidos corporais
Enquanto a chuva cai violentamente 
No vidro do carro destruindo os para-brisas.

Cheirei a sua euforia
Criando sensações de poder
Acelerando as sinapses 
Da sua mente distorcida
Agora eu a toco 
Agora você é minha
Enquanto eu te toco por dentro
E libero toda a sua dopamina.

Injetei o prazer dentro de suas veias
Criando uma paz intranquila
Atemporal 
Horas perdidas
Visceral
Mentes vazias
Carnal
Corpos e almas realizando fantasias.

Bebi você
Te devorei viva
Me alcoolizei 
De tanto provar o sabor
Do liquor 
Da sua vagina
Explodi você de dentro pra fora
Você gozou cada sensação pervertida
Você me explodiu de dentro pra fora
Gozei na sua língua.

O sexo é o nosso vício
O paixão libera a nossa selvageria
O tesão é o nosso declínio
O amor é a tortura e a carnificina
A nossa vida é um crime de homicídio
Pertencemos um ao outro
Somos a imagem perfeita refletida
Um ato teatral
Que mostra a nossa aura narcisista
É poético e ao mesmo tempo brutal
Somos dois corpos em uma só alma ninfomaníaca.

29 de novembro de 2015

Dear Mr. Gacy.

Parte 1
"Uma das coisas que devem saber sobre mim. É que tenho a mente aberta, sou sincero, sem muito tato, sem críticas. Sou liberal e digo que penso. 
A única coisa que peço a vocês é que não presumam nada sobre mim. Se não tiverem certeza de algo, então perguntem. Nada me ofende e nada é pessoal. Nenhum assunto é proibido desde que estejam dispostos a serem tão abertos e sinceros como eu".

Parte 2
"Temos que ser cuidadosos.  
Devemos ler as pessoas. 
Temos que entenda-las. 
Antes elas entendam você. 
Sempre temos que estar cinco passos à frente de todos. 
Para termo o controle. 
Eu observo as pessoas bem de perto, 
quando não sabem que estou observando. 
Tento descobrir aonde vão. 
O que pensam.
O que realmente se passa na cabeça delas. 
Observando o comportamento delas, 
podemos aprender quais são suas fraquezas, 
as suas vulnerabilidades e seus medos. 
E uma vez que entramos na cabeça delas. 
Temos o poder para fazer o quisermos delas".

"Lembram-se sempre de quem Eu sou."

24 de novembro de 2015

O amor nunca dorme.

O amor nunca dorme
O amor é a ansiedade sem nome
Estaremos acordados para sempre
Pois nossas paranoias tem fantasias
E nossas fantasias precisam de imaginação
Fantasias sujas como causar medo
Fetiches estranhos como tirar sua respiração
Suas pernas se entrelaçam apertando o nosso peito
Seus beijos aceleram o nosso coração
O suor frio deixa os lençóis molhados
E os nossos olhos desenham a alucinação
Nossos corpos entram em vários descompassos
Fazendo que a canção da psicose toque
O toque de nossas mãos
O toque que congela a nossa espinha
A loucura move o tesão
O toque que rasga a nossa pele a deixando em carne viva
O amor só é verdadeiro quando sentimos dor
E a dor só é dolorida quando sentimos amor
E assim cada desejo insano se realiza
É constante
É contínuo
É a obra do medo mais pervertida
Somente assim o amor pode durar para sempre
Olhos sempre acordados
Corpos que causam orgasmos sob a carnificina
Corações sempre acelerados
Com a paranoia sempre bem vestida
Nossos peitos sempre bem apertados
É um ato sem fim
Sem despedida.



17 de novembro de 2015

A única certeza.

Era quase de madrugada. E a ansiedade era a única companhia solidária que segurava minhas mãos, enquanto eu estava jogado no sofá, virando de um lado para o outro sem parar. Os pensamentos vinham e iam, em um ritmo cardíaco de acelerar. Mas uma hora eles sempre cessam, até os próprios pensamentos cansam de pensar.
Então meus olhos aos poucos vão se fechando, e aos poucos a ansiedade vai soltando minhas mãos, e o sono vem e me abraça tão suavemente que adormeço ali mesmo, sob o véu de meus pensamentos que não queriam ir embora. E tenho certeza que agora eles estão escondidos atrás da televisão que sempre deixo ligada, porque se ela não estiver ligada, não consigo dormir, é como se o barulho de alguma coisa, tivesse uma energia que suga seus pensamentos, te trazendo algum tipo de paz doentia.
Era mais ou menos 3 horas da manhã, que ao lapso de um susto, acordo. Coração acelerado, suando frio, com o olho arregalado. Ouço um barulho vindo da porta do meu quarto. Pareciam vozes, gritos e risos, como se fosse uma festa, uma música distante mas ao mesmo tempo bem próxima. Entrei, atravessei a porta, e os barulhos se tornaram silêncio.
Havia uma mesa de jogo de xadrez, e três pessoas. A pessoa no meio, logo reconheci, era um amigo meu, que morreu há alguns anos. Os outros eu desconhecia. Mas antes que eu pudesse falar algo, meu amigo se levantou, e veio até perto de mim, e me deu um abraço. Conversamos como se não houvesse presente, nem futuro, nem passado.
Ele logo me apresentou as duas pessoas na mesa do jogo.
- Meu caro amigo, deixa eu apresentar esse cara, porque ele é o cara, ele nunca perde, sempre ganha.
Fui dar a mão ao amigo dele, e antes que o próprio rapaz pudesse dizer quem era, meu amigo já o cortou me dizendo;
- Morte! Sim isso mesmo, O Ceifador de Almas.
Logo em seguida, a morte me perguntou;
- Quer um charuto?
- Não, obrigado
Ele me olhava com aquele olhar enigmático, um jovem com olhos atentadores, porém convincentes, um momento ali se pausou no tempo.
O charuto, só de olhá-lo já conseguia sentir o sabor em meus lábios, que eloquente. Resolvi aceitar. A fumaça tornou-se brisa dentro meu consciente. E a euforia veio e confortou o ambiente.
E então meu amigo, me apresentou para a segunda pessoa na mesa do jogo. Era uma bela dama, bem vestida, com aparência angelical, saudável. Ela me deu a mão e me deu um beijo no rosto. A marca do seu batom vermelho ficou marcada em minha pele como brasa.
E então ela mesma se apresentou: - Eu sou a vida, vamos jogar conosco?
Seduzido por palavras bem colocadas, sentei a mesa e comecei a jogar.
Enquanto eu tentava ser preciso e estratégico em meus movimentos. A morte e a vida conversavam e riam alto. E de repente uma música começou a tocar sem mais nem menos. Um blues bem antigo, quase que diabólico. E as palavras continuaram, e eu então resolvi somente ouvi-las. A morte sempre tinha domínio do diálogo. Um diálogo estranhamente interessante.
- Ela é a minha sócia.
- Verdade, somos ótimos nos negócios.
- Ela sempre quer ganhar, mas eu sempre acabo dando o xeque-mate.
- É tão bom.
E a morte me olhou e me intimidou:
- Esse jogo nunca acaba.
- Dura para sempre.
- Ou você está dentro, ou está fora.
Então continuei, jogando, fazendo minhas melhores jogadas. Mas eles mesmos impediram minhas cartadas. Estranhamente os dois pareciam flertar um com o outro. E eu estava certo, em um piscar de olhos. A vida e a morte faziam amor na mesa do jogo. Enquanto eu tentava trapaceá-los. Mas não consegui
-A morte e a vida sempre nos "fode" de alguma forma- pensei comigo. Havia duas certezas ali na minha frente em um ato estranhamente metafórico surreal.
Meu amigo se levantou, e me deu um aperto de mãos, senti que estava se despedindo de alguma forma, e antes de tudo aquilo desaparecer no tempo, ele me disse:
- Estarei esperando por você. E como você pode ver: Há um grande mistério cósmico acontecendo aqui em nossa frente. Aliás "Tudo que vive, vive para sempre. Somente o invólucro, o que é perecível, desaparece. O espírito não tem fim. É eterno. Imortal"
Então em outro lapso de susto, eu acordei novamente, no mesmo lugar, dessa vez, sem batimentos cardíacos acelerados, sem suor frio, sem pensamentos abstratos. Voltei à realidade, como se tivesse voltado de algum efeito de uma droga alucinógena. Mas não, era somente a minha mente dizendo mentiras.
Desliguei a televisão. Já estava amanhecendo, fiz um café, sentei no sofá, ainda meio sonolento e confuso. Comecei a ler o livro mais próximo que estava no criado mudo. Um livro que ganhei da minha ex namorada, que deixei ali, e nunca o li. O livro ainda tinha o perfume dela. Não queria lembrar dela, nem despertar sentimentos adormecidos, que quando acordam, são como bestas infernais e selvagens.
Mas em meio a tantos devaneios, consegui trazer aqueles pensamentos de volta. E agora eu sei, a vida é um jogo, que às vezes a gente perde e ganha. Mas o final é sempre o mesmo, Desligamos o jogo e dormimos. E assim é a vida; Só que quando ela resolve parar de jogar com a gente, a morte chega e a trapaceia, pois ela é precisa estar sempre no poder e no controle, Ela sempre dá o xeque mate. Ela sempre vence.
A morte é a única certeza de nossas vidas.

