30 de dezembro de 2013

Coração a mil

Alterações nos pensamentos
Sinto que dentro de mim nada está mais estabilizado
Será que esse é o ultimo suspiro?
Será que terei pelo menos um ultimo abraço?
Palpitações fazem eu sentir rapidamente a realidade
Uma energia desesperadora domina meu corpo
E meu coração entra em colapso.

A vida em forma de arritmia,
Vivendo em distúrbio
Dias em formas de taquicardia, 
A frenesi do mundo.

Dias incompletos em horas irregulares
O tempo está acelerando junto com o coração
Será que o tempo vai parar?
E vai me sucumbir para a escuridão?
Onde o tempo não passa
As vezes não gosto de pensar.

A sensação de morte iminente entra no quarto
Solidão em um quarto cheio de pessoas num hospital qualquer
Você faz coisas por impulso e os impulsos elétricos do teu coração quase param
Você sente que os sinais podem parar
Você percebe que está sozinho e não há mais ninguém para se contrair em você
Não há abraços mais.
Não sobrou beijos para beijar
Não sobrou corações para amar

Agora eu sinto calafrios em minhas próprias chamas
O fogo de viver a vida é intenso até você se queimar
Você olha para o espelho e percebe o quanto você estava desfigurado
Seu reflexo está ali, mas é como se não houvesse mais alma
Como se o mundo estivesse girando ao contrário.

Como posso ser tão capaz de errar de uma maneira tão perfeita?
Eu sou tão perfeito quando erro
O mesmo colapso de tudo
As mesmas ruas invertidas
Os mesmos postes sem luz
O mesmo tom obscuro.

Mas uma dor pode salvar uma vez a sua vida
A segunda chance pode vir em forma de lâminas
Teremos alguns cortes
Mas nada do que não possa ser costurado
A vida é assim
Cheia de retalhos
Eu posso me ver agora
Eu sinto agora
Eu ainda estou vivo
Renovado.

Acordei pra vida dentro da minha própria vida
Um inception de realidade
Um início sem fim...
Nessa guerra contra mim mesmo
Ainda sou um soldado
Cheio de cicatrizes 
Implacável.




18 de dezembro de 2013

Rochester

"Muito vinho tomei enquanto discursava 
sobre quem dormia com quem e no colo de quem sentava.
Quando eu ainda tomado pela embriagues espúria, 
tentei curá-la através da luxuria. 
Fui até o parque de Santiago esfriar minha cabeça e me entregar ao diabo. 
Mas embora o parque leve o nome de santo, 
é consagrado ao pênis e a vagina pelos cantos, 
lá incestuosos nascimentos bradam da terra fértil os acasalamentos,
e a noite sob suas sombras e gemidos,
roubos, estupros, incestos são cometidos."

-Conde de Rochester

19 de novembro de 2013

0:T3mp0

O tempo não resolve as coisas que você mesmo poderia resolver
O tempo destrói tudo, inclusive o agora.
Agora mesmo que escrevo esse texto, eu estou perdendo tempo
Eu poderia estar lá fora correndo atrás de meus objetivos
Mas resolvi escrever esse texto sobre o tempo
Consequentemente me fazendo perder tempo
Logo esse texto será apenas uma lembrança
Uma lembrança sobre o tempo
Que o cérebro automaticamente apaga
Substituindo o tempo que você acaba de desperdiçar por uma outra lembrança.
Você não lembra dos momentos, você se relembra da ultima lembrança.
Lembranças que logo serão apenas vestígios
Evidências de uma tolice, como num crime
Cinzas que o tempo queimou
Aos poucos o tempo vai desaparecendo sobre o próprio tempo
O tempo, ele mesmo se destrói aos poucos
Ele mesmo se mata
Ele é irreversível
O tempo é suícidio
O tempo não corre
O tempo não voa.
O tempo viaja mais rápido do que a própria velocidade da luz.
E nenhum som pode ouvi-lo passar
E por mais que você tente controlar o teu pensamento
E por mais que você tente colocar em ordem qualquer sentimento
O tempo só vai te pregar peças, com a ilusão que tudo logo irá ficar bem, com o tempo.
"Como a luz que pensa que viaja mais rápido do que qualquer coisa, mas não importa o quão rápido a luz viaje, ela sempre descobre que a escuridão chegou la primeiro, e estava esperando por ela."
Como eu, que tanto tentei falar sobre o tempo nesse texto
Que acabei perdendo a noção do tempo.
Acho que só perdi meu tempo.

