30 de agosto de 2018

SINASTRIA.



Eu era apenas um tempo
Não havia alternativas
Nenhum contratempo
Tudo era tão linear e limitativo
Até que encontrei
O reflexo da beleza de Vênus
A Lua espelhou dentro de mim
Profundas necessidades de sentimentos
Mas eu estava no submundo
Refugiado dentro do meu inconsciente
Eu estava aprisionado na décima segunda mansão de Saturno
Eu era carne, eu era visceral
Eu era pessimista, eu era um animal
Me sentia iluminado mesmo estando em um estado de consciência obscuro
Mas eu fugi
Eu fugi de mim mesmo
E a chave que me libertou foi a luz que você irradiou
Iluminando minha consciência
O Sol refletiu a sua riqueza que estava escondida dentro de mim
Sentimentos foram moldados no luzeiro da noite
Você, Lua me fez prever a nossa união
Eu estava cego, surdo e mudo
Mas a minha mente ganhou a frieza de Mercúrio
E hoje juntos iluminamos a escuridão
Você, Lua me fez cuidar melhor da vida
De mim, e de nós dois.
Isso é uma mera poesia, não há muita inspiração
Mas escrevo desafiando Plutão
Pois com você
Só houve evolução e transformação.
Nosso espírito se tornou uma grande realidade cósmica
Somos um só
E hoje há várias alternativas de tempo
E eu vou viver e reviver outras vidas ao seu lado novamente, em outros estados de mente, espaços e tempos.
E esta é a nossa Sinastria
Que inveja os outros olhos
Por causa da nossa perfeita simetria
Eu te amo
Com a força do meu coração e da minha mente
Com a força do tempo que nós leva a viver a vida e reviver a morte
Eternamente.

16 de julho de 2018

Mercúrio nos termos de Saturno

"Eu tenho uma intimidade com a morte desde que me conheço por gente. Mas eu não sou daqueles que falam com espíritos e escutam vozes. Meu contato é diretamente com o corpo moribundo. Eu me formei para trabalhar na polícia forense de São Paulo. E eu passo os dias fotografando cenas de crime, e aqui na grande São Paulo, nesta cidade repleta de violência e caos, o que mais acontece é a morte, ela sempre visita os cantos mais obscuros e os mais improváveis da cidade, e eu? Meu papel é estar lá e colocar em evidência o seu trabalho pútrido e fétido. Transformo em arte a pele se desgrudando dos ossos, o cheiro se torna um perfume agradável para todos os tipos de vermes, e eu? Só estou ali pra deixar em evidência, fotografar, e pelo tecido e pela situação do corpo, analiso e calculo friamente o tempo que aquele corpo faleceu, calculo possíveis provas que podem solucionar algo muito mais sombrio que caminha ainda entre nós. Algo muito mais sombrio que a própria morte, um ser humano sádico que flerta com a insanidade, ser humano tolo, mal ele sabe que ele apenas é um peão para o jogo mortal da vida e da morte. E eu? Só estou ali para expressar minhas idéias que podem solucionar o motivo da morte. Para mim isso é banal, é rotina. Muitos me acham mórbido, mas alguém precisa coletar informações da morte para que de alguma forma, algum dia possamos desmascará-la. Eu já olhei para os olhos da morte, ela se disfarça bem, às vezes ela tenta me beijar, sorte que conheço já o cheiro de sua saliva e consigo me esquivar. Mas eu sou realista, eu sei que um dia, ela vai conseguir tocar meus lábios, e eu dormirei ao lado dela na eternidade. A realidade é nua e as pessoas tentam vestir ela com suas ilusões, eu prefiro deixar a realidade nua mesmo, por mais feia e suja que ela seja. Às vezes o pessimismo nos livra das fantasias mal elaboradas, pois além de nua, a realidade também é crua, muito parecida com os corpos moribundos que preciso fotografar, muitos já estão em carne viva, nus e crus, largados no esquecimento do tempo que mata todos. O tempo destrói tudo, nascemos, morremos e apodrecemos. E nada mais."

