28 de setembro de 2015

Conquista

Algo me desperta na madrugada
Será a ansiedade súbita?
Ou o barulho do vento,
que na alma minha ruptura?
Não sei ao certo
Me sinto acordado
em sonhos despedaçados.
Apenas sinto
São como devaneios fantásticos.

Maravilhosas brisas obscuras
Ouço uma canção distante
Será que é deste mundo?
Ou é apenas o canto das corujas?
Então eu me levanto
E cada vez mais que me aproximo
A canção me guia sem destino
Estou vagando sobre pensamentos infestados de loucuras.

Estou em busca de algo desconhecido
Talvez eu esteja indo encontrar comigo mesmo
Me reencontrar em linhas que formam o raciocínio
Ou talvez a linha que separa as coisas
Foram cortadas pelo meu punho assassino.

Apenas procuro uma única resposta constante
Que eu deva aceitar
Que aonde quer que eu vá
O caos sempre me espera e de forma simpática,
sempre me aguarda com um brinde de champanhe
E eu tomo tudo no gargalo visceralmente cada gole
E cada instante

O tempo deixou de existir
Agora tudo se segue em uma linha atemporal inconstante
E eu estou apaixonado
Meu coração se encheu de euforia eletrizante
Pois aqui a loucura não passa de mera genialidade
Aqui eu tenho o poder e o controle
O domínio sobre tudo que pode me causar algum tipo de maldade.

Estou acima da cadeia alimentar
Venham jantar comigo
Aceitam este convite como uma mera casualidade
Vamos praticar a gula
E os excessos da gravidade
Sem se importar com que acontecerá na realidade
Pois a única realidade, vai ser quando estivermos todos mortos.
Quando a morte vier e putrificar a nossa imagem.

Ninguém sabe do amanhã
O destino ou algum gênio do mal
Sempre vai impactar com imprevistos
Conspirar de forma surreal
As horas não vão passar
E o tempo de hoje
Será desperdiçado
E o acaso vai nos devorar.

E o destino não perdoa quem não viva a vida
Ele destroça e nos deixam expostos em carne viva.

Viver hoje,
é o único jeito de alcançar o amanhã
é a única maneira de obter a suprema conquista.


25 de setembro de 2015

Reflexão Aleatória

"TEXTO REFLEXIVO ALEATÓRIO DA MADRUGADA."

"Intenso"

Aprendam: A vida é como o clima do tempo, podemos até prever se amanhã irá fazer sol ou não, mas pode ser que venha uma tempestade. Aí podemos perceber que a vida é realmente uma caixinha de surpresas.
Mas nem sempre é uma caixinha embrulhada em um bonito papel de presente, às vezes pode ser uma caixinha de pandora.
E o caos vem testar se podemos ser firmes ou não diante de uma situação que devemos nos mantermos com os pés nos chão, mesmo que as situações em nossa volta pareçam ser um ciclone destruidor.

A vida na verdade é uma inconstância atemporal que não podemos controlar.
É aquela famosa montanha russa de emoções. Um dia tudo pode indicar que sua vida virou de ponta cabeça.
Mas no outro, pode ser um passeio reto com uma brisa suave e um vento no rosto nos acalmando do nossos anseios.
A vida são climas perdidos no tempo que não tem mais data certas para ocorrerem de fato. A única constante é a inconstância.
Devemos abraçar nossos corações a fim que nossa mente não se abale psicologicamente com o medo do que há por vir.
Temos que estar sempre preparados para inevitável.

Ao meu ver; - O mutável é inevitável, os horizontes mudam. Hoje faz sol. Amanhã chove. Só cabe a nós aprendermos de uma vez por todas a nos adaptarmos à realidade. 

20 de setembro de 2015

Soneto - O Baile

"O Baile"

No baile da meia noite lhe convidei para dançar,
Mal eu sabia que no meu destino você seria uma colisão,
E nossos corpos se transformaram em um ritmo de matar,
Seus olhos queimavam meu olhar iluminando a escuridão.

Todos em nossa volta se tornaram imagens distorcidas, 
Era como um sonho e não queríamos mais despertar,
O ritmo de seu corpo indicava animalescas fantasias,
E foi quando a música parou e meus lábios começaram a te beijar.

Seus dentes cravaram em minha língua afiada,
Seu olhar revelou o seu eu verdadeiro e se escureceu,
E eu caí em sua magia serpentina envenenada.

Diante de teu encanto brilhantemente diabólico.
Me apaixonei para sempre.
Meu coração pecou no infinito do teu baile erótico.

- Bruno Bernardes



19 de setembro de 2015

Soneto: Mon amour, mon ami

"Meu amor, minha amiga."