(com você)



14 de novembro de 2013

Rotina

Hoje não deveria ser hoje Amanhã não deveria ser amanhã Ontem não deveria ter sido ontem A dilaceradora rotina Que mata o tempo Tempo que assassina os minutos Minutos que tortura cada segundo de minha vida
Matando a mim mesmo Meus vícios se viciaram em mim Minhas emoções quebraram o gelo, o transformando em paixões. Paixões que me queimam de dentro pra fora Agora eu sou o meu próprio despertador E eu me tornei uma bomba relógio
Eu poderia explodir o mundo, se eu pudesse A rotina fria e calculista
Que planeja metodicamente o meu assassinato
A cada manhã que levanto no tic tac do despertador
Já imaginando o tanto de melancolia no cobertor
O sangue já espirrado na parede do meu quarto Em forma de um coração sem amor
O tempo tornou-se sádico
Tornou-se a minha dor
E na parede suja velha, um tom forte avermelhado
Uma tragédia com traços bem desenhados.
Aquelas olheiras ao sol Aquele mórbido olhar sem expressão Já preparando um café amargo Saindo de casa com a mesma companhia de sempre
A ansiedade manipuladora e malvada Que sussurra no meu ouvido
Querendo sempre voltar logo para a casa
Querendo voltar sempre para o mesmo lugar Para repetir e repetir Novamente e novamente
A mesma morte de todas as manhãs
No despertar sombrio Na mesma rotina que levo
Perto de uma cova rasa. Com a sensação que um dia tudo poderia mudar
Mas que nunca muda Mas que nunca acaba.

11 de novembro de 2013

-Carrera-

Eu não sei exatamente como tudo começa.
Talvez seja apenas a súbita necessidade de sentir alguma emoção
Aliás nada sei ao certo.
Mas é como se não houvesse um fim.
Como a cor de um fantasma que segue uma estrada reta
Procurando uma vida.
Uma vida para seguir
Mas tudo não passa de um deserto
Uma miragem reta e transparente
Transparecendo a mente em formas de linhas retas, que alinha a paranoia.
Paranoias que ficam tão claras, tão brancas.
A euforia de uma pista que nos leva ao desconhecido.
O destemido sanguinário de uma guerra, contra ele mesmo.
A solidão, de posto em posto, a bebida e o sombrio
A sensação de realidade parece que vai se alinhar pra sempre.
Mas são apenas linhas distorcendo tudo
Desalinhando as linhas do meu raciocínio
Me tirando da linha.

28 de outubro de 2013

A Saudade

Entre as minhas idas e vindas.
Em algum lugar no meio delas, você se perdeu.
Desapareceu em meio a neblina.
Partiu para um outro caminho.
Seguiu para uma outra avenida.
Evitando os becos escuros que eu te perseguia.
Deixou-me só em uma encruzilhada.
Na encruzilhada da nossa despedida.
Perdemos o controle e mesmo assim eu não percebia.
Que se eu não fizesse nada. 
Do meu mundo logo você fugiria.
E você se foi.
Deixando o nosso universo em cinzas.
Agora te abraço sem te tocar.
É como se você estivesse em outra dimensão.
Me vigiando.
Lembrando.
É como se você estivesse num lugar do passado.
E nossas lembranças são como uma máquina do tempo que nos fazem viajar através de nossos pensamentos.
Unindo nossos corpos em um brilhante e complexo sentimento.
Lembranças que fazem mundos colidirem. 
Fazendo nossos corações terem uma explosão cósmica.
Criando um luar que ilumina nossas noites antes de dormir.
Fazendo as estrelas brilharem em nossas janelas trancadas pelo medo.
Unindo nossas almas mesmo que em universos paralelos.
Nessa imensidão escura que se escondemos.
Lembranças que vagam no espaço como meteoros.
Somente esperando um lugar e tempo exato para colidir.
Fazendo nossos abraços se encontrarem.
Talvez.
Talvez encontrar uma fenda no tempo que estamos distantes.
Mas ainda estamos em queda nessa atmosfera de lembranças.
Lembranças que nos trazem uma unica sensação.
Essa sensação de estarmos perdidos no espaço.
No espaço que criamos entre nós.

