30 de novembro de 2015

Vícios

Fumei a sua brisa
Te amordaçando conforme sua fantasia
Você fez de mim seu carrasco
E eu fiz de você minha vítima
Agora trocamos fluidos corporais
Enquanto a chuva cai violentamente 
No vidro do carro destruindo os para-brisas.

Cheirei a sua euforia
Criando sensações de poder
Acelerando as sinapses 
Da sua mente distorcida
Agora eu a toco 
Agora você é minha
Enquanto eu te toco por dentro
E libero toda a sua dopamina.

Injetei o prazer dentro de suas veias
Criando uma paz intranquila
Atemporal 
Horas perdidas
Visceral
Mentes vazias
Carnal
Corpos e almas realizando fantasias.

Bebi você
Te devorei viva
Me alcoolizei 
De tanto provar o sabor
Do liquor 
Da sua vagina
Explodi você de dentro pra fora
Você gozou cada sensação pervertida
Você me explodiu de dentro pra fora
Gozei na sua língua.

O sexo é o nosso vício
O paixão libera a nossa selvageria
O tesão é o nosso declínio
O amor é a tortura e a carnificina
A nossa vida é um crime de homicídio
Pertencemos um ao outro
Somos a imagem perfeita refletida
Um ato teatral
Que mostra a nossa aura narcisista
É poético e ao mesmo tempo brutal
Somos dois corpos em uma só alma ninfomaníaca.

29 de novembro de 2015

Dear Mr. Gacy.

Parte 1
"Uma das coisas que devem saber sobre mim. É que tenho a mente aberta, sou sincero, sem muito tato, sem críticas. Sou liberal e digo que penso. 
A única coisa que peço a vocês é que não presumam nada sobre mim. Se não tiverem certeza de algo, então perguntem. Nada me ofende e nada é pessoal. Nenhum assunto é proibido desde que estejam dispostos a serem tão abertos e sinceros como eu".

Parte 2
"Temos que ser cuidadosos.  
Devemos ler as pessoas. 
Temos que entenda-las. 
Antes elas entendam você. 
Sempre temos que estar cinco passos à frente de todos. 
Para termo o controle. 
Eu observo as pessoas bem de perto, 
quando não sabem que estou observando. 
Tento descobrir aonde vão. 
O que pensam.
O que realmente se passa na cabeça delas. 
Observando o comportamento delas, 
podemos aprender quais são suas fraquezas, 
as suas vulnerabilidades e seus medos. 
E uma vez que entramos na cabeça delas. 
Temos o poder para fazer o quisermos delas".

"Lembram-se sempre de quem Eu sou."

24 de novembro de 2015

O amor nunca dorme.

O amor nunca dorme
O amor é a ansiedade sem nome
Estaremos acordados para sempre
Pois nossas paranoias tem fantasias
E nossas fantasias precisam de imaginação
Fantasias sujas como causar medo
Fetiches estranhos como tirar sua respiração
Suas pernas se entrelaçam apertando o nosso peito
Seus beijos aceleram o nosso coração
O suor frio deixa os lençóis molhados
E os nossos olhos desenham a alucinação
Nossos corpos entram em vários descompassos
Fazendo que a canção da psicose toque
O toque de nossas mãos
O toque que congela a nossa espinha
A loucura move o tesão
O toque que rasga a nossa pele a deixando em carne viva
O amor só é verdadeiro quando sentimos dor
E a dor só é dolorida quando sentimos amor
E assim cada desejo insano se realiza
É constante
É contínuo
É a obra do medo mais pervertida
Somente assim o amor pode durar para sempre
Olhos sempre acordados
Corpos que causam orgasmos sob a carnificina
Corações sempre acelerados
Com a paranoia sempre bem vestida
Nossos peitos sempre bem apertados
É um ato sem fim
Sem despedida.



17 de novembro de 2015

A única certeza.

