15 de dezembro de 2022

Quem é ela?


Quem é ela?

Sua fúria justa por uma vingança oculta, seu coração cheio de feridas entregue a mim, ela, quem é ela? Ela é a salvação pois é uma variável de um amor previsto anos atrás que por desesperança e muita influência de filosofia moderna havia me tornado pessimista em relação ao amor, amor é dor, dor é amor, mas duas palavras unidas criam a relação estrutural que cria um poder que durará séculos, feito de pedra, e pela leveza do coração. Mas quem é ela? Um mistério de um enigma que pode me desmascarar mas ao mesmo tempo será um segredo que nem no túmulo será descoberto. Quem seria eu, ao ousar pensar em outros corpos, além do dela? Seria um corpo em queda dentro de um banheiro sujo sendo analisado devido ao um crime passional cometido por quem? Por ela! Mas quem é ela? Ela é quem atravessou o mundo e construiu pontes para nossas almas se encontrarem nessa vida tão finita e medíocre, mas que me provou que dentro da miséria do mundo, há uma grandeza que não vi em ninguém em vinte oito de vida já vividos, uma grandeza chamada coragem. Ela é a coragem, mas também é a vingança que assim como eu flerta com Nemesis, opostos não se atraem, são os semelhantes que se adaptam ao um espelho tão bonito e tão tentador, porque o que ela viu em mim ela também viu nela. Espelho são portas para outros mundos e foi do outro lado que ela surgiu em um assombro reflexo. E no fim, quem é ela? Ela sou eu, refletida em mim, reflexos que juntaram um quebra cabeça de um espelho quebrado, agora eu vejo uma verdade velada cheia de justiça insana, somos dois corpos fundidos em uma única unidade, às vezes a posse e o domínio faz nossa cama, mas o gozo nos liberta de nossa intensidade insana, que como um verme que invade nossos corpos, e se revira em nossas entranhas, somos duas almas sedentas por amor, violência e vingança. Vidros quebrados; evidências de surtos não revelados, que pelos deuses telúricos foram levados, aprisionados e enterrados, no submundo dos mundos que nos norteiam quando dormimos juntos. Quem é ela? Ela é, não só um, mas muito dos meus mundos. Ela é o amor da minha vida e da morte, da lágrima e do riso, do prazer e da aflição, da luz e escuridão, ela é o espírito que fundiu-se com minha matéria. Eu a sou, somos feitos um do pedaço da carne do outro, somos dois corpos em conjunção, um molde de lama feitos por uma tempestade que clama e vinga por uma justa benção e maldição 

- Quem é ela? 
- Ela é, não só um, mas muito dos meus mundos.





14 de maio de 2022

Becos Escuros



No vermelho do céu, de nuvens densas que criam ruídos da mente, colocando em evidência a fronteira da luz com a sombra do inconsciente, vago por lá naqueles becos escuros, com um mera lanterna em busca da cura da loucura, e descubro em cômodos cheios de aranhas e serpentes que a loucura é o remédio contra a insanidade do mundo moldado por uma normalidade cruel e falsa. 

Regras impostas pela sociedade foram as causas das minhas doenças da mente e da alma. Pois dentro dessas regras moldadas por uma Matrix criada por um ser caído, existe uma tirania que castra a liberdade tanto do destino quanto do livre árbitro. Colocando todos os seres humanos em um estado vegetal e demência coletiva. Apenas seguindo tais regras, que os levam para o mesmo lugar, para o mesmo inferno, um loop de escravidão da alma e do espírito que refletem constantemente no mundo e nos poderes e naqueles que o possuem.