Entre tanto espaços, entre tantos universos.
O nosso acaba de ganhar o nome de Saudade.

11 de outubro de 2013

Orgasmo !

Na madrugada o fogo conspira
Invadindo nossas mentes através do vento na janela
Dando vida aos nossos corpos
Dando vida a fantasia
Te tocando
Te sufocando
Quebrando entre nós dois
Cada barreira fria
E por mais que você tente resistir
Mais você permanece
Mais você fica
Tua alma queima junta com a minha
Se completam
São parecidas
Como a intensidade
De uma tempestade
É fogo
É sombria
Por mais que você tente falar
O prazer lhe sufoca
Por mais que você tente suspirar
O orgasmo te enforca
Apenas seu tesão respira,
Te beijo, te pego por costas.
No teu pescoço toda a força envolvida
Pés juntos
Pernas entralaçadas
Apenas mais um suspiro
E o teu nervo atrofia.
Você goza
Você grita!

O lado do meu lado sombrio - parte3

A Lembrança.


30 de setembro de 2013

Noites estranhas.

E a rotina suga os dias.
Me fazendo procurar por mim mesmo nas noites. 
Me levando em busca de todo tipo de euforia.
Regada de prazeres mundanos.
Na frenesi das luzes de cada esquina.
No ritmo das músicas sem melodia.
Dançando no ritmo frenético da madrugada
Mas quanto mais passa o efeito da bebida.
Percebo que no dia seguinte a lua não brilha.
E as estrelas desaparecem sobre a neblina.
Por mais que tento reorganizar meus pensamentos no calor da noite.
Apenas fico cada vez mais vulnerável.
Mais perdido.
Com o coração ainda mais bagunçado
Pensamentos se transformam em neuroses.
Nos becos escuros, com o alerta ofuscado.
Sozinho, sem cobertura, mal armado.
A noite se torna um deserto.
Onde areias movediças me levam cada vez mais para baixo.
Logo vai amanhecer.
E a realidade está voltando para arrancar minhas entranhas.
Vejo que estou em o total declínio nesse mundo amargo.
Com sede de alguma luz em uma noite escura no deserto de minhas ilusões.
As noites que são como um deserto.
Procuramos constantemente por um belo amanhecer.
Mas o sol é apenas uma miragem.
E quanto mais tentamos o alcançar, mais a vida fica mais obscura. 
Pois cada prazer que encontrei.
E cada corpo que toquei.
São sensações que não se preencheram no vazio.
Sentimento que não se sentiu.
Pensamentos que não se inspiraram.
E por mais que o luar brilhe.
Ele nunca esteve ali, ele nunca existiu.


17 de agosto de 2013

Deprê

Meu coração bate lentamente,
e cada som de suas batidas se misturam com os ruídos do vento que bate na janela.
Vento que assopra as cortinas,
fazendo elas parecerem um furacão querendo derrubar o teto da casa.
Enquanto eu trago esse ultimo cigarro,
deixo meus pensamentos voarem no ritmo da fumaça sobre o ar.
E então percebo que o vazio que eu tinha dentro de mim, saiu para fora.
Agora ele está infestando em meus olhos.
Se você poder me olhar aqui agora,
você vai poder perceber também que eu simplesmente não estou ali.
Pra qualquer lado que eu olhe, eu apenas vejo o meu próprio reflexo.
Algo transparente, como um fantasma.
Agora vago nessa casa vazia.
Pra lá e pra cá.
Procurando uma saída.
E mesmo que seja aqui nesse instante.
Mesmo sendo o agora.
Mesmo sendo o presente.
Tudo parece estar tão velho.
Minhas lembranças estão empoeiradas,
criando teias de aranha junto com a mobília antiga.
Todas as almas desapareceram,
há somente eu aqui,
dentro de mim mesmo.
Sendo assombrado pela a minha a própria alma.
Mas talvez seja apenas uma deprê.
Logo passa.
Como o vento.

