9 de outubro de 2016

Infância.


Andando pelo bairro abandonado
Ruas desconexas, encruzilhadas.
Ouço vozes que sussurram o passado
Bocas que tentam gritar, mas estão costuradas.
Agora tudo é vazio e vago
O vento se torna uma brisa
Onde o mesmo se mistura com meus pensamentos
Sinto uma sensação sombria
Mas uma sensação que conforta os tormentos
Eu gostaria de voltar no tempo
Onde a minha mãe me dizia que nunca ia embora
Mas eu estou aqui no mesmo lugar
Não há mais ninguém, apenas o frio do vento.
O bairro que era florido
Progrediu-se para o caos
Agora está aos moldes do apocalíptico
O vento fica ainda mais violento
A cada minuto que se passa
Fazendo voar o meu sentimento
E por fim me encontro
Nesta nostalgia devastada
E me paraliso no segundo deste momento
E percebo que as coisas não mudam
Elas deixam de desistir
Elas desparecem no vento
Eu gostaria de voltar no tempo
Onde a minha mãe me dizia que nunca ia embora
Mas eu estou aqui no mesmo lugar
Não há mais ninguém, apenas o frio do vento.
Voltando de lá, percebo que estou seguindo em frente.
O que é complexo, pois não se precisa voltar pra seguir adiante.
Mas eu estou voltando no tempo como eu quero voltar
Mas no momento em que consiste nesse exato instante.
E assim sigo
Sem olhar pra trás,
Preciso apenas superar o fato que tiveram que me abandonar.
Logo percebo meu devaneio
Eu estou sozinho, mas eu me sinto bem em estar.
Eu não estou mais com medo.
Bruno Bernardes.