27 de agosto de 2014

Luz fluorescente

Era mês de julho e fazia frio
Estávamos com os batimentos cardíacos a mil
Felizes
Como se não houvessem tempos sombrios
Seu toque, sua mão suave sempre em minhas mãos
Seu cheiro impregnado no meu colchão
Seu olhos claros sempre iluminava o quarto
Sempre iluminava a minha escuridão
Mas era exatamente isso que me atormentava
Você invadiu um espaço de grande risco
Tentou mudar os móveis dos lugares
Tentou mudar meus hábitos regulares
Você pegava fogo no coração
E enquanto no meu só havia o frio de um violento furacão
Você queria tomar controle de mim
Você queria me possuir
Enquanto eu só queria a minha solidão
Você queria me engolir
E foi assim que de dentro de nós libertou-se a destruição
Palavras em descompasso
Ruínas de bom agrado
Eu precisava tirar você da minha vida
Enquanto você
Ah você, você queria se tornar parte da minha carne viva
Eu tentei ser elegante
E pedi educadamente para você partir
Mas você não quis
Preferiu me intervir
Suas emoções instáveis arrancou sua fúria de dentro pra fora
Tentando conspirar a minha piedade
Mas quando isso acontece
É a minha fúria aflora
Entramos em agressão
Revolveres escondidos foram expostos brilhando na imensidão
Socos
Tapas
Arranhão
Caos entre dois corpos
Sem desejo nem sedução
E foi quando aconteceu
Lutando contra seu amor possessivo
Na nossa sala de jantar
Em baixo do nosso belo lustre de luzes claras
Foi quando saiu o primeiro e único tiro
Atravessando sua veia carótida
A sua cabeça e seu crânio
Seus gritos, e seu ultimo suspiro
Para o meu ouvido soava como ópera
O sangue voou ao lustre
Envermelhando todo o ambiente da mansão
Ficou tudo vermelho
Como um alarme dando alerta de um perigo iminente
Exigindo evacuação
Mas eu fiquei ali, e me senti finalmente eu mesmo novamente
Complexamente me senti por completo
Pois complexamente você me deixava incompleto
Teu sangue agora era espetáculo
Era como luz vermelha fluorescente
Era como a festa te levando em forma de morte
Mas era apenas seus miolos espalhados para fora da sua mente.