7 de junho de 2018

INÚTIL POESIA



Agora eu me mantenho em silêncio, já que você não está mais aqui
A luz da vela agora tem escuridão
O cheiro de incenso tem odor de enxofre
O quarto se despediu das almas
Até da minha própria
Só há uma carcaça aqui
Refém do medo
Doenças imaginárias
Ou não?
Realidade e paranoias de mãos dadas
Foi perdido o nosso selo
Nossas horas não estão mais interligadas
O tempo nos enganou
Oh que pesadelo
Os gatos andam pra lá e pra cá
Eles também não existem
São apenas fantasmas
Só há apenas um trago ilusório
Sem brisa, sem efeito
Em delirantes fumaças
Não há mais a canção dos ventos
Ventos que antes me acalmava
Agora há apenas uma neblina
E uma silenciosa trovoada
Névoas na minha mente desconectada
A comida não tem sabor
Calmantes não trazem descanso
Meus olhos refletem a minha alma perturbada
Nem a escuridão me aquece mais
Só há um imenso vazio sem fim
Em uma decadente estrada
O que vai ser de mim?
Nesta encruzilhada?
Nem o diabo vem me atormentar ao menos
A morte que me vigiava foi embora com você
Pois quando você partiu
Eu morri com sua despedida
Só há eu e uma sensação sombria
Sou uma solidão que afasta qualquer companhia
Nem choramos
Restou apenas o frio de uma alma sombria
Pois eu não respiro mais
Nem mesmo uma brisa
Sem você
Eu sou um parasita
Não evoluo
Não cresço
Morro aos poucos
Sinto o cheiro de carniça
Anjos e demônios
agora dançam
Sobre as minhas mãos que cria...
...esta escrita
Estas palavras que descascam a pele da minha fantasia
Este texto sem sentido
Esta inútil poesia. 

13 de abril de 2018

RECICLAGEM

"Eu vasculhei o passado e vi o tanto de lixo que eu acumulava, hábitos, situações, e até pessoas, mas não julgo nada e muito menos alguém, eu dentro de tanto lixo, eu também era um item descartado e agia como um vírus para sobreviver dentro das entranhas de outros vírus, e assim era a minha vida, um lixo. A imaturidade imperava em mim como uma entidade sombria que manipulava toda a luz que tentava brilhar no meu coração, e por muitos anos a escuridão tomou conta dos meus dias. E dentre tanta escuridão, eu era um ímã para qualquer coisa que fosse destrutiva, quando eu não magoava alguém, eu magoava a mim mesmo e vice versa, era uma hábito compulsivo inconsciente que me sabotava alimentando o meu ego, e assim foram anos, vivendo em mundo sem futuro, vivendo no apocalipse, onde todos eram mortos vivos, um se alimentando da mente do outro, para alimentar a sua fome por poder e controle, por orgulho e vaidade. Eu quero pedir perdão a todos que magoei, eu assumo a minha parcela de culpa, fui tolo, irresponsável, imaturo, cruel, mas não foi intencional, pois eu estava em um mundo moldado por uma ilusão em que tudo que eu fazia estava certo, e o mal venceu durante muito tempo em minha vida, mas eu acordei da Matrix, a qual eu mesmo criei e digo a todos: Eu espero que todos vocês encontram um caminho de luz assim como encontrei e que mesmo eu ter achado uma luz, é necessário todo dia fortalecer a chama para que ela não se apague novamente, desejo que saibam se equilibrar em um mundo tão regredido como o nosso. O caos e a ordem, a guerra e a paz, a luz e a escuridão, sempre vão estar presente, não somente no mundo exterior, mas principalmente no mundo interior, dentro de nós, lutem, superem os medos, vão além da dor, buscam uma cura, peçam perdão para todos aqueles que magoamos, mas ao mesmo tempo não espere que todos vão te perdoar, eu sei, o rancor ainda impera na maioria das almas, saibam que eu paguei e ainda pago pelos meus pecados, é necessário aceitar consequências para purificar o espírito. Eu perdôo a todos que me fizeram mal, pois sei que não estou libertando vocês da minha mágoa, eu mesmo estou me libertando de mim mesmo, abrindo a prisão dos meus ressentimentos e deixando todos eles no passado, estou os destruindo, estou destruindo até as próprias ruínas. Eu estou renascendo, eu estou me reciclando"

