5 de novembro de 2015

Inexistente

É a décima vez que venho aqui tentar transformar mais um porre em poesia
Mas talvez desta vez eu consiga
Porque talvez as bebidas que bebi nem eram bebidas
Talvez era eu mesmo me auto destruindo
De forma cataclísmica
Talvez eu nem tenha ido a lugar algum
Talvez tenho que aceitar que minha mente já está enlouquecida
Talvez eu não fui para as avenidas
Nem para os bares de esquinas
Nem para as ruas
Talvez todo mundo que vi e conversei
Nem mesmo existia
Talvez minha sanidade desistiu de mim
E ela mesma disse:
Basta! É o fim da linha.
É, nem sei mais o que escrever
Nem o que sentir
Minhas veias
E minha mente
Estão completamente entorpecidas
Nem sinto mais minha voz sair
Nem o sangue bombear
Nem a minha corrente sanguínea
Estou ao um alarme da linha que separa as coisas
Me tornei tênue entre um homicida ou suicida
Talvez nem seja eu mesmo escrevendo essas palavras distorcidas
Em péssimas colocações e rimas
Talvez nem seja eu mesmo que esteja aqui
Talvez eu esteja morto
E estou perdido entre realidades dissociativas
Em dimensões entre os transtornos
Que me transformaram numa pessoa sem vida
Talvez eu além de estar ouvindo coisas
Além de eu estar vendo coisas
Talvez eu também esteja escrevendo coisas
Que nem mesmo exista
Talvez eu esteja distante daqui
Talvez eu me deixe flutuar
E desista
Eu estou aqui?
Ou é apenas mais uma de minhas personalidades
Que amanhã não vai mais existir?
Talvez eu esteja virando fumaça
E entre espaço e tempo estou à comprimir
Entre tantas pessoas e tipos de gente
Estou me tornando o pior de tipo de todas
Aquela pessoa que aos poucos vai tornando-se inexistente.