7 de novembro de 2015

Uma amiga.

Uma amiga que fala o que eu preciso ouvir
Uma amiga que sempre faz o meu coração acelerar
Uma amiga que vem na hora que tem que vir
Uma amiga com uma arma sempre tem um corpo de matar
Uma amiga que faz o meu tempo parar
Uma amiga que dança pra mim
Enquanto o corpo dela se encontra com meu olhar
Uma amiga com uma garrafa de uísque para me embebedar
Enquanto dividimos beijos de se molhar
Uma amiga que conta seus crimes
Sem nem um remorso, sem expressão, sem olhar.

Uma amiga que dá sua alma para você
Enquanto você a possui ao tocá-la de todas as formas, sem parar
Uma amiga que passa a noite com você
Fumando cigarros que criam fumaças com nossas risadas altas
Aquela euforia que cria desenhos distorcidos no ar
Nossas mãos nem precisam se tocar
Para sentirmos um ao outro
Nossas almas se conectam
Com apenas um olhar
Corpos que se deslizam juntos
Pés e pernas criam a química ao entrelaçar
Peles se arrepiam
O silêncio se torna uma só ofegante respiração
Pecados carnais dominam
As ofegações se tornam uma metáfora para o nosso tesão.

Nervos atrofiam
Dopaminas liberam 
As veias pulsam
Corações aceleram
Beijos se tornam mordidas
Órgãos se penetram.

Uma amiga com belas curvas para transar
Uma amiga para fazer amor
Onde dividimos um mundo só nosso
Onde realizamos a nossa dor
Um quarto escuro onde colorimos uma amizade
Um cama em chamas
Dois corpos como condutores de intensidade
Uma amizade é uma troca de energias
Uma amiga para valorizar
Uma amiga para confiar
Onde eu posso contar meu crimes
Sem nem um remorso, sem expressão no meu olhar
Uma confiança que se torna
Em maravilhosas infinitas energias
Uma amiga que poderia ficar aqui para sempre
Uma confidente da paixão e das carícias.

Nervos atrofiam
Dopaminas liberam 
As veias pulsam
Corações aceleram
Beijos se tornam mordidas
Órgãos se penetram.


5 de novembro de 2015

Inexistente

É a décima vez que venho aqui tentar transformar mais um porre em poesia
Mas talvez desta vez eu consiga
Porque talvez as bebidas que bebi nem eram bebidas
Talvez era eu mesmo me auto destruindo
De forma cataclísmica
Talvez eu nem tenha ido a lugar algum
Talvez tenho que aceitar que minha mente já está enlouquecida
Talvez eu não fui para as avenidas
Nem para os bares de esquinas
Nem para as ruas
Talvez todo mundo que vi e conversei
Nem mesmo existia
Talvez minha sanidade desistiu de mim
E ela mesma disse:
Basta! É o fim da linha.
É, nem sei mais o que escrever
Nem o que sentir
Minhas veias
E minha mente
Estão completamente entorpecidas
Nem sinto mais minha voz sair
Nem o sangue bombear
Nem a minha corrente sanguínea
Estou ao um alarme da linha que separa as coisas
Me tornei tênue entre um homicida ou suicida
Talvez nem seja eu mesmo escrevendo essas palavras distorcidas
Em péssimas colocações e rimas
Talvez nem seja eu mesmo que esteja aqui
Talvez eu esteja morto
E estou perdido entre realidades dissociativas
Em dimensões entre os transtornos
Que me transformaram numa pessoa sem vida
Talvez eu além de estar ouvindo coisas
Além de eu estar vendo coisas
Talvez eu também esteja escrevendo coisas
Que nem mesmo exista
Talvez eu esteja distante daqui
Talvez eu me deixe flutuar
E desista
Eu estou aqui?
Ou é apenas mais uma de minhas personalidades
Que amanhã não vai mais existir?
Talvez eu esteja virando fumaça
E entre espaço e tempo estou à comprimir
Entre tantas pessoas e tipos de gente
Estou me tornando o pior de tipo de todas
Aquela pessoa que aos poucos vai tornando-se inexistente.