- Bruno Bernardes

18 de março de 2018

Criatura da Noite

O sol nasce para mim quando anoitece
Eu só sou luz quando está escuro
A noite têm suas criaturas
E eu sou uma delas
Eu flerto com a hora grande
Eu entendo o olhar de uma coruja
Não há segredo que o mistério consiga esconder de mim
A minha intuição aflora e aguça
E a minha percepção alcança níveis sagrados
Mesmo que seja de uma forma obscura
Eu caminho entre os condenados
Eu me transformo na própria loucura
Eu posso parecer a ferida de seus machucados
Mas eu estou aqui somente para te oferecer uma cura

Somente sob o luar que minha alma acorda e dança
Ela dança com a noite e com a lua
Somente sob a noite que minha alma canta
Ela canta como um lobo feroz uiva

E eu sou um espirito que se biloca entre mundos
Ao mesmo tempo que estou aqui
Eu estou do outro lado de universo
Voando, rastejando e observando todos os submundos
Eu existo além
Para mim, no mundo não existe muros

Eu sou como um vagalume
Eu sou a luz dentro da escuridão
Que bilha e te dá a percepção do vislumbre

Eu sou como a tarântula
Que vive no subterrâneo
Que sente a vibração dos perigos em minha volta
Envenenando a luz falsa do ser humano

Eu sou como a coruja
Eu voou no oculto
E não revelo o que há em meu olhar
A sabedoria flerta com o meu intuito
E a intuição ilumina o que está escuro
Me fazendo conhecer tudo que você não conhece
Pois eu não existo apenas neste mundo
Pois eu sou a observação
E não falo uma palavra sequer, nem um sussurro
Eu sou a reflexão
Eu olho dentro de mim mesmo e dentro de você
E guardo pra mim todos os seus segredos
Tanto mais belos, quanto os mais sujos

Eu sou criatura da noite
Por mais que eu pareça estranho e solitário
Eu sou a transparência e a sinceridade
Eu sou um bicho noturno
Por mais que às vezes...
eu não deixe transparecer a luz que existe em mim
Eu sou essencialmente translúcido.












26 de fevereiro de 2018

Pelas cordas das arpas que os anjos tocam, a inspiração me invade violentamente. Os caminhos que eu trilhei onde somente o meu ego e minha ignorância gritavam intensamente. Hoje são os caminhos que destruo, aplicando o caos sobre o próprio caos, destruindo as minhas próprias ruínas. Lidando com as consequências que eu mesmo criei, me olhando de verdade agora no espelho, vendo o meu verdadeiro reflexo daquilo que eu fui, e percebo o que eu sou agora não reconhece o que eu era antes, pois como no romance de Oscar Wilde, o retrato de nossa alma vai se tornando cada vez mais monstruosa toda vez que decidimos saciar os pecados que excitam a nossa carne. Carne que nasce tenra, porém vai se tornando podre e imunda toda vez que sujamos a nossa alma.

O meu quarto era pintado de luxuria e estupidez, era vermelho, escuro, onde demônios dançavam ritualizando as minhas perdições. As paixões eram mescladas de compaixões dissimuladas. A ilusão que nossas almas eram puras, a realidade nos mostra que elas têm feridas, elas sangram e sujam, e somos nós mesmos que a sujamos com nossos erros e pecados. E quanto mais nossas almas sangram, mais nossos filhos sentem a dor que sentimos, por meio da conexão do amor com a alma, de maneira subconsciente através da mente e do coração que se entrelaçam no universo cósmico.