28 de julho de 2013

Que

O que te feriu?
Que lâmina lhe cortou?
Que mágoa lhe ressentiu?
Será que foi a minha língua afiada?
Pensamentos opostos que forjamos 
Paranoias que martelamos
Blocos de ferro que juntos carregamos
Nos desequilibrando
Ambos somos um peso nas costas.
Que bicho nos mordeu?
Que corrente poderia nos prender?
Que cordas poderia nos amarrar?
Quais algemas poderia nos condenar?
Que minhocas temos em nossas cabeças?
Você me trouxe aqui, nessa obsessão.
E agora você está do outro lado da sala
Tomando o seu café que nem mesmo esquentou
Que inverno nos esfriou?
Que frio se tornou o nosso coração?
Logo o vento também chega nos levando para longe.
Que mordaça poderia calar a nossa paixão?
Talvez seja a rotina.
Não sei.
Talvez seja o tempo parando
Talvez seja o universo nos transformando
Talvez seja a vida nos dando uma lição.
Que vida?
Que vida nos daria somente ilusão?


21 de julho de 2013

Fenda no tempo

Sonhávamos alto demais.
Voamos alto como dois passageiros em um céu distante.
As palavras e as promessas eram incertas.
Eram obscurecidas como uma noite sem estrelas.
Nossos corpos juntos, tinham o sabor do desconhecido.
Éramos como uma planeta ainda não descoberto.
Mas semelhante à Vênus.
Tanto quanto pelo amor, tanto quanto pela paixão.
Era tudo tão misterioso, tão excitante.
Estávamos distante de tudo e todos.
Mas estávamos seguros, estávamos salvos.
Formávamos a nossa própria constelação.
Estávamos flutuando em nosso próprio universo.
Naquele momento do tempo, pelo menos era isso o que mais importava.
Mas mal sabíamos que sonhar alto demais poderia nos elevar à uma altura que poderia nos fazer perder o controle e a noção.
Teríamos que passar por uma forte turbulência de emoções.
E agora seria difícil colocar novamente os pés no chão.
Mas os beijos e os toques eram tão suaves e calmos.
Como poderíamos saber que a noite e o seu calor,  poderia se tornar uma manhã fria cheia de desilusão?
Se tivéssemos pensado nos contratempos, não teríamos perdido tanto do nosso tempo.
Nosso amor se perdeu no espaço, e se colidiu em uma fenda no tempo.
Aterrissamos em um lugar vazio e tudo se tornou um mero passado.
Estamos em um lugar que costumávamos sempre estar, mas agora não há ninguém aqui.
Nem eu, nem você.
Apenas pequenas lembranças insignificantes.
Lembranças que logo serão devoradas por criaturas que o tempo trás e as apaga.
Restando apenas um buraco negro em nossos corações.

17 de julho de 2013

Através

Me de um pouco de sua percepção, e me deixe ver através de você.
Queria que fosse possível ver o mundo através de teus olhos.
Queria poder descobrir as tuas maneiras de ver as coisas.
Será que as manhãs seriam mais claras?
Ou será que as noites seriam mais escuras?
Certamente, que quando eu me olhasse no espelho, eu enxergaria uma outra pessoa.
Será que seria uma pessoa melhor?
Será que você tenta me ver com você no futuro?
Ou será que você tenta me encontrar no passado?
Queria estar dentro da sua pele,
para eu poder ver como você me encara de verdade, sem nenhum vestígio de engano.
Se eu pudesse ser você por pelo menos alguns minutos.
Será que o sabor do nosso beijo seria mais amargo, ou seria mais doce?
Será que o nosso abraço ainda seria bem apertado?
Será que você vê as coisas da mesma maneira que eu vejo?
Será que a forma que você me vê, é da mesma forma como me sinto?
Queria ver através de você e achar uma percepção que se encaixasse com as minhas,  para que pudéssemos ver o mundo como o -nosso- mundo.
Será que isso em alguma realidade mesmo que paralela poderia ser possível?
Não sei.
Talvez eu esteja apenas criando duvidas insanas.
Talvez é o meu coração que deve estar cheio de minhocas na cabeça.