Entrando mais profundo dentro da minha própria mente, aos toques do pêndulo que me me conectava com o outro mundo através de uma longa mentalização com imagens, viajei dentro de mim mesmo. Descendo escadas espiraladas que me levaram a um palácio secreto e abandonado, porém ainda repleto de tesouros que servem como barganha para espiritos do submundo para criar um cenário na esfera terrestre de loucura e insanidade, percebi uma possessão habitual da infância que sexualmente sofri nós confins da décima segunda casa da roda zodical, o trauma e a possessão que em outrora foram despertos por ancestrais a fim de ter o poder de seduzir e de ter poder no mundo, abrindo uma brecha no eclipse na Syzigia antes do meu nascimento, trazendo o Mal Espírito do mundo inferior, assim fazendo com que a maldição passasse por gerações para gerações, até finalmente agora chegar a mim. Logo que nasci.

Logo vi que as escadas que eu desci, a ao olha-lhas de baixo para cima, elas não tinham um fim, passavam das esferas sublunares e de lá, uma luz me conduziria até as esferas superiores Celestes, mas que, como ainda minha alma ainda não cumpriu seu destino terreno, ainda não posso subir, sem antes discorrer o Entremundos e o Julgamento. 

Então é aqui, que eu realmente devo estar, porque é aqui que está todo o abuso que eu sofri, toda tortura. É aqui também que está o recalque, a repulsa, a pulsão da morte como desejo descontrolado de uma Vênus obscura enrolada nas serpentes de Algol, a Medusa.

Vênus da noite beijando Algol exaltando o Mal Espírito olhando e venerando o Deus da destruição, me fez descer aqui, nesse palácio cheio de espelhos que refletem meus preconceitos, meus pecados, minha perversão, minhas fantasias moldadas por fetiches aparentemente doces, mas que, quanto mais se tomava desce mel, mais deixava a outra pessoa a mercê da locura e insanidade. Muitas pessoas que entraram no meu coração, perderem suas cabeças, e o controle de suas mentes foram dispersos nos portões da vida e da morte. E eu, por breves momentos fui o Algoz e ao mesmo vítima deste mostro que me persegue em cada beco do meu destino. 

Uma maldição que quase me fez tornar aqueles que eles mais queriam, um densa e escura sombra em que tudo que eu tocasse fosse engolido pela perdição da imensidão do vazio cheio de tortura e seduções obsessivas. Quase me tornei um algoz implacável e ainda rezo e vigio os ciclos do tempo para não perder o controle da mente e da minha alma, pois o mal não é como um leão que ronda procurando aqueles para devorar, o Mal de verdade é como um ser humano comum, gentil com bons modos e ótimas vestimentas, belo e sedutor, que todos o adoram, que se eu perder o poder da vigília ele me alcança. Quando você conhece seu inimigo oculto, mais ele fica com fome de devorar você. 

Mas, não! Desci aqui. O palácio tem um rei caído, já enfraquecido, com a coroa moldada por chumbo e ouro. Era o reflexo de Saturno em aspecto com o Sol, era o Narcisismo da minha mente que tanto me destruiu. Eu era um rei de bom coração, mas com sede de poder e sangue, era uma sombra com qual eu dançava, e hoje, a sombra já está dominada pela minha mente que hoje é direcionada pela Alta Magia. O inimigo não me alcança mais pelo meu ego, nem pelos meus desejos. Hoje, ele está aqui, no fundo desse poço, que mesmo sendo um palácio, está cheio de vermes entre outros seres rastejantes inomináveis. E, eu não tenho mais medo.

Pois como diz Eliphas Levi: "Por meio de uma ginástica perseverante e gradual, as forças e agilidade do corpo se desenvolvem ou se criam numa proporção que espanta. O mesmo se dá com os poderes da alma. Quereis reinar sobre vós mesmo e sobre os outros? Aprendei a querer""

Então aprendam e mergulhem-se no fundo do poço bruto de chumbo, ao sair de lá, verá a luz que não cega, que não fascina criando fanáticos, verá que a luz e a sombra são Enamorados dentro do Julgamento da Morte que nos leva ao espelhamento da Estrela da manhã que reflete no nosso Mundo. Espantando a maldição a as correntes do Arcano XV.

Pois não há como alcançar os céus, sem antes descer o seu próprio submundo, sem antes passar pelos seus próprios becos escuros.