Mundos que instigam nossos medos, aqueles sentimentos que estão ocultos dentro do nosso inconsciente invadem a consciência, nos dando ataques de pânico. Emoções que jazem lá embaixo, mas que estão perto do céu. O universo tenta nos equilibrar, e a cada sacudida que levamos; nossos tremores e medos invadem a nossa alma, e finalmente nos ajoelhamos e enxergamos nossos erros, e com a morte na beira de nossa cama, começamos a rezar. Mas será que é a morte que nos leva deste plano? Não!  É a morte que nos deixa mortos por dentro, com aquele vazio, que agora sem ela dentro de nós, o vazio fica ainda mais imenso e intenso, porque além do vazio, agora tem o medo que nos assombram com o desconhecido?

E assim muitos se apegam aos caminhos da fé.

Velas são acendidas, preces são ditas em um tom de lamento. Cada lágrima que cai, os anjos levam as nossas mensagens aos deuses, e lentamente vamos abrindo a percepção de nossa mente. Lentamente vamos enxergando um plano superior ao nosso, e ficamos desejando a nossa elevação. Mas o processo dói e machuca a alma, porque a ferida que nós mesmos causamos nela, está lentamente se cicatrizando, a cura complexamente também dói, principalmente a cura das feridas de nossas almas. E choramos de joelhos, mas todos devem saber que são lágrimas divinas de arrependimento, estas sim remetem os sentimentos mais verdadeiros, pois até o amor vem da dor.

Muitos não escolhem este caminho, porque ele é estreito demais. Porque dói demais, porque o orgulho entre outros pecados não permite que o ser humano evolua. Muitos culpam Deus, ou o Diabo, mas na verdade eles são somente o reflexo de nossas ações, a linha divina santa nos eleva para o Dharma, a linha da esquerda reflete o nosso próprio Kharma, que serve como equilíbrio para que nossa missão se cumpra neste plano. Só depende de nós mesmos se vamos regredir ou evoluir. Muitos riem daqueles que procuram ajuda nos caminhos da fé, mas não existe nada mais humilde e belo do que um ser humano arrependido disposto a mudar e curar as feridas que ele mesmo causou em sua própria alma.

E agora eu estou aqui escrevendo através destas palavras para instigar um medo que reside em você. Para buscarmos o mistério de todos e de cada um de nós, pois agora eu vivo verdade por verdade, dente por dente. Jazendo aqui embaixo, mais perto do céu.

- BRUNO BERNARDES

15 de fevereiro de 2018

Mentalizem


A imagem pode conter: noite e atividades ao ar livreA loucura é apenas uma narrativa que se encarrega de buscar verdades que muitos não encontram em uma sociedade mesclada de hipocrisia e normalidade. Minha mente examina profundamente as beiras da loucura para que minha vida decifre os terrores psicológicos e espirituais que rodeiam o meu corpo e a minha alma, afastando e lutando contra o mal que se disfarça de boas pessoas e boas situações. Apesar de eu parecer um fruto de uma fantasia perturbada e distorcida para muitos, normalmente para aqueles que não estão em evolução, na verdade eu sou uma missão a ser cumprida por algo muito maior do que eu mesmo, mesmo que exista vários de "mim mesmo", A irrealidade ou o impossível se materializa em planos específicos do meu subconsciente, e pelo meu pensamento eu mentalizo aquilo que eu quero que se torne realidade. E tudo aos poucos vai se tornando tudo real. A mentira se torna verdade, o mal se torna benevolente, e o ódio se transforma em amor. Na verdade a fantasia é o fruto que faz brotar a realidade. 


MENTALIZEM.

13 de fevereiro de 2018

Mente, Caos, Impulsos, Lapsos.


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A noite pulsou o caos, a complexidade das energias e das emoções alheias serviram como gatilho para eu atirar em minha própria consciência deixando ela pesada e estilhaçada com o impacto. E a pólvora sujou a imaginação, e a auto sabotagem sabotou as engrenagens da minha mente, causando um curto circuito entre o espaço e o tempo que se perdiam e se atrasavam dentro do relógio que marca o tempo do meu corpo, espírito e alma. As sinapses perderam o freio e eu perdi o controle por um período. Agora estou aqui colocando novamente os parafusos que caíram da minha cabeça em seus devidos lugares, porém uma mente sã: às vezes precisa de um pouco de insanidade pra ela expandir a sua percepção