Era quase de madrugada. E a ansiedade era a única companhia solidária que segurava minhas mãos, enquanto eu estava jogado no sofá, virando de um lado para o outro sem parar. Os pensamentos vinham e iam, em um ritmo cardíaco de acelerar. Mas uma hora eles sempre cessam, até os próprios pensamentos cansam de pensar.
Então meus olhos aos poucos vão se fechando, e aos poucos a ansiedade vai soltando minhas mãos, e o sono vem e me abraça tão suavemente que adormeço ali mesmo, sob o véu de meus pensamentos que não queriam ir embora. E tenho certeza que agora eles estão escondidos atrás da televisão que sempre deixo ligada, porque se ela não estiver ligada, não consigo dormir, é como se o barulho de alguma coisa, tivesse uma energia que suga seus pensamentos, te trazendo algum tipo de paz doentia.
Era mais ou menos 3 horas da manhã, que ao lapso de um susto, acordo. Coração acelerado, suando frio, com o olho arregalado. Ouço um barulho vindo da porta do meu quarto. Pareciam vozes, gritos e risos, como se fosse uma festa, uma música distante mas ao mesmo tempo bem próxima. Entrei, atravessei a porta, e os barulhos se tornaram silêncio.
Havia uma mesa de jogo de xadrez, e três pessoas. A pessoa no meio, logo reconheci, era um amigo meu, que morreu há alguns anos. Os outros eu desconhecia. Mas antes que eu pudesse falar algo, meu amigo se levantou, e veio até perto de mim, e me deu um abraço. Conversamos como se não houvesse presente, nem futuro, nem passado.
Ele logo me apresentou as duas pessoas na mesa do jogo.
- Meu caro amigo, deixa eu apresentar esse cara, porque ele é o cara, ele nunca perde, sempre ganha.
Fui dar a mão ao amigo dele, e antes que o próprio rapaz pudesse dizer quem era, meu amigo já o cortou me dizendo;
- Morte! Sim isso mesmo, O Ceifador de Almas.
Logo em seguida, a morte me perguntou;
- Quer um charuto?
- Não, obrigado
Ele me olhava com aquele olhar enigmático, um jovem com olhos atentadores, porém convincentes, um momento ali se pausou no tempo.
O charuto, só de olhá-lo já conseguia sentir o sabor em meus lábios, que eloquente. Resolvi aceitar. A fumaça tornou-se brisa dentro meu consciente. E a euforia veio e confortou o ambiente.
E então meu amigo, me apresentou para a segunda pessoa na mesa do jogo. Era uma bela dama, bem vestida, com aparência angelical, saudável. Ela me deu a mão e me deu um beijo no rosto. A marca do seu batom vermelho ficou marcada em minha pele como brasa.
E então ela mesma se apresentou: - Eu sou a vida, vamos jogar conosco?
Seduzido por palavras bem colocadas, sentei a mesa e comecei a jogar.
Enquanto eu tentava ser preciso e estratégico em meus movimentos. A morte e a vida conversavam e riam alto. E de repente uma música começou a tocar sem mais nem menos. Um blues bem antigo, quase que diabólico. E as palavras continuaram, e eu então resolvi somente ouvi-las. A morte sempre tinha domínio do diálogo. Um diálogo estranhamente interessante.
- Ela é a minha sócia.
- Verdade, somos ótimos nos negócios.
- Ela sempre quer ganhar, mas eu sempre acabo dando o xeque-mate.
- É tão bom.
E a morte me olhou e me intimidou:
- Esse jogo nunca acaba.
- Dura para sempre.
- Ou você está dentro, ou está fora.
Então continuei, jogando, fazendo minhas melhores jogadas. Mas eles mesmos impediram minhas cartadas. Estranhamente os dois pareciam flertar um com o outro. E eu estava certo, em um piscar de olhos. A vida e a morte faziam amor na mesa do jogo. Enquanto eu tentava trapaceá-los. Mas não consegui
-A morte e a vida sempre nos "fode" de alguma forma- pensei comigo. Havia duas certezas ali na minha frente em um ato estranhamente metafórico surreal.
Meu amigo se levantou, e me deu um aperto de mãos, senti que estava se despedindo de alguma forma, e antes de tudo aquilo desaparecer no tempo, ele me disse:
- Estarei esperando por você. E como você pode ver: Há um grande mistério cósmico acontecendo aqui em nossa frente. Aliás "Tudo que vive, vive para sempre. Somente o invólucro, o que é perecível, desaparece. O espírito não tem fim. É eterno. Imortal"
Então em outro lapso de susto, eu acordei novamente, no mesmo lugar, dessa vez, sem batimentos cardíacos acelerados, sem suor frio, sem pensamentos abstratos. Voltei à realidade, como se tivesse voltado de algum efeito de uma droga alucinógena. Mas não, era somente a minha mente dizendo mentiras.
Desliguei a televisão. Já estava amanhecendo, fiz um café, sentei no sofá, ainda meio sonolento e confuso. Comecei a ler o livro mais próximo que estava no criado mudo. Um livro que ganhei da minha ex namorada, que deixei ali, e nunca o li. O livro ainda tinha o perfume dela. Não queria lembrar dela, nem despertar sentimentos adormecidos, que quando acordam, são como bestas infernais e selvagens.
Mas em meio a tantos devaneios, consegui trazer aqueles pensamentos de volta. E agora eu sei, a vida é um jogo, que às vezes a gente perde e ganha. Mas o final é sempre o mesmo, Desligamos o jogo e dormimos. E assim é a vida; Só que quando ela resolve parar de jogar com a gente, a morte chega e a trapaceia, pois ela é precisa estar sempre no poder e no controle, Ela sempre dá o xeque mate. Ela sempre vence.
A morte é a única certeza de nossas vidas.