- Bruno Bernardes

Escrito na hora de Saturno 

30 de abril de 2022

A Casa.




Tá tudo um caos. Há vazamentos pela casa. Há vidros quebrados devido a fúria da mente embriagada. Há dívidas a serem pagas. Na balança do destino, estamos no prato com a nossa alma pesada.

Existe uma bifurcação que separa a loucura material dos clamores espirituais. E nada se coincide, pois há estafes mentais que empoieram e sujam os móveis e a nossa alma. É só um vazio, um corredor escuro, um quarto eufórico, é a sensação do nada.

Minha casa virou uma encruzilhada cheia de despachos com demandas de guerra e destruição. As bençãos subiram aos céus, nos abandonando em uma injusta oração.

Porém, no romper das madrugadas, minha alma serpenteia em ritmo dançante com criaturas desconhecidas e ao dormir, caio no submundo labiríntico da minha mente que nunca cessa seus movimentos. Mesmo em sono profundo, eu nunca durmo. 

E mesmo diante o caos, deito-me em paz ao lado do amor que umedece meu seco e denso coração. Ainda há uma Deusa ao meu lado, nos meus braços, no meu Panteão.

Mas, algo está errado. Há buracos em nossas almas causados por nós mesmos, moldados por atitudes medíocres, mas ao mesmo tempo criou-se o reflexo com as demandas externas, que agora são visíveis ao perceber que há ratos atrás das paredes roendo a nossa loucura para que ela afie cada vez mais nossos pensamentos cheio de moscas e larvas.

Todo dia parece ser uma ressaca, mente com peças pregadas, e um Espírito infestado de bactérias, que inflamam e infeccionam os sete pontos de energia de nossos corpos, bloqueando-os com desalinhamentos contínuos. Eu sou a armadilha que criou a minha própria cilada.

Sim. O inimigo é interno, sou eu mesmo, mas não posso deixar de subestimar os monstros que rondam lá fora, nos cercando com suas artimanhas. Sumindo com nossas chaves, trancando nossas portas, nos acurralando em conflitos e ilusórios debates.

E assim está o meu lar. Ele se tornou uma garrafa de álcool quebrada, estilhaçada no tempo que se impulsionou no garlago da insanidade, ela se tornou um bloqueio no meio do destino, cheio de olhares lá fora cheio de fascínio, malícia e maldade, fechando nosso caminho. 

Meu lar se tornou o fantasma solitário que não desgruda de nós, implorando por uma companhia. Que saudades das borboletas, do canto dos pássaros pela manhã, minha casa se tornou um memorial post mortem, eu, minha amada, os móveis estamos todos de luto. 

As músicas que escutamos são como discos arranhados, alegria desconexa, inexistente, sorrisos emaranhados e serrados como arames farpados.

As riquezas que o carteiro da esfera de Mercurio nos trazia todas as manhãs, não foram mais entregues a nós, destinatários. Pois os remetentes que residem em mundos superiores, nos tiraram de seus grandes planos. Arrancaram minha fé, meu santo cansou, minhas prece dispersou.

E mesmo dançando agora com as palavras. Escrevo-as triste.

Não me sinto mais em casa, e não tenho mais para aonde voltar. Nunca mais.

Hoje o inimigo vence. Eu caio. 
Caio em queda livre no Eclipse de Maio
Mas, quando eu levantar.
Todos que conspiraram contra nós, serão dilacerados.

E com o sangue, com a pele, e com os ossos de vocês, vou reconstruir e consertar a minha casa.


Bruno Bernardes 

14 de agosto de 2021

Carcaça

Já é de noite, e hoje é dia de Saturno, chegamos ao fim do dia, o sol já foi para o oeste, para logo mais quando o ápice do escuro dominar; ir para o subterrâneo dos céus. Saturno, este que está ativado pelas forças do destino, dança comigo sobre a minha mente nos termos de Mercúrio; Saturno também é riso, mas o riso é sarcástico, malvado, ri de seus próprios tombos que você mesmo se permitiu cair, Saturno é uma estrada cheia de buracos, seu pé às vezes afunda em um profundo desconhecido, mas é o tempo avisando; pare!

