18 de abril de 2016

A Valsa.

Me acompanhe até o salão principal
Vamos abrir alas entre os convidados
Vamos atuar juntos a má intenção teatral
Apaguem as luzes e deixem os corações acelerados
Acenda a vela e vamos dançar a valsa diabolical
O fogo da vela não pode apagar enquanto dançamos
Devemos manter a chama acesa em cada passo
Vamos alimentar o fogo dos convidados enquanto nós os queimamos
A valsa do diabo agora está tocando
E nós somos os anjos que dançam
Estamos juntos entre a vida e a morte
Estamos flutuando, estamos dançando
Os olhos de deus brilham ao nos ver dançar
Olhamos tudo em volta a queimar
Gritos de desespero
Peles e corpos possuídos pela luxúria da paixão
Gritos de medo
Gemidos de tesão
Somos o poder e o controle
Transcendendo além da emoção
A euforia perfeita
Em uma dança repleta de sedução
E a valsa continua
No ritmo das trombeta da escuridão
Dançamos possuídos por deuses
De outra dimensão
A chama ainda está acesa
O fogo alimenta a valsa
E a valsa alimenta a alma
Queimando cada vestígio humano
Que nos enfraquecem
Logo chegaremos aos tronos mais altos de outros mundos
Vamos renascer das cinzas desses corpos queimados
Corpos que apodrecem nesses salões obscuros
Vamos voar como uma ave fênix em outros universos
Distantes mas abraçados e juntos
Suas mãos ainda estarão segurando as minhas
Como na valsa
O fogo nunca vai se apagar
A dança é eterna
Pois o coração é o compositor
As batidas são arrítmicas
E mesmo que desordenadas
Elas nunca param
O ritmo acelera nossas fantasias
E em cada pulsação
O nervo atrofia
A pele arrepia
A nossa valsa vai dançar para sempre
Ela é demoníaca
É uma entidade poderosa moldada por deuses
Ela foi feita influenciada em duas pessoas apaixonadas
Foi feita para nós
Eu e você fomos feitos para dança-la
A valsa tinha como o intuito de mostrar para os anjos
Como nós meros mortais
Conseguimos ser capazes de amar e matar
Nós amamos até a morte
Então a valsa do diabo
Ganhou um outro nome
Um nome que vai além da dor
Agora ela chama-se
A valsa do amor.