27 de junho de 2013

Sexo

Há um conflito contínuo quando nossos corpos se tocam. 
Um conflito com pequenos movimentos inconstantes,
criando uma intensidade estável.
A imaginação queima o cenário real incendiando o quarto. 
E antes que possamos abrir os nossos olhos,
nossos nervos se contorcem nos aprisionando na noite.
E mesmo que amanheça, eu poderia dizer tudo o que eu sinto,
e mesmo que eu diga tudo o que eu sinto por você,
eu poderia pedir pra você ficar também durante os dias.
Mas antes que eu possa permitir que você se machuque,
eu posso apenas me despedir com um beijo,
e manter as nossas emoções apenas debaixo dos lençóis. 
Emoções que escorrem na pele,
emoções que escorrem em forma de suor,
emoções que deixam os nossos ritmos cardíacos altos.
Pois não existe emoção mais intensa do que o orgasmo.
E antes que possamos ir além.
Antes que o amor queime toda a casa, 
destruindo toda a estrutura do nosso raciocínio.
Nós poderíamos apenas voltar para a realidade,
e manter nossos pés firmes no chão.
Antes que possamos ficar insanos,
poderíamos apenas gozar, 
se virar nos lençóis, 
e se abraçarmos nos sonhos.
Vai ser apenas sexo.
Mesmo que os outros achem isso uma desilusão.
Seríamos desiludidos satisfeitos,
preenchidos de prazer e paixão.
Você vai poder sempre voltar nas noites seguintes,
Pois não haverá sentimento algum que vai afastar você de mim.



24 de junho de 2013

Porre

Impulsos, explosões no tempo,
tudo de repente, tudo ao acaso.
Neste momento, aqui agora.
Ondas de tempestade na corrente sanguínea.
Em cada minuto,
em cada segundo,
as horas aumentam a euforia.
A ansiedade controla o caos e o domina.
Palavras impensadas,
palavras não ditas,
e palavras nunca antes ditas.
Agora você sabe,
o que eu pensava,
o que eu escondia.
Em apenas em um fim de semana,
em apenas uma noite,
em uma apenas garrafa de bebida.
Meus sentimentos por você ficaram com um teor alcoólico alto,
me fazem sentir mal toda vez que eu os ~sinto~,
hoje é apenas algo abstrato,
perco a consciência,
perco a noção da realidade,
em cada gole no gargalho.
E aos poucos tudo vai perdendo o seu sentido.

Você tem sido meu grande porre.



28 de maio de 2013

Euforia

Você tem sido um estimulante 
Transmitindo prazer sexual para cada célula do meu corpo.
Através dos neurotransmissores da paixão.
Eu poderia dar seu nome para algum dos meus neurônios.
Porque de fato você tem sido a maior responsável pelos meus impulsos nervosos.
Nossas sinapses se comunicam pelo toque e sedução.
Arrepiando a pele.
Aumentando a nossa reação química.
Inibindo qualquer estado de solidão.
Você é muito mais do que um simples -tesão-
É o amor em forma de imaginação viva.
Receptora das minhas fantasias.
Me beijando em um infinito qualquer.
Conduzindo minha corrente sanguínea.
Me venerando em um ego qualquer.
Agindo na minha mente como uma droga psicoativa.
Me abraçando em uma paz qualquer.
Você é a minha euforia.

