26 de julho de 2014

Stalker

Você pensa que me segue
Mas sou eu quem te persegue
Logo a frente de você
Meus olhos também se mechem.
Eu finjo que não sei
Eu finjo que você não está ali
Assim eu vou levando você
Aonde eu quiser
Pra cá, pra lá e aqui.
Só observo
você me observando
enquanto eu te observo
Mas mal você sabe 
que você caminha
no meu próprio inverno
Aqui é frio
Aqui é gélido.
Mania de perseguição
Ás vezes não é mania
Às vezes você me segue
Inconscientemente 
Desejando novamente
Ser só minha.
Você está me seguindo
Você escolheu assim
Mas eu que escolho o caminho.
E eu posso te conduzir
Até a escuridão
O que houve com você?
O amor se tornou obsessão?
Me siga enquanto eu mesmo te levo
Dentro da sua própria confusão.
O espaço se tornou pequeno
Entre nossos passos
Enquanto você está calculando
Eu já cheguei aos resultados.
Você me segue
Mas mal sabe
Que sou eu que te persegue
Que te conduz para o caminho que eu sigo
Você não sabe que eu sei que você me segue
E assim eu te controlo
E é assim que se fere.
Quem um dia já te feriu
Implantando uma desilusão
Dando pra você a ilusão do controle
Fazendo você sentir 
Uma infeliz preocupação
Continue me seguindo
Continue caminhando comigo
Entre as ruas do meu coração.
Coração qual você fez o sangrar
A dor do sentir 
E a dor do amar.
Mas continue me seguindo
Pois tenho um lugar especial pra levar você hoje a noite
Preparei as ferramentas
E já programei pra tocar a sua favorita canção
Já me certifiquei que ninguém vai nos ouvir
Iremos fazer amor como nos velhos tempos
Apenas continue me seguindo
Até o meu porão.

"Às vezes a mania de perseguição não é mania,
 às vezes há alguém te seguindo em cada avenida, 
atrás e através de você,
respirando bem de perto, 
quase congelando a sua espinha"

18 de julho de 2014

Feliz?

Estive refletindo por alguns dias durante a noite, coloquei em ordem alguns pensamentos e depois os baguncei novamente
Porque por mais que procurei uma forma de ver a realidade, depois de tantas noites perdidas no tempo, descobri que aqui na loucura há mais sanidade do que lá fora no mundo aceito como normalidade.
Em um mundo, onde quase todos buscam a felicidade constantemente, todos os dias, todos os minutos, todos segundos e milésimos no tempo. E não percebem que vão ficando cada vez mais loucos, por buscarem algo que jamais conseguiriam alcançar permanentemente. E quando algo ruim acontece, todos perdem a cabeça.
Todos buscam um momento feliz que dure na eternidade, mas esquecem que somente a morte pode nos oferecer isso. E alguns dizem que a morte é apenas o começo.
Tudo vira fumaça, e em um milésimo de segundo mudamos de pensamentos. Tudo está em constante mudança, o tempo destrói tudo, o tempo é terremoto, é furacão, destrói o presente para criar o novo, para termos capacidade de buscar recomeços. Tudo é apenas momento. Felicidade é apenas tempo, é apenas momento. Como saber o que é felicidade sem saber o que é a tristeza? Como encontrar a luz no fim do túnel, sem antes passar pela escuridão dele?
No caminho que escolhemos percorrer, se há felicidade como destino. Lembra-se que nesse caminho, terá pedras, poços bem fundos, túneis intermináveis, e becos bem escuros. E quando você alcançar o que te realmente te deixa feliz. Você vai simplesmente parar de viver e não buscar outras felicidades?. A felicidade entre tantos túneis escuros, montanhas enormes, entre tantas encruzilhadas, a felicidade também é um lugar em que passamos. Isso não significa que quando chegarmos ali, vamos parar. Se pararmos é como se parássemos no meio da rua, esperando um treminhão nos atropelar, um treminhão cujo também deve estar cheios de pessoas dentro dele, também buscando a felicidade. O tempo não para e devemos seguir com ele.
E todos os sonhos que sonhamos, apenas ficam nos sonhos.
Refletir sobre a felicidade, já é um ato saudável, e ser saudável é ser feliz.
Estou em um momento feliz questionando a felicidade.
Pois questionar as coisas nos faz bem. E o que nos faz bem, nos fazem felizes.
Mas tenho em mente, que terei outras realidades para enfrentar.
Outros caminhos para chegar.
Não serei eterno aqui nessas linhas.
Somente um verso da minha alma deixo escrito aqui nessas entrelinhas.
E quando amanhecer eu vou perceber, que encontrei um pouco de paz.
E talvez um dia, se chegarem aonde eu estou.
Talvez até lá eu já tenha alguma companhia.
Uma boa companhia para buscar a felicidade junto comigo.