- Pare antes que a foice chegue antes do tempo, ainda há muita caminhada pelo caminho, vá com calma meu pobre mortal, senão eu lhe arranco a carcaça, pois ela me pertence!


- Bruno Bernardes



31 de maio de 2021

A TEIA



Teia de aranhas tecem seu lar sob os móveis do escritório
Elas crescem nos cantos das paredes e olham para mim,
Elas me julgam, mas ao mesmo tempo gostam da minha companhia
Algumas delas até tocam minhas mãos e sobem na escrivaninha
Minha mente cheia de bagunça; é um lugar perfeito para a morada delas
Elas aumentam de tamanho e se tornam parte da casa
Ou melhor, se torna parte de mim
Se torna um fluido da minha alma
No corredor cheio de pó e cabelos caídos pelo chão
Manchas escuras que aparecem do invisível
E se manifestam na tinta branca dos pisos
São sombras e escombros em ritmo de concretização
O corpo dói e se arrasta pela imensidão
Nenhum médico acha uma doença conveniente
Até que durante um sonho, uma bela moça me diz;
Meu filho; você é moldado por luz e depressão
Quimeras, belezas raras e ciclos de lamparina e escuridão.
Meus pés sujam ao andar pelos cômodos cheios de loucura
A sanidade é inimiga, não caem na conversa dela
Não existe verdade em suas definições
Ser mentalmente são é uma grande mentira
Que o mundo nos conta nos deslocando
Dentro de suas prisões
Porém aqui, nas bagunças da alma
Molda-se fantasmas
A verdade caminha de mãos dadas com a ilusão
Autossabotagens estão sentadas nas poltronas das salas
E outras chegam continuamente
Apertando a campainha no portão
Todas entram de mãos bem dadas
Ah as Autossabotagens;
Elas foram bem vindas
Botei a mesa pra elas
E servi e elas boas comidas e boas bebidas
E me alimentei delas
Porque eu precisava processá-las dentro de mim
E excretá-las na água suja da privada
Junto com outras toxinas
E percebi quão a vida é mera passagem
Mera piada
Quantas mentiras eu tive de contar pra mim mesmo, e engolí-las
Pra descobrir a verdade?
Tal verdade que sempre roncou no meu estômago.
Quantas mentiras eu tive de contar pra mim mesmo?
Para me tornar quem eu realmente sou?
Eu tive fome de me mim mesmo
Eu tive fome do sabor da verdade
Ela é rara, e não se encontra nos comércios convencionais
Ela está dentro de você
Ela está escondida
Esperando você se perder
Para então, encontrá-la
E junto com ela, enlouquecer-se
Essa é a única saída
Devorar a si mesmo
Como um maldito enigma.
É muito melhor caminhar nos trilhos e espirais da loucura
Do que viver dentro de uma bolha obscura
Aqui parece escuro
Mas minha mente é tão lúcida
Que Ilumina vidas noturnas
Nigredos se refletem na luz do meu espírito
E teço meu lar no alto da casa dos céus
Deixando minha alma leve como plumas
Sou também uma aranha que cresce
Minhas pernas são tão longas que se erguem nos degraus
De uma escada que desce e sobe simultaneamente.
E dentro dessa teia cheia de tramas
Me reencontro e renasço mil vezes
Das cavernas cheias de lamas
Hoje e ontem e no momento presente
E em outros futuros já previstos
Eternamente
A teia é uma espiral de ida e volta
De vida, morte e retorno
Pois, agora melhor amigo também
Dos caminhos infinitos.
Nessa teia sem fim
Que nos gruda e nos costura
Como um belo adorno
Em suas variadas sentenças e destinos.
A vida é um suborno.
- Bruno Bernardes
31 de Maio de 2021