20 de outubro de 2015

As luzes dos postes em frente de casa queimaram

Tá tudo escuro
Minha alma e a escuridão se encontraram
Estou sozinho
As luzes dos postes em frente de casa queimaram
Medo?
Eu?
Medo dos perdidos da madrugada que podem arrombar as portas?
Que podem roubar e matar?
Não! Jamais. Eles que deveriam ter medo de mim
Aliás nunca ande no escuro
Pode-se encontrar um monstro lá
E eu estou aqui em frente
Com a sanidade armada de paranoias
E com as paranoias armadas com granadas
Que os queimariam fazendo deles meras pólvoras
As luzes dos postes em frente de casa queimaram
Do escuro dá para enxergar melhor quem está vindo da luz
Que venham os homens cegos de coragem
Que eu os empalarei com uma afiada cruz
As luzes dos postes em frente de casa queimaram
Só estou aqui à paisana
Em busca de paz e sossego
Quero sentir o vento
Encontrar uma brisa
Que se conecte
Com minha mente sombria
As luzes dos postes em frente de casa queimaram
E espero que permaneçam apagadas
Assim dá pra ver claramente
As criaturas que agora estão despertadas
Elas vagam como exércitos marcham
Em busca de sangue e caçadas
As luzes dos postes em frente de casa queimaram
Assim dá pra ver melhor o luar
As criaturas uivam
E eu só quero ouvi-las
E aos uivos delas
Dançar
As luzes dos postes em frente de casa queimaram
E eu só quero que o brilho da lua
Brilhe em meu olhar.

18 de outubro de 2015

Alienígena

Talvez o mundo
Seja um ficção cientifica
Talvez eu seja a verdade
Em meia de tanta mentira
Talvez o mundo
Seja um laboratório
E nós somos experimentos suicidas
Talvez tudo seja ilusório
E estamos sendo enganados com métodos realistas
Talvez eu faça parte disso
E um dia irão me buscar
Talvez a ficção seja apenas verdades doloridas
Talvez nada seja real
Talvez eu nem exista
Talvez essas palavras foram programadas
Para serem escritas
Talvez eu simulei isso numa viagem do tempo
Talvez esse texto não seja uma poesia
E sim um aviso
Para que todos possam fugir
Da invasão que está por vir
Talvez eu não seja humano
Talvez um dia eu tinha sido
E no futuro eu não seja mais
Pois não existe mais nada que eu sinta
Nenhuma forma de afeto ou carisma
Eu não sinto mais a vida
A vida é que tenta me sentir
Vamos sintetizar a carnificina
Vamos criar
Um mundo que não seja genocida
Vamos destruir vocês
E fazer desse mundo
Um lugar melhor
E o primeiro passo
É colocando em extinção
Cada seja humano imundo
Talvez eu tenha usado drogas demais
E isso não passa mais de uma viagem enfurecida
Ou talvez meu coração não bata mais
E agora eu bebo no gargalo
Toda a misantropia
Talvez eu não seja que nem vocês
Talvez eu seja um alienígena .

17 de outubro de 2015

Lapso

O gosto amargo da mente distorcida
Bebo a loucura no gargalo
O gosto doce de um pensamento homicida
Bebo todo o sangue antes que ele vá pelo ralo
Sinto vermes arranhando a minha espinha
Ouço vozes gritarem dentro do meu cérebro agitado
Um gole apenas de inseticida
Matando os insetos que se infestaram no meu quarto
E se dilata a euforia em minha pupila
Um gole apenas de um momento solitário
O gosto doce de mim mesmo
O gosto da víscera
Meus sentimentos estão em decomposição
Eu não sinto mais aquela mão amiga
Eu apenas quero incendiar toda a multidão
Eu não tenho mais abraços e nem despedidas
Eu sou o vazio que vaga na população
Minhas palavras eram sinceras
Agora são assassinas
Ninguém me olha mais nos olhos
Eu me tornei a escória na cidade perdida
O tempo parou em todos os relógios
Me olham como se eu fosse um monstro
Daqueles que te pegam e comem sua carne viva
Ninguém me quer por perto
Pois tudo que eu toco se putrifica
Todos que entram
Eu já sei que eventualmente já estão todos de saída
Ninguém permanece
Ninguém fica
Todos sentem medo
Como se eu fosse uma entidade sombria
Como se eu fosse de outro mundo
Caçando almas queridas
Talvez eu seja mesmo essa monstruosidade
Mas talvez eu não seja o louco
E vocês sim que sentem tanto medo
De conhecerem o sabor da intensidade
Talvez você se tornaram humanos fracos
Com almas enfraquecidas
Talvez o meu meu amor seja assustador
Pois tudo que é real
Pode nos causar dor
Tudo que é de verdade
Nos assusta e machuca
Temos medo do desconhecido
Sendo que talvez a felicidade esteja
Naquilo que ainda não conhecemos
Talvez mesmo eu tenha essa energia
Que causa medo
Pois ela entra em você e a analisa
A energia psicótica ao olhos dos estranhos
Pois ela entra em você e a magnetiza
Talvez ela só esteja te oferecendo
Uma entrada para uma saída
Ou tudo isso seja apenas
Uma sensação humana
De arrependimento
Depois de vários goles de tequila
Talvez seja apenas um momento
Logo vai passar
Talvez eu não seja um monstro
Talvez seja o ácido
Talvez seja mais uma recaída
Apenas mais um lapso.

14 de outubro de 2015

O Abismo.