7 de novembro de 2015

Uma amiga.

Uma amiga que fala o que eu preciso ouvir
Uma amiga que sempre faz o meu coração acelerar
Uma amiga que vem na hora que tem que vir
Uma amiga com uma arma sempre tem um corpo de matar
Uma amiga que faz o meu tempo parar
Uma amiga que dança pra mim
Enquanto o corpo dela se encontra com meu olhar
Uma amiga com uma garrafa de uísque para me embebedar
Enquanto dividimos beijos de se molhar
Uma amiga que conta seus crimes
Sem nem um remorso, sem expressão, sem olhar.

Uma amiga que dá sua alma para você
Enquanto você a possui ao tocá-la de todas as formas, sem parar
Uma amiga que passa a noite com você
Fumando cigarros que criam fumaças com nossas risadas altas
Aquela euforia que cria desenhos distorcidos no ar
Nossas mãos nem precisam se tocar
Para sentirmos um ao outro
Nossas almas se conectam
Com apenas um olhar
Corpos que se deslizam juntos
Pés e pernas criam a química ao entrelaçar
Peles se arrepiam
O silêncio se torna uma só ofegante respiração
Pecados carnais dominam
As ofegações se tornam uma metáfora para o nosso tesão.

Nervos atrofiam
Dopaminas liberam 
As veias pulsam
Corações aceleram
Beijos se tornam mordidas
Órgãos se penetram.

Uma amiga com belas curvas para transar
Uma amiga para fazer amor
Onde dividimos um mundo só nosso
Onde realizamos a nossa dor
Um quarto escuro onde colorimos uma amizade
Um cama em chamas
Dois corpos como condutores de intensidade
Uma amizade é uma troca de energias
Uma amiga para valorizar
Uma amiga para confiar
Onde eu posso contar meu crimes
Sem nem um remorso, sem expressão no meu olhar
Uma confiança que se torna
Em maravilhosas infinitas energias
Uma amiga que poderia ficar aqui para sempre
Uma confidente da paixão e das carícias.

Nervos atrofiam
Dopaminas liberam 
As veias pulsam
Corações aceleram
Beijos se tornam mordidas
Órgãos se penetram.


5 de novembro de 2015

Inexistente

É a décima vez que venho aqui tentar transformar mais um porre em poesia
Mas talvez desta vez eu consiga
Porque talvez as bebidas que bebi nem eram bebidas
Talvez era eu mesmo me auto destruindo
De forma cataclísmica
Talvez eu nem tenha ido a lugar algum
Talvez tenho que aceitar que minha mente já está enlouquecida
Talvez eu não fui para as avenidas
Nem para os bares de esquinas
Nem para as ruas
Talvez todo mundo que vi e conversei
Nem mesmo existia
Talvez minha sanidade desistiu de mim
E ela mesma disse:
Basta! É o fim da linha.
É, nem sei mais o que escrever
Nem o que sentir
Minhas veias
E minha mente
Estão completamente entorpecidas
Nem sinto mais minha voz sair
Nem o sangue bombear
Nem a minha corrente sanguínea
Estou ao um alarme da linha que separa as coisas
Me tornei tênue entre um homicida ou suicida
Talvez nem seja eu mesmo escrevendo essas palavras distorcidas
Em péssimas colocações e rimas
Talvez nem seja eu mesmo que esteja aqui
Talvez eu esteja morto
E estou perdido entre realidades dissociativas
Em dimensões entre os transtornos
Que me transformaram numa pessoa sem vida
Talvez eu além de estar ouvindo coisas
Além de eu estar vendo coisas
Talvez eu também esteja escrevendo coisas
Que nem mesmo exista
Talvez eu esteja distante daqui
Talvez eu me deixe flutuar
E desista
Eu estou aqui?
Ou é apenas mais uma de minhas personalidades
Que amanhã não vai mais existir?
Talvez eu esteja virando fumaça
E entre espaço e tempo estou à comprimir
Entre tantas pessoas e tipos de gente
Estou me tornando o pior de tipo de todas
Aquela pessoa que aos poucos vai tornando-se inexistente.