11 de novembro de 2020

O ABRAÇO




Um abraço sincero e profundo,
pode preencher um vazio que sempre esteve ali
Vazios, nadas e buracos
Bifurcações
e destinos quebrados
Mas o seu abraço
preenche esse meu ser
que sempre esteve
em um estado
insano
louco
e lunático
o amor curou a guerra
e a guerra agora
é apenas um quadro pintado
uma lembrança
um passado
você agora, está dentro de mim
faz parte do meu corpo
da minha alma
e todas as ações
que levam a algum sentido
ou a um resultado
eu digo, um sentido de permanecer vivo
de viver
nada melhor do que viver com você
entrelaçado

Uma simbiose,
uma ligação entre duas consciências,
que conectam entre si uma sincronicidade única e atemporal
Inconsciências colididas em momentos obscuros temporais,
que unem nossos corpos em uma intensidade cheia de vendaval.

Seu abraço, seu cheiro, seu toque é um conjunto de variáveis
que causam uma constante racional
dentro do meu ser intuitivo e animal
Entre caos e destruição,
ruínas e deterioração
Renascemos das raízes do chão
Somos agora,
frutos das árvores da vida e da morte
Em uma relação fronteirista
Que causa o amor corporal
Em uma união metafísica
Um amor único
Em que o tempo permite
Ser imortal

Há pessoas que podem preencher um vazio apenas com um abraço
E durante milhares de vidas, eu procurei alguém que pudesse fazer isso
E somente você, única, foi capaz de criar esse eterno laço
Laços e colapsos
beijos e compreensão
ternura e loucura
amor e desilusão
verdade nua e crua
libertação.

Djéssica Heidrich
, eu amo o seu abraço.

Eu te amo!

10 de novembro de 2020

POSSESSÃO

Em um lapso temporal que cria uma passagem
brechas que se abrem moldando um personagem
seres que se conectam
perfeitamente espelhados
entre a precisão
e a moldagem de uma experimentação

Dentro de uma tecnologia que interliga estados mentais e corpóreos
a ultraviolência se manifesta no horror gráfico que reflete os cosmos
assim entrando em um corpo preenchendo espaços vazios
espaços em brancos preenchidos por climas densos e sombrios
uma temática de controle que se manifesta sob outros corpos

E assim começa a possessão 

O hospedeiro muda seu comportamento
corrompendo seu trajeto temporal
alterando seu destino
em uma dor de horror corporal

Mentes invadidas
memórias colididas
quando você está dentro de uma cabeça de outra pessoa
almas criam um estado de simbiose dentro do corpo
e a mente enlouquece
dentro de tramas invertidas

E assim a possessão se manifesta perfeitamente

O seu pensamento é realmente o seu próprio pensamento?
ou é algo implantado dentro de você?
suas atitudes são realmente suas?
ou é algo manipulando as suas ações?
será que nossas almas
são realmente nuas
ou estão travestidas
por entidades cruas?

E o mundo é assim, todos nós estamos possuídos
dentro de um suspense cientifico
em um ambiente quebrado por dogmas distorcidos
você é realmente você?
você é realmente livre?
ou é apenas mais um dos milhares de conduzidos

O demônio que nos possui é o sistema.
uma entidade perigosa 
que pode destruir sua alma
sua sabedoria
e sua inteligência

Possessão
Possessor
Invasão
Controlador

Ou você faz parte daqueles que possuem os outros?
Ou se deixa possuir por apenas fazer parte de algo
para fugir da dor de um despertar
que te levaria a algo muito maior que você mesmo?
A realidade dói e arde,
mas muito melhor enfrentá-la
do que se tornar um covarde

Ou vamos preferir viver essa ficção cientifica
essa matrix cheia de cenários perfeitos
que nos ilude e nos domina?
O jeito é olhar para cima
ver os cosmos
ver a sua beleza e o seu terror
lá está a verdade
ela está em uma camada metafísica
em uma fronteira longe daqui
tal verdade que é ultra violenta como uma carnificina
mas depois que ultrapassarmos essa barreira
nossos espíritos irão vestir seu brilho de fogo
e uma vez iluminados
podemos encontrar com os deuses
que nós mesmos criamos
em nossos mundos cheio de quadros. 