O mundo é um abismo natural. Logo que nascemos estamos condenados a viver a vida. A vida pode ser bela em vários aspectos. Mas ela é cheia de encruzilhadas. O abismo ao passar dos tempos, mesmo que de forma atemporal, sem mesmo percebemos, o abismo torna-se parte de nós, como um órgão vital que de forma inconsciente não percebemos que ele está dentro de nós mesmos. E sabendo disso, o lugar mais perigoso do mundo, é o profundo do ser humano, o desconhecido que nem nós mesmos conhecemos, pois todos temos uma personalidade oculta, ali escondida, que evitamos que nossos pensamentos mandem energias para lá. Então quanto mais profunda for a intensidade, mais as emoções irão despertar o monstro que existe dentro de nós, aquela fera que pode devorar tudo e a todos, sem nenhum vestígio de piedade. Piedade é vulnerabilidade, é um sinal de fraqueza extrema. Os sentimentos devem ser extirpados, para sabermos diferenciar o nosso labo bom, e o nosso lado ruim, para então, termos controle sobre nós mesmos, e sobre nossos impulsos. Acredito que o ser humano se perdeu no mundo há muito tempo. Mas vamos devagar, alguém tão perdido como nós pode acabar nos encontrando. E poderemos fundir nossos caminhos perdidos, encontrando finalmente uma saída dessa selva que é a nossa natureza humana. Mas o ser humano esqueceu o que é humanidade. E está somente alimentando a sua sede de poder, de cavar mais pra cima, deste abismo que já nascemos dentro dele. E que a vida fez ele torna-se parte de nós. O mundo nos condena a sermos livres na prisão dentro dele mesmo. A vida é cheia de ficções como as dos filmes de terror, só que em realidade constante. Nadamos em rios de sangue. E descobrimos que a felicidade é uma mensagem subliminar obscura que no final a decodificamos o que está por trás são apenas sorrisos cínicos das pessoas. Descobrimos que por trás de um dócil rosto, pode haver muita maldade. Nada é real, é tudo somente um teste de sobrevivência, para quem vai conseguir chegar acima da cadeia alimentar. Cabe a nós mesmos, escolhermos, dentro desse abismo, se iremos cavar pra cima, e chegar ao poder e ao controle, ou se iremos cavar para baixo e servir quem estiver reinando lá em cima. Qual a sua escolha? Ser a presa ou ser o predador? Eu escolhi alcançar os céus e roubar os tronos dos anjos e dos demônios. Serei meu próprio deus, vivendo de forma carnal e magnífica. E vocês? Se concordaram comigo, pensem comigo. "Todos vivemos em um abismo. A única diferença é a profundidade que nós mesmos cavamos. Quão profundo é o seu fundo do poço?". Vamos crescer e subir na vida? E nos salvarmos? Vamos conquistar o mundo, e quem sabe, em um futuro, conquistar o universo. Vamos sair deste abismo?

11 de outubro de 2015

Morto vivo.

Você chega ao um momento da sua vida em que a morte é mais amiga de você do que sua própria vida. Sua vida abandona você na esquina, enquanto você está bêbado, sozinho e sem nenhum amigo por perto, numa zona perigosa da cidade. E mesmo assim, você acorda no dia seguinte, e a vida te obriga a viver. Mas a morte está ali em forma de pequenas doses de sensações de poder. A euforia se apaixona por você, e você a beija e a abraça forte. As pupilas se dilatam no tempo. A mente se distorce em insanos pensamentos. A vida te abandona, quando você precisa de ar pra respirar. Você fica entubado em uma cama de hospital. Fazendo lavagem estomacal. A vida te abandona quando você precisa alimentar seus vícios. E o coração fica com cheiro podre de hospital. A vida tenta te convencer que a ambição são somente ilusões de grandeza. A vida te mostra que os sonhos são a destruição da realidade. E quando você está chegando lá em cima, no topo do seu próprio ego. Seu coração acelera, o pulmão fecha, e a vida te chuta lá de cima, e você cai direto em um esgoto cheio de sujeira. A vida faz você sentir falta do fundo do poço, pelo menos lá tinha água e doses de cachaça pra você entrar em coma. E permanecer ali. Mas a vida vem e rouba até o pouco de miséria que mal temos. A vida não nos deixam dormir, ela prega nossos olhos, com agulhas, costurando nossa percepção sem anestesia no quarto da insônia. E a insônia mantêm minha imaginação se dilatando na paranoia. A vida me olha com os olhos bem abertos em meus olhos, e não me diz nada, levanta e me dá as costas. A vida me abandona quando eu preciso dela para vivê-la. Ela sai do quarto, fecha e tranca a porta. E me deixa morto lá dentro de mim mesmo. A vida ainda não sei o que ela é, não sei qual o sentido dela. Só sei que acordo todo dia, e me deparo com ela no espelho. Ela encara minha alma e me oferece um cigarro toda manhã. Ela é simpática no café da manhã, quando leio as tragédias e os assassinatos em séries pelo jornal do dia. É só mais um dia normal da minha vida, eu sei. Mas a vida me olha como se eu fosse o principal suspeito. Mas também me olha como se eu fosse um erro perfeito. A vida talvez seja eu mesmo, cobrando demais de mim mesmo. Aliás a vida é minha, e eu faço que eu bem entender. Talvez seja somente eu, apaixonado por uma imagem distorcida e distante no espelho, Talvez as minhas qualidades sejam o meu maior defeito. A vida nos cegam com doses de egomania nos fazendo sonhar alto demais. E ela mesma nos derruba lá de cima, para nos fazer acordarmos pra vida. A vida me matou e me deixou vivo. Mas eu não sinto nada. Eu me alimento de mim mesmo, deixando expostos meus sentimentos em carne viva. Deixando toda a empatia em estado lento de putrificação. A vida me transformou em um animal sem instinto. Em um ser estranho esquisito. A vida é como um carrasco insensível a sangue frio.
A vida me transformou em um morto-vivo.

28 de setembro de 2015

Conquista

Algo me desperta na madrugada
Será a ansiedade súbita?
Ou o barulho do vento,
que na alma minha ruptura?
Não sei ao certo
Me sinto acordado
em sonhos despedaçados.
Apenas sinto
São como devaneios fantásticos.

Maravilhosas brisas obscuras
Ouço uma canção distante
Será que é deste mundo?
Ou é apenas o canto das corujas?
Então eu me levanto
E cada vez mais que me aproximo
A canção me guia sem destino
Estou vagando sobre pensamentos infestados de loucuras.

Estou em busca de algo desconhecido
Talvez eu esteja indo encontrar comigo mesmo
Me reencontrar em linhas que formam o raciocínio
Ou talvez a linha que separa as coisas
Foram cortadas pelo meu punho assassino.

Apenas procuro uma única resposta constante
Que eu deva aceitar
Que aonde quer que eu vá
O caos sempre me espera e de forma simpática,
sempre me aguarda com um brinde de champanhe
E eu tomo tudo no gargalo visceralmente cada gole
E cada instante

O tempo deixou de existir
Agora tudo se segue em uma linha atemporal inconstante
E eu estou apaixonado
Meu coração se encheu de euforia eletrizante
Pois aqui a loucura não passa de mera genialidade
Aqui eu tenho o poder e o controle
O domínio sobre tudo que pode me causar algum tipo de maldade.

Estou acima da cadeia alimentar
Venham jantar comigo
Aceitam este convite como uma mera casualidade
Vamos praticar a gula
E os excessos da gravidade
Sem se importar com que acontecerá na realidade
Pois a única realidade, vai ser quando estivermos todos mortos.
Quando a morte vier e putrificar a nossa imagem.

Ninguém sabe do amanhã
O destino ou algum gênio do mal
Sempre vai impactar com imprevistos
Conspirar de forma surreal
As horas não vão passar
E o tempo de hoje
Será desperdiçado
E o acaso vai nos devorar.

E o destino não perdoa quem não viva a vida
Ele destroça e nos deixam expostos em carne viva.