"E quando amanheceu, percebi que na escuridão,
podemos encontrar uma luz, quando precisamos.
E se permanecemos demais na luz, quando caímos na escuridão,
ficamos perdidos, perdemos o rumo.
Ficamos insanos.
Na loucura podemos controlar a nossa loucura,
se equilibramos"


A Saudade

Entre as minhas idas e vindas.
Em algum lugar no meio delas, você se perdeu.
Desapareceu em meio a neblina.
Partiu para um outro caminho.
Seguiu para uma outra avenida.
Evitando os becos escuros que eu te perseguia.
Deixou-me só em uma encruzilhada.
Na encruzilhada da nossa despedida.
Perdemos o controle e mesmo assim eu não percebia.
Que se eu não fizesse nada. 
Do meu mundo logo você fugiria.
E você se foi.
Deixando o nosso universo em cinzas.
Agora te abraço sem te tocar.
É como se você estivesse em outra dimensão.
Me vigiando.
Lembrando.
É como se você estivesse num lugar do passado.
E nossas lembranças são como uma máquina do tempo que nos fazem viajar através de nossos pensamentos.
Unindo nossos corpos em um brilhante e complexo sentimento.
Lembranças que fazem mundos colidirem. 
Fazendo nossos corações terem uma explosão cósmica.
Criando um luar que ilumina nossas noites antes de dormir.
Fazendo as estrelas brilharem em nossas janelas trancadas pelo medo.
Unindo nossas almas mesmo que em universos paralelos.
Nessa imensidão escura que se escondemos.
Lembranças que vagam no espaço como meteoros.
Somente esperando um lugar e tempo exato para colidir.
Fazendo nossos abraços se encontrarem.
Talvez.
Talvez encontrar uma fenda no tempo que estamos distantes.
Mas ainda estamos em queda nessa atmosfera de lembranças.
Lembranças que nos trazem uma unica sensação.
Essa sensação de estarmos perdidos no espaço.
Na distância que criamos entre nós
No espaço que criamos entre nós.
Estamos longe, distantes.
Um vácuo de mágoas se manisfestou entre nós.
Eventualmente nos afastando um do outro.
Nem ao menos eu sei se você sente o mesmo.
Mas eu sinto.
Eu sinto algo.
Eu sinto a saudade.
De você.


Entre tanto espaços, entre tantos universos.
O nosso acaba de ganhar o nome de Saudade.

15 de julho de 2014

Hysterical Literature

Você pode beijar a esposa de alguém e escapar. 
Você pode beijar alguém do mesmo sexo sem punição. 
Você pode dar um beijo incestuoso sem ser pego. 
Você pode até mesmo beijar de língua um cachorro.,
Ou trocar carícias com ratos de laboratório. 
Mas você não pode beijar a morte sem que ela te beije de volta. 
A morte beija apaixonada.
Eu estarei dentro de você, como um amante. 
Eu te beijarei por dentro, e você vai sentir um calafrio. 
Você vai sentir seus pelos ouriçarem em suas coxas, e arrepios em sua espinha. 
Eu te guiarei até a minha cama despedaçada.
E deitaremos nela aninhados nos braços um do outro.
Ou pelo menos enquanto você ainda tiver braços. 
E mesmo então, quando você for mera poeira, eu continuarei verdadeiro.
Eu sou a morte, e quando eu te amo, é pra sempre.
Para sempre.