Meu amor e minha amiga.
Você é uma metade que completa minha existência,
Você é uma alma em carne exposta e viva,
Os nervos atrofiados indicando orgasmos em evidência.

Seu beijo é doce como veneno,
Seu corpo é um complexo paradigma,
Somos um só em um universo intenso,
Somos o inferno e o céu fazendo rima.

Eu danço nas pupilas do seu olhar.
Suas pupilas se dilatam ao me ver.
Você agora é fogo no meu mar.

Eu te afogo queimando suas fantasias,
Eu gosto de matar você aos poucos,
Somos os assassinos e as nossas vítimas.

- Bruno Bernardes

18 de setembro de 2015

Soneto - O Jantar

O Jantar

Era nosso aniversário de casamento
Lhe servi um jantar à luz velas
Pois sabia que ia lhe causar encantamento
E então foram feitas promessas

Meu desejo era fazer você me você desejar
Te degustar em cada prato servido
Beber enquanto admiro o seu olhar
Olhar seus olhos negros com tom sombrio

Já você me olhava sem expressão
Você parecia fria e distante
Talvez era a chegada de uma escuridão

Somente queria expressar minha forma romântica
Enquanto eu estava sentado no lugar mais alto da mesa
E degustando pedaços de você em pratos de porcelana.


- Bruno Bernardes.

13 de setembro de 2015

Sentimentos industrializados.

Verdades mal ditas.
Mentiras muito bem contadas.
Pessoas que se substituem umas as outras,
como peças descartadas.
Para quem leva a vida como um jogo.
Sabem muito bem que cada movimento,
será uma boa e genial roubada.
Então sempre procuram vencer,
com infinitas cartas na manga.
E doa a quem doer.
A casa sempre ganha.
O jogo é sujo.
E sentimentos são apenas ferramentas
que usamos para simulações de consumo.
O olhar que engana.
A língua que afia .
Frases muito bem digitadas.
Em uma rede de mentira.
As jogadas sempre mudam.
E as mudanças sempre se movem.
E os movimentos sempre são mortais
Como um ataque de um animal peçonhento
Uma vez que ingerida a ferocidade
O efeito é preciso
Pois a precisão é um veneno.
Para quem leva a vida como o jogo.
Sabem muito bem que o amor é uma ilusão.
Não há ganhos, não há maldade.
Apenas há o ato de fugir.
E esconder-se da realidade.
Para quem leva a vida como um jogo.
Sabem muito bem.
Que qualquer lugar é em vão.
Não existe palavras sinceras.
E nem pessoas com coração.
É tudo uma mentira bem moldada.
Fabricada de uma forma tão perfeita.
Para parecer tão real como uma verdade.
Só que a aparência sempre engana os fatos.
Todos dançam na mesma sala.
Todos dançam os mesmos passos.
É tudo ensaiado
É um jogo.
É um teatro.
Todos sentem os mesmos sentimentos industrializados.
Nada é real
Nada é essencial.
Todos que estão aqui.
Vieram de embalagens.
A paixão, o amor, o ódio, a raiva
Tudo é industrial.
O afeto,
o carinho,
a bondade.
Tudo é superficial.


2 de setembro de 2015

A hora mais sombria

A noite quente devora os dias frios
a madrugada é o espaço entre esses dois tempos
ela não é fria e nem quente
ela é suavemente confortante
ela me protege dos monstros do rio
que alagam em meu corpo
de forma animalesca e cortante.
Meus lábios fazem um brinde ao sombrio
minha boca me leva ao um ato delirante
e finalmente tomo minhas vinte gotas de Rivotril.
O tempo é abatido com um tranquilizante
em minhas mãos o tempo caiu
agora eu o esmago até ele sangrar
como meu coração que se partiu
ao bater mil vezes por segundo
enquanto minha pele se estremecia
e a perseguição era uma mania
enquanto tudo era uma alucinação
as aberrações que eu via
me encarando a espreita em cada esquina
animais despedaçados que me seguiam
em cada avenida
me mordiam
me arrancam a mandíbula
me deixavam morrendo aos poucos
fraco e frágil num chão sujo e podre
exposto a carne viva.
Mas eu parei o tempo
para escrever essas palavras queridas
para lhes dizerem
o que a ansiedade cria
ela cria crises em dias felizes
e os transformam em dias de luto e tristes
é como estar morrendo subitamente num segundo
e logo após alguns minutos
sua alma flutua voltando a vida
você sufoca
logo depois
você respira.
Mas eu parei o tempo
enquanto eu engolia
sessenta miligramas
de Paroxetina.
E consegui controlar
a hora mais sombria.