7 de junho de 2018

INÚTIL POESIA



Agora eu me mantenho em silêncio, já que você não está mais aqui
A luz da vela agora tem escuridão
O cheiro de incenso tem odor de enxofre
O quarto se despediu das almas
Até da minha própria
Só há uma carcaça aqui
Refém do medo
Doenças imaginárias
Ou não?
Realidade e paranoias de mãos dadas
Foi perdido o nosso selo
Nossas horas não estão mais interligadas
O tempo nos enganou
Oh que pesadelo
Os gatos andam pra lá e pra cá
Eles também não existem
São apenas fantasmas
Só há apenas um trago ilusório
Sem brisa, sem efeito
Em delirantes fumaças
Não há mais a canção dos ventos
Ventos que antes me acalmava
Agora há apenas uma neblina
E uma silenciosa trovoada
Névoas na minha mente desconectada
A comida não tem sabor
Calmantes não trazem descanso
Meus olhos refletem a minha alma perturbada
Nem a escuridão me aquece mais
Só há um imenso vazio sem fim
Em uma decadente estrada
O que vai ser de mim?
Nesta encruzilhada?
Nem o diabo vem me atormentar ao menos
A morte que me vigiava foi embora com você
Pois quando você partiu
Eu morri com sua despedida
Só há eu e uma sensação sombria
Sou uma solidão que afasta qualquer companhia
Nem choramos
Restou apenas o frio de uma alma sombria
Pois eu não respiro mais
Nem mesmo uma brisa
Sem você
Eu sou um parasita
Não evoluo
Não cresço
Morro aos poucos
Sinto o cheiro de carniça
Anjos e demônios
agora dançam
Sobre as minhas mãos que cria...
...esta escrita
Estas palavras que descascam a pele da minha fantasia
Este texto sem sentido
Esta inútil poesia.