Viver hoje,
é o único jeito de alcançar o amanhã
é a única maneira de obter a suprema conquista.


25 de setembro de 2015

Reflexão Aleatória

"TEXTO REFLEXIVO ALEATÓRIO DA MADRUGADA."

"Intenso"

Aprendam: A vida é como o clima do tempo, podemos até prever se amanhã irá fazer sol ou não, mas pode ser que venha uma tempestade. Aí podemos perceber que a vida é realmente uma caixinha de surpresas.
Mas nem sempre é uma caixinha embrulhada em um bonito papel de presente, às vezes pode ser uma caixinha de pandora.
E o caos vem testar se podemos ser firmes ou não diante de uma situação que devemos nos mantermos com os pés nos chão, mesmo que as situações em nossa volta pareçam ser um ciclone destruidor.

A vida na verdade é uma inconstância atemporal que não podemos controlar.
É aquela famosa montanha russa de emoções. Um dia tudo pode indicar que sua vida virou de ponta cabeça.
Mas no outro, pode ser um passeio reto com uma brisa suave e um vento no rosto nos acalmando do nossos anseios.
A vida são climas perdidos no tempo que não tem mais data certas para ocorrerem de fato. A única constante é a inconstância.
Devemos abraçar nossos corações a fim que nossa mente não se abale psicologicamente com o medo do que há por vir.
Temos que estar sempre preparados para inevitável.

Ao meu ver; - O mutável é inevitável, os horizontes mudam. Hoje faz sol. Amanhã chove. Só cabe a nós aprendermos de uma vez por todas a nos adaptarmos à realidade. 

20 de setembro de 2015

Soneto - O Baile

"O Baile"

No baile da meia noite lhe convidei para dançar,
Mal eu sabia que no meu destino você seria uma colisão,
E nossos corpos se transformaram em um ritmo de matar,
Seus olhos queimavam meu olhar iluminando a escuridão.

Todos em nossa volta se tornaram imagens distorcidas, 
Era como um sonho e não queríamos mais despertar,
O ritmo de seu corpo indicava animalescas fantasias,
E foi quando a música parou e meus lábios começaram a te beijar.

Seus dentes cravaram em minha língua afiada,
Seu olhar revelou o seu eu verdadeiro e se escureceu,
E eu caí em sua magia serpentina envenenada.

Diante de teu encanto brilhantemente diabólico.
Me apaixonei para sempre.
Meu coração pecou no infinito do teu baile erótico.

- Bruno Bernardes



19 de setembro de 2015

Soneto: Mon amour, mon ami

"Meu amor, minha amiga."

Meu amor e minha amiga.
Você é uma metade que completa minha existência,
Você é uma alma em carne exposta e viva,
Os nervos atrofiados indicando orgasmos em evidência.

Seu beijo é doce como veneno,
Seu corpo é um complexo paradigma,
Somos um só em um universo intenso,
Somos o inferno e o céu fazendo rima.

Eu danço nas pupilas do seu olhar.
Suas pupilas se dilatam ao me ver.
Você agora é fogo no meu mar.

Eu te afogo queimando suas fantasias,
Eu gosto de matar você aos poucos,
Somos os assassinos e as nossas vítimas.

- Bruno Bernardes

18 de setembro de 2015

Soneto - O Jantar

O Jantar

Era nosso aniversário de casamento
Lhe servi um jantar à luz velas
Pois sabia que ia lhe causar encantamento
E então foram feitas promessas

Meu desejo era fazer você me você desejar
Te degustar em cada prato servido
Beber enquanto admiro o seu olhar
Olhar seus olhos negros com tom sombrio

Já você me olhava sem expressão
Você parecia fria e distante
Talvez era a chegada de uma escuridão

Somente queria expressar minha forma romântica
Enquanto eu estava sentado no lugar mais alto da mesa
E degustando pedaços de você em pratos de porcelana.


- Bruno Bernardes.

13 de setembro de 2015

Sentimentos industrializados.

Verdades mal ditas.
Mentiras muito bem contadas.
Pessoas que se substituem umas as outras,
como peças descartadas.
Para quem leva a vida como um jogo.
Sabem muito bem que cada movimento,
será uma boa e genial roubada.
Então sempre procuram vencer,
com infinitas cartas na manga.
E doa a quem doer.
A casa sempre ganha.
O jogo é sujo.
E sentimentos são apenas ferramentas
que usamos para simulações de consumo.
O olhar que engana.
A língua que afia .
Frases muito bem digitadas.
Em uma rede de mentira.
As jogadas sempre mudam.
E as mudanças sempre se movem.
E os movimentos sempre são mortais
Como um ataque de um animal peçonhento
Uma vez que ingerida a ferocidade
O efeito é preciso
Pois a precisão é um veneno.
Para quem leva a vida como o jogo.
Sabem muito bem que o amor é uma ilusão.
Não há ganhos, não há maldade.
Apenas há o ato de fugir.
E esconder-se da realidade.
Para quem leva a vida como um jogo.
Sabem muito bem.
Que qualquer lugar é em vão.
Não existe palavras sinceras.
E nem pessoas com coração.
É tudo uma mentira bem moldada.
Fabricada de uma forma tão perfeita.
Para parecer tão real como uma verdade.
Só que a aparência sempre engana os fatos.
Todos dançam na mesma sala.
Todos dançam os mesmos passos.
É tudo ensaiado
É um jogo.
É um teatro.
Todos sentem os mesmos sentimentos industrializados.
Nada é real
Nada é essencial.
Todos que estão aqui.
Vieram de embalagens.
A paixão, o amor, o ódio, a raiva
Tudo é industrial.
O afeto,
o carinho,
a bondade.
Tudo é superficial.


2 de setembro de 2015

A hora mais sombria

A noite quente devora os dias frios
a madrugada é o espaço entre esses dois tempos
ela não é fria e nem quente
ela é suavemente confortante
ela me protege dos monstros do rio
que alagam em meu corpo
de forma animalesca e cortante.
Meus lábios fazem um brinde ao sombrio
minha boca me leva ao um ato delirante
e finalmente tomo minhas vinte gotas de Rivotril.
O tempo é abatido com um tranquilizante
em minhas mãos o tempo caiu
agora eu o esmago até ele sangrar
como meu coração que se partiu
ao bater mil vezes por segundo
enquanto minha pele se estremecia
e a perseguição era uma mania
enquanto tudo era uma alucinação
as aberrações que eu via
me encarando a espreita em cada esquina
animais despedaçados que me seguiam
em cada avenida
me mordiam
me arrancam a mandíbula
me deixavam morrendo aos poucos
fraco e frágil num chão sujo e podre
exposto a carne viva.
Mas eu parei o tempo
para escrever essas palavras queridas
para lhes dizerem
o que a ansiedade cria
ela cria crises em dias felizes
e os transformam em dias de luto e tristes
é como estar morrendo subitamente num segundo
e logo após alguns minutos
sua alma flutua voltando a vida
você sufoca
logo depois
você respira.
Mas eu parei o tempo
enquanto eu engolia
sessenta miligramas
de Paroxetina.
E consegui controlar
a hora mais sombria.