A pior possessão é aquela que somos possuídos por nós mesmos.

- Bruno Bernardes

Texto escrito no horário de Saturno (aquele que possui e controla, amarra e aprisiona) Saturno é o Almuten do Ascendente, está em trígono com a Lua na Casa 12  (a loucura, a prisão) - reflete o sistema citado no poema - Saturno conjunto a Júpiter na Casa 04, a casa do submundo - a possessão pode ser desfeita (Júpiter - libertação) através da escrita - Mercúrio está na exaltação de Saturno e Saturno regendo a triplicidade de Mercúrio - A escrita nos liberta de possessores e obsessores. 









4 de novembro de 2020

DISFARCE

 DISFARCE

Eu vou apagar todas as luzes
fechar todas as janelas
vou devorar todos os vagalumes
vou quebrar ao meio todas as velas
e vou fazer um pacto com a imensidão
criaturas irão tomar formas
e finalmente serão belas
irei me alimentar de hábitos nocivos
vou flertar com almas ébrias
e me divertir
com elas

Vou me apagar
muitos temem a escuridão
mas poucos sabem
que ela pode ser um disfarce
uma roupagem
de ocultação da exuberante luz
luz que me enlouquece
que me queima e que me arde
vou abraçar a ilusão
e no escuro e durante eclipses
serei um camaleão
as almas aflitas que me perseguem
eu vou deixá-las entrarem
mas elas vão me tratar como um anfitrião

Eu só tenho que tomar cuidado de não me tornar o que elas são
isso é a complexidade de encontrar paz e luz interior
dentro da sua própria escuridão

No mundo, entremundos, em um tempo cheio de contratempos
onde o minuto que se atrasa, avança para mais um alarde
as almas danças na hora grande ao som de seus próprios lamentos
mas aqui, eu serei um ótimo disfarce.


- Bruno Bernardes


Escrevi esse texto com o Sol conjunto a Acrux na casa da magia (Casa 03), esse texto é mágico, insano e psicografado, o Sol rege a Casa 12, seus raios de luz são enviados para a casa mais escura do gráfico. É dia da Lua e é horário da Lua (o inconsciente veio a tona), o Sol acabou de sair da Casa 04, está renascendo e voltando dos mundos dos mortos. E no momento, eu sou um deles. Um corpo celeste em queda nos cosmos.





3 de novembro de 2020

A SAUDADE É FRIA.

E a luz do abajur se apaga
uma escuridão se aproxima
e tenta fazer comigo
rimas de poesias

Ela veio para me falar sobre a saudade
a umidade de nossos sentimentos
toca uma música com maestria
mas a saudade é dolorosa
ela é fria.

Eu sinto sua falta todas as manhãs
todas tardes, noites e madrugadas
a densidade de tomar um café de manhã sem você
é amargar minha alma com pequenas doses
de cachaças baratas

A inspiração é de uma densa atmosfera
eu me viro nos lençóis
mas não há você
que sensação quimérica
a saudade é um espelho, ela é você
que reflete dentro de mim escuros sóis

Você ainda é a lua que olha para o meu ascendente?
em uma sintonia de telepática
consegue perceber tudo que coração denso sente?

Se sim, sabes que sou pesado como chumbo
sou restos mortais 
sou um vulto moribundo
mas eu te amo
e esse amor que eu sinto
é a sensação mais felicitória do mundo

Não há sol no meu próprio verão
pois quem me trazia dias quentes
era sua a companhia
que agora está distante
em uma realidade diferente da minha

Ir ao mercado comprar frutas e verduras 
sem você ao meu lado
é como ir a um funeral 
ir nos cantos da cidade sem você
é como vagar no umbral
entremundos 
entrelaçados abaixo deste mundo
sem você
é uma cidade sem ruas, sem muros

Entre pétalas e espinhos
eu ainda deslizo você
sangrando minhas mãos
aos desesperados sorrisos
ao meu taciturno coração
aperto você forte, ainda
seguro você comigo, fixa
há um prazer no fundo corte
há beleza na carne viva
estamos à mercê das rodas da sorte

Ah o destino!