12 de julho de 2014

Sábado à noite

Uma noite de sábado.
Um sábado à noite.
Meus olhos, embaçados.
Sejam bem-vindos a minha corte.
Fantasmas assustados.
Vultos na alma.
Inexistente trágico.
Sem companhia.
Sem cigarro.
Sem festa doentia.
Sem álcool .
Sem nem mesmo uma bebida.
Apenas o abstrato.
Ironicamente.
Gosto daqui.
Da minha presença.
Meu rosto num quadro.
Pintando minuciosamente o ego.
Belo e bem dilacerado.
Meu olhar que brilha no eterno.
Belo e bem pintado.
As lágrimas que um dia irei chorar num cemitério.
Na minha peça de teatro.
Onde eu mesmo dirijo as cenas.
O drama em tom variado.
As com fantasias sangrentas.
E as com beijos desvairados.
Faço os efeitos em câmera lenta.
Faço de mim o meu próprio espetáculo.
Mesmo que não tenha publico.
Ninguém na cadeira sentado.
Mesmo não existindo mais nada.
Eu danço no espaço
Pois...
Tenho tudo o que eu preciso.
Nesta noite de sábado.
Eu tenho eu...
e a mim mesmo do meu lado.

9 de julho de 2014

Abraça-me

Te abracei até esmagar sua coluna torácica.
Forte ao ponto de minhas mãos torcerem seu lombar.
Fazendo os fragmentos de teus ossos...
quebrarem como copo de vidro em um romântico jantar.
Evidências em minhas mãos em torno de você do meu DNA.
Ricochetando o teu coração tornando-se instantaneamente fatal.
Ao ponto de você loucamente me amar.
Ficas-te catatônica.
Sem chão, sem ar.
Teus olhos pararam de orbitar.
A rua era escura
E não havia luar.
E enquanto teus olhos observavam o meu olhar.
Você se encantou.
Tentou dizer algo.
Tentou falar.
Quase sem folego.
Mas eu apenas te disse:
Calme, abraça-me!
Não adianta gritar.
Fugir.
Correr.
Porque...
Do amor, não há como escapar.


5 de julho de 2014

O primeiro encontro #2

Ouça o relógio pendular.
Chegou o momento no tempo que ele resolve parar.
Pois você chegou como um vulto negro na noite.
E agora está aqui comigo assombrando o meu coração.
Me contando histórias de assassinatos em série.
Pregando peças em nossas mentes para alertar a atração.
Sua pele pálida como um fantasma deixa transparecer o desejo que soa em seus olhos azuis.
Seu corpo grita pelo meu.
Eu sou o fogo que consome em chamas tua pele gelada como morta.
Fazendo você se sentir viva.
Seu pés movem junto ao meus.
Você gruda em mim enquanto o vento entra pela cortina.
O teor do prazer aumenta.
Penetro inteiramente em você.
Deixando expostas as suas mais secretas fantasias.
O sangue bombeia acelerando o nossos corações.
Deixando teu tesão exposto como carne viva.
A noite se torna madrugada entre furacões.
Você não esperava pela minha vinda.
Agora está perdida nos labirintos do meu selvagem.
Da minha imagem sombria.
Tentando se encontrar em você mesma.
Sendo que eu sou a própria saída.
E você se encontrou dentro mim.
Abraçou-me suavemente cansada.
Pernas entrelaçadas.
Sensação confortante doentia.
Abraçou-me caindo em sono profundo.
E sonhou com a minha companhia.
E em meus sonhos.
Eu podia te chamar de minha.
Primeira noite com nossas bocas secas de vinho tinto.
Foi tragicamente linda.