25 de setembro de 2012

Irreal


Acordado em uma noite sem lembranças. Somente eu e o calor da noite. Apago as luzes, todas as luzes da casa. Janelas abertas e o vento suave invade o calor como um fantasma. Apenas trazendo um equilíbrio. A luz do abajur de repente se ascende, um arrepio sobre a pele, um toque que a gente sente. As cores mudam, pensamentos flutuam. As obscuridades da alma parecem me dar uma luz nesta solidão. O céu e as estrelas invadem o teto do quarto. E sem mais sem menos toca as batidas do coração. A paixão se aproxima. Tudo parecia tão distante, mas o tempo todo tudo e todos estavam aqui. Aqui, bem dentro de mim.

O céu se torna cinza e vermelhado, como sangue. Uma explosão de cores diferentes em um só momento. E finalmente percebo; E nada é real. Somente o gosto impregnado de láudano com absinto em meus lábios. Fantasias que entraram pela minha boca e chegaram até o cérebro. Agora tudo está saciado pela leve brisa da imaginação. Como uma fumaça de cigarro que desaparece pelo ar.  E as horas se tornam intensas. Se revirando em lençóis, como se estivesse afogando em um rio selvagem. Levado pela correnteza. Sua sobriedade se afundou dentro de você mesmo.

Nunca houve um abajur colorido, nunca houve um céu com estrelas e nem um vento suave, muito menos uma casa. A paixão se aproximou, mas ela é passageira e sempre está de partida. Só há você e sua mente. Você está sozinho.

A paixão se aproxima. Tudo parecia tão distante, mas o tempo todo tudo e todos estavam aqui. Aqui, bem dentro de mim. - E finalmente percebo;  nada é real.