29 de agosto de 2015

Decifrar-te e Devorar-te

Em todo que há lugar luz
também há a escuridão
afinal quando a luz chegou
a escuridão já esperava por ela
para equilibrar o caos e a destruição
eventualmente criando fantasias.
E ascendeu no ar uma forma de sedução
o desejo e as pessoas perdidas
criamos o luxo e a ilusão
o desejo de ter alguém como mil companhias
em um corpo só
dentro de quartos e salas vazias
a fumaça e os nossos corpos
se fundindo em constelações infinitas
o desejo de te tocar
mesma que seja por uma noite fria
eu posso queimar
e deixar seu tesão em carne viva
a intensidade é intencional
e você mesmo sendo doce
também é sombria
o sonho pode ser real
o amor pode surgir tocando o coração
eu posso tocar você por dentro
fazendo estremecer seus nervos
eu vou te encontrar
mesmo que tudo pareça ser surreal
nossos corpos vão dançar
em um ritual
que somente nós dois podemos conduzir
e equilibrar
eu preciso olhar em seus olhar
te decifrar
eu preciso tocar seus lábios
e te devorar.

26 de agosto de 2015

Animal

O que você vê em meus olhos
é a pupila se dilatando
aos efeitos de uma imediata justiça
Meu olhar transmite agora
uma furiosa euforia
Veja, me encare, me olhe
Espero que você aguente a dor
do meu olhar desafiador
Olhe em volta
Sinta a mordida
Eu vou arrancar sua carne
morder sua mandíbula
Eu vou quebrar
seu coração
E servi-lo de comida
Vou arrancar sua pele
e deixar você exposto
em carne viva
Então eu saciarei
não a fome
Mas sim uma transformação divina
Agora eu sou um animal
E vou rugir na noite sombria
Eu vou caçar a humanidade
Eu vou agir como uma hiena maldita
Leões vão ser o sol que brilha
Agora eu sou um animal
A impulsividade canina
Agora sou o bem e o mal
A estratégia felina
Se me prenderem
Lobos vão me libertar
Destruindo todo o complexo
Com sua ira
Irão rugir ao céus
Estarão rezando
Por uma salvação divina
Pois humanos se tornaram
uma imagem distorcida
Não é mais semelhante
à imagem de deus
E sim somente à da carnificina
Eles deixaram o mundo em ruína
Agora eu sou um animal
Eu estou livre
Vou caçar cada humano
que tentar me caçar
E vou me transformar
em almas viscerais
em um só corpo
Eu vou me transformar
como um metamorfo
Vou alcançar os imortais
E me tornar um deles
Mostrar a eles como os humanos
não passam de meros animais.

"Acredito que o Planeta Terra estaria mais seguro aos cuidados dos animais. E não aos nossos cuidados humanos animalescos".
- Bruno Bernardes



21 de agosto de 2015

Vênus em Escorpião

Capture meu coração
prenda-o com algemas em um cativeiro, 
em um quarto escuro que já foi cena de um crime em série. 
Sangue nas paredes
algumas gotas de há muito tempo
outras tão recentes. 
Deixe-o lá
e o alimente com seus beijos.
E eu sinto uma brisa
há algo além de mim
aqui nesse recinto
observando cada desejo
que sinto.
Não está no chão
nem nos cadáveres 
que estão putrificando
ali naquela doentia
sensação.
Então acontece, finalmente.
O que planejei desde o começo
eu sinto, 
ele está no ar
é você se conduzindo até mim
você me trouxe
o seu amor.
Agora
o amor está no ar
me cegando com sua fumaça
infelizmente você é o ar que respiro
e você sufoca
me mata.
Mas o tempo se despedaça 
ele se perde nos ponteiros do relógio
e eu me torno o seu único abrigo
mesmo eu sendo
o seu prisioneiro
amordaçado e com frio
na verdade
mesmo eu estando algemado
é você que está presa a mim.
A morte paira no ar
matando você por dentro
a tua intensidade brilha
estou supostamente ao seu poder
mas na verdade sou eu que estou por dentro
eu sou o seu parasita.
Estou te olhando
e olhando cada vez mais perto
e admirando a minha conquista
meu plano
sendo executado de forma precisa
agora seu coração
bate por mim de forma doentia.
Bate tão forte
que deseja a morte
ao invés de me sentir
dentro da sua carne viva.
Vênus entrou em escorpião
e agora quem está presa é você mesma
dentro de si mesma
e eu observo cada detalhe da sua ruína
você está sentindo seu próprio ferrão
saboreando sua própria fantasia
o seu veneno nos uniu aqui na escuridão
e você agora percebe que sou a tua única companhia
e você me olha fixamente
transmitindo um olhar de amor e ódio
com sede de vingança
mas você é minha
você não tem mais o poder em suas mãos
agora eu sou sua única energia.
Sem mim, sem meu tesão
você não tem vida
o desejo o capturou viva
e agora está presa em mim
tanto quanto estou a você.
Você me ama querida
olhe para mim
me beije
e perceba
há insetos em todo o porão
há insetos em meus beijos
há insetos em nossos corpos
olhe em volta 
e me abrace
pois estamos mortos.



20 de agosto de 2015

Terra e fogo

Estou entre fogo e terra
Bebendo mercúrio 
como uma sedenta fera.
Tenho a intensidade
e a ambição
um controle absoluto.
Representando o sanguinário Marte
e o poder estratégico de Saturno.
Meu olhar é quente
E tudo que ele olha
faz pegar fogo
minhas mãos estão prontas
para uma ação imediata
em um impulso magnífico 
e impetuoso.
Mas ao mesmo tempo
minha postura está precavida
sou moldado de estratégia
e impiedoso
como um carrasco
de personalidade sombria.
Vivo o mundo
e o mundo me faz sentir a vida
mesmo que me perca
em ilusões dissolvidas
eu troco de pele
como uma serpente
que dança
em um ritual de alquimia.
Adquirindo através da dor
o autoconhecimento
e a sabedoria
conquistando terras e ares
alcançando o amor
conquistando fogos e mares
alcançando a beleza narcisista.