23 de maio de 2013

O amor que vem e vai

Abri a minha porta e te convidei para entrar. Enquanto você cruzava suas pernas sentada no meu sofá, eu pude perceber a sua inquietude, olhando para o teto velho e rachado. Enquanto você balançava constantemente teus pés e juntava as mãos uma na outra, enquanto você deslizava as tuas mãos em teu cabelo. Notei o que eu realmente pudia causar em você. Eu não sei o que isso me causou certamente, mas a sua ansiedade era bem parecida com a minha. Assim pude perceber que havia algo em comum entre nós. Senti um frio na barriga -o que é irônico- pois era notável o clima quente vindo do teu olhos sobre os meus. O tic tac do relógio corria com as batidas do teu coração, -rápido- e eu pudia sentir de longe, mesmo lá da cozinha, meio distante, meio que me subiu um tesão. Não sabia muito bem o que te oferecer, então lhe servi uma bebida que combinava com a cor do teu batom.
Vinho tinto e boas conversas, estava quente, estava calor, o céu estava nublado, as nuvens estavam vermelhas. A noite estava como a paixão, pronta pra explodir, e os nossos corpos iriam ser como duas bombas relógio, poderia acontecer a qualquer instante. E aconteceu.
Beijos borrados de vermelho, vermelho meio vinho, vermelho meio sangue. Esse cenário meio mórbido, meio sombrio, meio que nos fascinou, nos levou ao desconhecido. Me perdi no teu pensamento em cada toque e movimento. A imaginação estava fugindo de nossas mentes, e invadindo o cenário real. E nossos corpos partiram para uma outra dimensão chamada -Intenso- Pude perceber finalmente, o quão teatral podia ser a paixão. Queima a alma, alimenta o ego, tudo ao mesmo tempo.
Mas quando eu menos esperava, pude perceber que uma noite poderia se tornar semanas, meses, anos. O tempo nos levou com ele e distanciou o presente, fazendo dele mero passado, deixando a nossa melhor noite apenas como uma vaga lembrança. A rotina cada vez nos afastava do nosso primeiro beijo, e no lugar dele o dia-a-dia ia preenchendo com ciúme e obsessão. O -bom dia- e o -boa noite- não eram mais sinceros. Beijos por beijar, sem vontade. O frio na barriga e a ansiedade se mudou do encontro para a despedida. Era o fogo se apagando, era a paixão colocando o real significado da sua palavra; Estava passando.
Poderíamos apenas termos ido embora, e cada um de nós simplesmente poderia ter seguido em frente, mas algo muito forte não nos permitiam seguir adiante, algo nos prendia: Nós mesmos. -Orgulho-  E ao final de tudo, ao invés de irmos embora, ao invés de eu abrir a porta pra você sair e voltar pra casa. Ambos fugimos pela porta dos fundos.
E assim você veio, e assim você foi.
Seu cheiro ficou aqui, se misturou com o cheiro de outras paixões, com as velhas e com as novas, se transformando em um perfume de lembranças, me dando um odor de pura saudade.
Muitos podem até dizer - Não foi amor, foi paixão - mas eu amei as minhas paixões. Elas se transformam em algo ilustrativo e inspirador, como esse texto.
É amor que vem e vai.

29 de abril de 2013

Madrugadas

Em volta de tanta gente,
mas por dentro a solidão,
tocando vários lábios,
em diferentes formas de tesão,
prazer desenhado em formas femininas
beijando o ego inflado,
olhos, toques, mãos.
As noites tem um teor alcoólico alto
cada garrafa uma desilusão,
engolindo tudo pelo gargalo.
E em cada esquina
algumas gramas de felicidade
acelerando os batimentos do coração.
Vagando de bairro em bairro,
seguindo as luzes da cidade,
que ilumina a escuridão
em busca de uma companhia que fique,
que sonhe comigo nessas madrugadas,
que não passe como uma paixão.
Uma nova esperança
um novo sentimento
tão quente quanto ao significado do intenso
e finalmente dizer adeus às fantasias.
Vou acordar com você do meu lado,
e ver que o passado se tornou cinzas.

"e que dure mais tempo que o tempo."


26 de março de 2013

Houve

Houve um dia, um dia que sonhamos,
e tudo que foi planejado, foi-se embora em meio aos dias,
entre tantas sensações, a saudade. Tudo; tornou-se cinza.
Pela fumaça do cigarro a ansiedade voou longe, assim como a brisa.
Tudo foi se tornando uma lembrança, como nossas fotos em fotografias.
Como um desenho, que você cria, que você imagina.
E antes de melhora-lo, você o pinta,
mostra para os outros, como uma obra de arte, você o admira.
E para ter novas ideias, e uma nova forma, você o termina.
E o guarda com outros desenhos, em uma pequena caixinha.
Onde está as saudades, onde está os erros e os acertos.
Juntando pó e teias de aranha junto com os nossos beijos
E o tempo somente vai aperfeiçoando sua ira.
Porque por mais que o tempo passe..
Sem mim, você sempre irá estar sozinha.