Mas eu sei, que você ainda está aqui
no canto dos anjos e o seu coro 
está no sabor salgado dos meus olhos
está sonhando comigo em algum desdobramento 
do meu corpo
criando uma canção feita de choro
e assim as lágrimas saem
silenciosas
elas são cruéis
mas são cheias
de lindas memórias

Mas aqui fica em testemunho cósmico
em respeito aos deuses
e aos meus mentores
que a saudade é fria
mas é úmida
como a chuva que cai
da tempestade que se forma na minha mente
liberando o choro
a noradrenalina e a serotonina
meu corpo é um monumento de saudade
(eu sinto sua falta) 
O amor em doses exuberantes, a dor é liquida
Mas a saudade, eu sinto muito em lhe dizer
Ela é fria!



- Bruno Bernardes

Palavras escritas no horário de Mercúrio (astro que rege a escrita em si, a poesia) com a Lua regendo o ascendente (a Lua senhora da carta do momento) astro das emoções e das memórias, refletindo a saudade (a lua também é um espelho) o que ela reflete hoje, é a saudade que estou de você





31 de outubro de 2020

PINTURAS DA ALMA

Há uma arte na psique, que se entrelaça com o espírito
formas que estão ali em um vazio em branco querendo se moldar de dentro para fora
mas eu não consigo realinha-las ou moldá-las,
devido a um estado crítico mental e emocional
são formas ainda que permanecem dentro de mim como mero fantasmas

São pensamentos e sensações que não se expressam adequadamente
devido às vulneráveis de um coração aflito pela realidade que me cerca
e de traumas de outrora que enlouquecerem a minha mente. 

Uma prisão que transa com a solidão, me fazendo ser um voyeur de seus atos perversos
mas através desse processo doloroso, minha alma faz pinturas da realidade dentro do meu ser, e essas formas ganham um molde, e se tornam um objeto a ser observado, e sentido.
E exatamente ai, que o meu medo é expelido

Dói, mas a dor é remédio que cura a si mesma, 

A dor me destrói e me reconstrói simultaneamente
e ela regenera meu ser
fazendo eu ter uma nitidez lúcida
das visões que outrora eram distorcidas
agora eu vejo a realidade
não são mais meras fantasias

Moldando a visão critica que tenho do mundo e de tantos outros mundos ainda não descobertos
e de outros seres que vivem em áreas oceânicas, rochosas, lamacentas e quentes como o fogo.
meu corpo, minha alma, meu coração estão agora todos abertos
eu me libertei de mim mesmo.
pinturas que criaram o molde da minha alma,
que deixou os segredos obscuros descobertos


Uso a memória intuitiva para criar a pintura que reside dentro de mim
será que a minha alma, tem um molde belo
ou será que eu sou um monstro?
pela sensação, sou um poucos dos dois
há as pinturas belas e coloridas
e há também as pinturas obscuras, sem vidas.

Assim a minha alma materializa sua pintura em meu corpo
e meu espirito então se revela
ele é brilhante como fogo

Memórias que rasgam minha pele
uma pintura cheia de particularidades
tintas sangrentas 
que moldam a maldade
pincéis melancólicos
que dão forma a densidade. 
acúmulos de ideias e pensamentos
medos que me fizeram enxergar a realidade.

Realidade que me impulsionou a seguir em frente
pois a realidade também é arte
é uma pintura que molda
sua alma na eternidade. 


- Bruno Bernardes

O texto foi escrito no dia 31 de Outubro de 2020, às 02:02 am; No dia de Vênus (astro que rege todos os tipos de artes) e no horário do Sol (astro que rege o espírito) A Lua que rege o corpo e alma está agora no signo de Touro (no domicilio noturno de Vênus) E Mercúrio que rege a escrita está em Libra (no domicílio diurno de Vênus) 

O universo reflete realmente nossos corpos, pois somos celestes.