28 de novembro de 2016

Império

Melodias obscuras
Olhares intimidadores
Máscaras que caem
Almas nuas e cruas
O banquete dos controladores
Peles que se descolam
Não há nada belo
Só a carne e os ossos expostos
Aqui não há mentira
Não há escuridão nos olhos
Só a verdade que é servida
E ela machuca
Ela é maligna
Trouxemos com nós os nossos alter egos
E então dança a nossa megalomania
Os olhares trocados se tornam perversos
Toca alta e intensamente a melodia
Corpos vão se atraindo
Bocas se mordendo
O excesso é serventia
Dentes vão rasgando cada fantasia
Sexo e visceralidade
Luxúrias aos moldes de Calígula
Amor e brutalidade
Cada orgasmo reflete a nossa mente narcisista
Paixão e bestialidade
Cada toque mesmo que seja suave,
Tem uma dosagem alta e doentia
A violência também nos excita
Ela acelera nossas sinapses
Liberando a dopamina
E através da mesma
Ela liberta a nossa Ira
Um pecado, ao orgasmo ele nos guia
E cada nervo atrofia
O nosso corpo, por prazer e dor, ele grita
E o jantar está finalmente posto a mesa
E as nossas carcaças pútridas, são as principais iguarias
E belamente nossas almas flutuam
Fazendo amor em outras dimensões divinas
Cada corpo que eu tocava
Cada alma que eu satisfazia
Era somente para alimentar o meu ego
O poder e o controle eu conduzia
Minha vida era um decadente império.
Por: Bruno Bernardes