30 de novembro de 2015

Vícios

Fumei a sua brisa
Te amordaçando conforme sua fantasia
Você fez de mim seu carrasco
E eu fiz de você minha vítima
Agora trocamos fluidos corporais
Enquanto a chuva cai violentamente 
No vidro do carro destruindo os para-brisas.

Cheirei a sua euforia
Criando sensações de poder
Acelerando as sinapses 
Da sua mente distorcida
Agora eu a toco 
Agora você é minha
Enquanto eu te toco por dentro
E libero toda a sua dopamina.

Injetei o prazer dentro de suas veias
Criando uma paz intranquila
Atemporal 
Horas perdidas
Visceral
Mentes vazias
Carnal
Corpos e almas realizando fantasias.

Bebi você
Te devorei viva
Me alcoolizei 
De tanto provar o sabor
Do liquor 
Da sua vagina
Explodi você de dentro pra fora
Você gozou cada sensação pervertida
Você me explodiu de dentro pra fora
Gozei na sua língua.

O sexo é o nosso vício
O paixão libera a nossa selvageria
O tesão é o nosso declínio
O amor é a tortura e a carnificina
A nossa vida é um crime de homicídio
Pertencemos um ao outro
Somos a imagem perfeita refletida
Um ato teatral
Que mostra a nossa aura narcisista
É poético e ao mesmo tempo brutal
Somos dois corpos em uma só alma ninfomaníaca.