18 de agosto de 2015

Enigma

Vagando
estávamos vagando em um deserto
onde as areias eram escuras
e a noite nunca amanhecia
não estávamos a sós
sentíamos estar rodeados
por criaturas sombrias.
Mas de longe um brilho surgiu
que refletiu o nosso olhar
onde traçar um destino nos permitiu
agora tínhamos um lugar para alcançar
fomos com os corações palpitando a ansiedade
o vento soprava esperança e insanidade
mas chegamos enfim
em uma bela pirâmide
que parecia nos atrair para um suposta eternidade
seríamos jovens para sempre?
Lá dentro nos perdemos em meio a ruínas
mas mantemos em passo firme o nosso desejo
como métodos cheios de paradigmas
sem olhar para trás, sem medo
chegamos a um quarto onde não tinha mais volta
nem saídas.
Então nos olhamos
seus olhos cruzavam os meus
enquanto nossos pensamentos
se infestavam de fantasias
sentíamos como se fossemos deuses
você se afastava
e me atraía
meu corpo com o seu
se tornaram um só ímã
eu me tornei o teu imperador
e você a rainha
presos para sempre um ao outro
em um sonho
enquanto eu dormia
você me beijava
como uma fera faminta
eu te dominava
e você me lambia
colocava tuas pernas sobre as minhas
dançávamos em um salão
todo o tipo de dança demoníaca.
E enfim eu descobri
que ao acordar
o lugar onde eu deveria estar.
Que é ao seu lado
tocando sua vagina
devorando você
fazendo você ser só minha.
Eu e você
deixará Vênus em chamas
e enquanto Marte briga
se exaltaremos de forma precisa
faremos do amor
um ato teatral
onde seremos protagonistas.
Estaremos em todos lugares
até onde o sangue espirra
onde o desejo e a fúria
de nossos corpos
vai desvendar cada enigma.



17 de agosto de 2015

Corpos celestes

Vamos para o Sol encontrar a nossa essência?
Vamos para a Lua e nos conectar com nossas emoções?
Vamos para Mercúrio buscar conhecimento?
Vamos para Vênus aprender a nos amar?
Vamos para Marte lutar por esse amor e pelo todo resto?
Vamos para Júpiter encontrar novos horizontes?
Vamos para Saturno encontrar os limites e a nossa ambição?
Vamos para Urano em busca do futuro?
Vamos para Netuno realizar nossos sonhos?
Vamos para Plutão morrer e renascer das cinzas?
Vamos para o espaço?
Venha viver comigo 
no infinito de 
mãos dadas 
com o tempo distorcido?
Vamos unir nossos corpos nos tornando um só celeste?
Vamos fundir nossas almas e corações?
Vamos ficar juntos para sempre...
E passar nossas férias em outras dimensões?

16 de agosto de 2015

Evidências

Era uma vez um revólver de fogo que sempre estava empilhado junto a outros objetos de pó. Era escuro e frio, ele se sentia solitário, os outros objetos não se interagiam com ele, talvez por receio.
Até que um dia, o suposto dono do mesmo lhe trouxe uma companhia nova. Ela chegou tímida, toda vermelha de vergonha. Ela brilhava na escuridão como diamante, como anjos iluminados, ela brilhava, era a faca da cozinha.
E então, finalmente o revólver disse a sua nova companheira.
-Olá quem é você, pra que serve?
- Você não iria gostar de souber se lhe contasse.
- Isso por que não sabe pra que sirvo.
- Oras pra quê serve então? Por que está aqui neste lugar fundo escondido do mundo lá fora?
- Sou testemunha das intensas emoções humanas. Ódio, amor, e vingança. Sirvo para matar e destruir sonhos.
- Mas oras, é rápido e limpo, é que você não sabe o que eu passo.
- O quê?
- Me usam com força, com extrema violência passional, e às vezes me usam até com um certo de tipo de prazer, seja lá o que deve ser o ser humano, mas sou testemunha que muitos deles são malvados e sádicos.
- Estou surpreso, como você se sente?
- Me sinto dentro da pele, quase me afogo com um líquido vermelho, sinto como se doesse em mim.
- Agora sei por que estamos aqui
- Como? Por quê?
- Oras faca, elegante e afiada. Somos evidências de assassinatos em série.
- Evidências? Sozinhos?
- Sim, mas pelo menos agora tenho com que conversar alguém que não sinta medo de mim, finalmente.
- Então meu caro revólver, pesado e forte. Viril e brilhante, pelo o que me disse, que faz, eu entendo você, pois então conte sempre comigo.
- Obrigado, agora que estamos mais íntimos, posso te dizer!
- O quê?
- Há manchas vermelhas em você, é batom?
- Me beije e descubra.
Moral: Se eu mostrasse essa história para alguém, certamente a pessoa iria concordar comigo. Que não importa o que você faz o que você é por dentro ou por fora. Você sempre vai encontrar alguém nesse mundo, bem parecido com você. Cuidado.
E assim os opostos se atraem e se completam.

15 de agosto de 2015

Ana

Suas palavras doces são trágicas
Mas a tragédia são verdades que me encantam
Sua existência parece ser irreal
Que às vezes imagino que ela faz parte de constelações abstratas
Talvez ela nem exista
Talvez tudo que ela me diz
Sou eu mesmo conversando com minhas palavras
Talvez eu enlouqueci e a criei
Mas seu olhar fixo em meus olhos
São insanos e verdadeiros como os meus, eu sei
Ela está neste mundo
Longe de onde eu estou
E é exatamente esta distância que me faz querer te-la por perto
Tocar seu rosto pálido
Acariciar seus cabelos louros
E dormir ao seu lado
Abraça-la e sentir o calor do teu corpo
Sonharmos acordados
Enquanto conversamos sobre nossos sonhos
Olhando para o teto sabendo que através dele
Há uma lua que sempre brilha
Ela vai sentir a intensidade
De uma companhia desconhecida
Ela vai sentir vontade de me beijar
Olhando em meus lábios
Enquanto me analisa
Seremos amigos de dia
E seremos o brilho de uma noite sombria
Nos conheceremos em breve
E espero
Que ela desfrute cada momento
Assim como eu
Vou apreciar sua personalidade intensiva
Podemos nos atacar
E ela pode conhecer
A força bruta destrutiva
Mas mesmo assim
Depois que eu partir
Ela continuará sendo a minha amiga
Pois somos uma bomba
Ela é o tempo que passa
E eu sou a faísca
Nos completaremos
E irei querer vê-la novamente
Todo dia

