13 de setembro de 2015

Sentimentos industrializados.

Verdades mal ditas.
Mentiras muito bem contadas.
Pessoas que se substituem umas as outras,
como peças descartadas.
Para quem leva a vida como um jogo.
Sabem muito bem que cada movimento,
será uma boa e genial roubada.
Então sempre procuram vencer,
com infinitas cartas na manga.
E doa a quem doer.
A casa sempre ganha.
O jogo é sujo.
E sentimentos são apenas ferramentas
que usamos para simulações de consumo.
O olhar que engana.
A língua que afia .
Frases muito bem digitadas.
Em uma rede de mentira.
As jogadas sempre mudam.
E as mudanças sempre se movem.
E os movimentos sempre são mortais
Como um ataque de um animal peçonhento
Uma vez que ingerida a ferocidade
O efeito é preciso
Pois a precisão é um veneno.
Para quem leva a vida como o jogo.
Sabem muito bem que o amor é uma ilusão.
Não há ganhos, não há maldade.
Apenas há o ato de fugir.
E esconder-se da realidade.
Para quem leva a vida como um jogo.
Sabem muito bem.
Que qualquer lugar é em vão.
Não existe palavras sinceras.
E nem pessoas com coração.
É tudo uma mentira bem moldada.
Fabricada de uma forma tão perfeita.
Para parecer tão real como uma verdade.
Só que a aparência sempre engana os fatos.
Todos dançam na mesma sala.
Todos dançam os mesmos passos.
É tudo ensaiado
É um jogo.
É um teatro.
Todos sentem os mesmos sentimentos industrializados.
Nada é real
Nada é essencial.
Todos que estão aqui.
Vieram de embalagens.
A paixão, o amor, o ódio, a raiva
Tudo é industrial.
O afeto,
o carinho,
a bondade.
Tudo é superficial.