8 de fevereiro de 2013

Seguindo

Corações em lugares paralelos, distantes.
Eu aqui, e você do outro lado.
Noites sem fim, apenas eu e um céu estrelado.
Meio sem rumo, dirigindo na estrada.
Saudade, um sofrimento admirável.
Há um vento frio, e minha mente se cobre de paranoias.
Apenas o sabor do vinho me conforta e me abraça.
E agora apenas a lua brilha.
Pensamentos entrelaçados em um nó, juntos com o gosto amargo na garganta, cocaína.
A percepção aumenta, uma inspiração sobre a loucura.
Seu corpo fica gelado, repleto de euforia.
E assim eu vou rodando pela cidade.
Aos poucos, tudo vai ficando pra trás.
Vou seguindo em frente, nessa sensação de liberdade.
Sem olhar pra trás, com um suave toque de uma brisa.
E o tempo está passando, está correndo.
E quanto mais distantes ficamos, mais o meu mundo esfria.
E eu vou seguindo, seguindo.

“É o amor que faz o mundo girar. Se isso for verdade, então este mundo deve ter girado um pouco mais rápido enquanto você estava aqui” (CM)


25 de janeiro de 2013

Frieza

O inverno havia chegado, e mais cobertores foram postos sobre nós. Após um verão quente como a paixão, e a tranquilidade do outono, finalmente havia chegado o inverno, onde nossos corpos ficariam mais próximos. Para esquentar a frieza do clima.
E aquelas manhãs geladas, me envolvia em uma certa sensação de paz. Apesar da tranquilidade, aquele tic tac no relógio, me deixava um pouco inseguro. Algo estava errado, eu sabia que estava. Algo tentava me dizer que o tempo estava prestes a acabar. Dizem que: "A morte está escondida no ponteiro dos relógios" A qualquer momento pode ser a sua hora.
Apenas aquele frio acalmava meus pensamentos negativos.
"A geada, o vento, a música na sala, eramos apenas dois, em uma só alma"

Mas eu pude perceber, era como se eu estivesse sozinho, naquela cama, debaixo daqueles cobertores, eu não sentia mais você presente comigo. Você estava distante, fria, e o seu olhar já não era mais o mesmo.
Mas eu jamais conseguiria viver sem você. Eu não poderia perder você. Foi quando eu peguei em suas mãos, e deitei ao seu lado. Te abracei e perguntei: O que há de errado com a gente? O que aconteceu com nós nesses últimos dias?  Mas você não me dizia uma palavra, havia se tornado indiferente.
Foi quando meu inverno havia se transformado em uma tempestade de neve.

Tentei te segurar em meus braços, mas você não me olhava
Foi quando eu gritei, mas você não me escutava.
Foi quando eu lhe apertei suavemente, mas você não sentia nada.
Havia se tornado uma pessoa indiferente, fria, gelada.

"Um ano se passou, e eu lhe guardei na lembrança, enrolada num cobertor. Em um compartimento, junto com outras tantas lembranças, dentro do congelador. Eu pude te-la comigo, e finalmente eu pude consertar as coisas;  foi assim que conservei o nosso amor"

Eu queria tanto você junto comigo em dias de frio, que eu mesmo fiz um casaco com tua pele. Nada mais é distante ou indiferente. Você está em mim, tão perto e não importa o quanto. Você está aqui.

Moral da história: Jamais deixe sua relação esfriar.



16 de janeiro de 2013

Pensamento

E as horas não passam,
é como um roda girando, girando na minha cabeça,
não tem fim, não tem começo, apenas pensamentos,
e com o passar do tempo, eles vão tomando cada minuto de todo o meu tempo.
Tudo que sinto é aquilo que penso,
São pensamentos que me trazem alguma emoção, algum sentimento.
Pensamentos que passam do meu sistema nervoso para meu corpo,
que passam pelas minhas veias, 
que passam pela minha corrente sanguínea,
Percorrem dentro de mim até chegar no coração.
E isso tudo, é apenas o que penso,
é tudo que sinto.
É apenas escuridão.

Agora...
apenas tente ver em meus olhos, que você finalmente irá perceber que, 
eu simplesmente não estou ali.. 
Estarei distraído pensando em você.