10 de agosto de 2015

Fúria

Acordo
E sinto como nem houvesse realmente dormido
O sono encurta o tempo
E confunde a dimensão
Nem passa rápido, nem lento.
Já ouço o latido de um furioso cão
As pessoas estão levantando
Para mais um dia
Feras estão latindo
A vida é um território
Cujo está sendo vigiado pelo desconhecido
Mais um dia para guerrear
E temos que nos proteger
Não criar uma expectativa que tudo vai ocorrer bem
Pois enquanto as horas passam
Você pode ser atingido e sangrar
Temos que sempre nos preparar
Os dias estão claros
Mas repletos de escuridão
O sol é apenas um enfeite
De nossa imaginação
Pois sei que dentro de nós a fúria se infestou
Há instinto constante de sobrevivência
Há vida em alerta em cada coração
E assim os dias vão nos engolindo
Como um faminto tubarão
A rotina doentia
Nos apresenta uma suposta depressão
Mas estamos lutando com nosso maior adversário
O inimigo que todo dia de manhã
Encaramos no espelho
Nós mesmos
A mente nos prega peças
Temos que arquiteta-la de forma precisa
Com bons pensamentos
Para que ela não desabe na loucura
Sem lágrimas, sem medo.
São tempos de fúria
Ninguém é superior a ninguém
Ninguém é inferior a ninguém
E dessa maneira eu luto
De forma animalesca
E constante
E então manifesta-se a raiva
A pupila dilata
E assim sobe o sangue
O sucesso me aguarda
Ele não dorme
Ele é insone

7 de agosto de 2015

Chega !

Esperando na estação
Esperando pelos movimentos certos
Chegou a hora de partir
Para encontrar o meu verão
Deixar tudo que eu me apeguei
Deixar tudo que eu amei
Num vasto passado cheio de escuridão
Não quero me olhar no espelho
E ver o mesmo reflexo da ilusão
Não quero mais sentir medo
Não quero mais olhar pra trás
Não quero mais me afetar
Quero de volta o meu coração
Quero preencher o vazio
Que eu mesmo cavei em mim
Não quero mais preencher com algo sombrio
Ou de manipulação
Não quero mais me sabotar
E nem sabotar os outros
Não quero mais magoar ninguém
Não quero mais ter que contar mentiras
Nem meias verdades
Para ouvir e obter a verdade absoluta imediata
Eu quero que as verdades apareçam naturalmente
Eu quero que elas venham até a mim
Eu quero realmente reaprender amar
Quero iluminar minhas ideais sombrias
Eu quero verdadeiramente saber perdoar
Quero de volta a minha alma
Não quero mais esperar mais nada
Só quero que tudo mude
Não quero mais ter que controlar tudo
Eu espero melhorar
Eu quero sair do escuro
Chega de criar fugas
Chega de se enganar
A partir de hoje
Estou tirando de mim
E indo embora
De todas as zonas escuras





6 de agosto de 2015

Transformação

Há dois guerreiros sanguinários lutando dentro de mim
Minha mente e meu coração são como arenas
E a plateia é o mundo repleto de sádicos
Mas aqui eu sou Deus
Eu sou o espetáculo
Cabe a mim para qual guerreiro eu vou dar mais poder
Ao guerreiro do bem o ou ao do mal?
A escolha é minha
Só agora eu me dei conta disso
Ilumino mais a luz
Ou escureço mais a escuridão?
Acho que nem um nem outro
Qual a decisão?
Talvez eu deva iluminar mais a escuridão
Para quando eu me sentir perdido
Eu achar um caminho para onde ir
E escurecer um pouco mais a luz
Para eu não me cegar diante tanto brilho
Para não ofuscar a minha visão
Eventualmente chegando à casa de Libra
Onde eu vou balançar tudo em um perfeito equilíbrio
Eu preciso de uma nova percepção
Chegou a hora de voltar para a realidade
Chegou a hora de retornar à saturno
Eu preciso construir através da destruição
Sim eu preciso destruir os labirintos que eu mesmo construí
Labirintos onde eu coloquei várias pessoas para serem devoradas
Onde não tem saída
Ontem tem um homem metade fera metade humana
As caçando para devora-las
Essa fera sou eu
Eu tenho que destruir esses muros que eu mesmo levantei
Aqui eu me tornei uma serpente elegante
E agora eu preciso trocar de pele
E libertar todos que estão dentro de mim
Mas é um processo demorado e lento
Eu vou ter que provar do meu próprio veneno
E vou sentir na pela como dói
Ser o que escolhi ser
Mas eu estou preparado
Para lutar contra meu maior inimigo
Eu mesmo
Estou alerta e bem armado
Estou pronto para morrer em Plutão
E como uma fênix se renovar diante às cinzas
Reviver e sobreviver à minha ilusão
Curar as minhas próprias feridas
Estou pronto para a transformação.

7 de julho de 2015

Lua em Peixes

(MELANCOLIA)
Ruas desertas
ventania insana
nas janelas,
folhas perdidas
no ar,
é o inverno
que traz companhias
invisíveis ao meu olhar,
são distantes e sombrias
mas sinto
um bem estar,
o tempo tenta voltar
com suas horas
inversas,
mas eu estou aqui
e não vou mais parar.
Então eu pego a primeira rua
e começo a caminhar,
mesmo com a sensação
de uma estranha aura obscura
para trás eu não vou voltar,
minha mente sobrevoa
em uma névoa de esperanças
e as captura,
e vago sobre espaços vagos
e vago sobre a lua.
Praças solitárias
sem bancos para descansar
casas abandonadas
botecos fechados
sem álcool para brisar,
castelos prestes a desmoronar
parques sujos
rodas gigantes
girando ao contrário
sussurros em meio ao abstrato
sem mais jogos para jogar,
o que parecia ser engraçado
o que antes era divertido
tornou-se doce e amargo,
docemente tudo foi ficando doentio.
Então eu pego a próxima avenida
e vou vagando
no ritmo de uma estranha sinfonia,
paro em um banheiro sujo
onde vejo um espelho
que tento refletir,
e me encontrei
e enfim sinto
e olho para os próprios olhos da melancolia,
e então o medo se manisfesta
mas sigo sem olhar pra trás
com a mente sempre ligada
a paranoia sempre em alerta,
cada batida do coração
cada vez mais acelerada
a insônia sempre desperta
o sono sempre uma imagem abstrata,
sou uma pintura inexistente
em um plano diferente
em uma rua deserta
no meio do nada.
Mas eu acordo
de uma fantasia
que eu estava sonhando.
E a realidade insensível e sádica
arranca minhas entranhas
de dentro pra fora,
e lentamente me mata.

23 de junho de 2015

Inconsciência

A consciência é intranquila, 
já a inconsciência, 
apesar de nos levar a jornadas sombrias, 
de forma complexa
ela permite que nossa mente fique calma e tranquila. 
É um paradigma, 
mas faz sentido, 
tanto quanto para mim, 
quanto para a psicopatia. 
e como já citava Oscar Wilde ...
...
 "A consciência é eufemismo para covardia".