Nossos pensamentos não se tocam mais. Você não deita mais
em sua cama, e pensa em mim antes de dormir, não mais. Em nossos sonhos não
sonhamos mais em um dia estarmos juntos. Nossas mentes se perderam em doses de ansiolíticos misturados com bebida alcoólica,
nos apagamos de nossa memória. Havia uma linha tênue que separava eu e você, faltava tão pouco para nos realinharmos e entramos novamente na mesma conexão que tínhamos. Mas perdemos a esperança. Agora estamos em linhas completamente opostas, distantes umas das outras, elas
não se encontram mais e não existe previsão para que isso ocorra, não nesta dimensão,
não nesta realidade. O sinal está fraco, as batidas de nossos corações não
aceleram mais, quando nos esbarramos na rua. Era fácil fazer amor com outra
pessoa, porque eu pensava em você, eu sempre pensava no desenho fino de sua
cintura, do batom vermelho borrado em minha pele, de seus pés delicados e magros se atrofiando de
tanto prazer, agora transar com uma pessoa desconhecida, realmente é algo que
desconheço, porque em meus pensamentos você não surge mais, não mais. Mas eu me
pergunto: Como pude esquecer tanto de você, e escrever todo esse texto pensando
em você? É madrugada, talvez a insônia esteja me fazendo imaginar coisas
que não existem mais. É, deve ser isso. Eu preciso tomar um calmante e dormir.
Não nos conhecemos mais, nos tornamos estranhos.
Afinal, quem é você?
Afinal, quem é você?