13 de agosto de 2014

Alta tensão.

Pavio longo, calmo e sereno.
Mas ligado a uma terrível dinamite.
Tudo que desmorona me atrai.
Como chuva e vento.
Tudo que destrói, faz minha mente ascender.
E ela me ilumina.
Me levando ao fogo.
Me levando as explosões.
Eu sou o ascender de fósforos e jogados na gasolina.
Ao alto do prédio eu sou a bala de um franco atirador.
O caos me encontrou e foi amor a primeira vista.
Enquanto muitos rezam ao senhor.
Eu sou aquela bala que atravessa  muros, portas e janelas.
Eu sou a bala perdida.
Aquela que machuca por dentro.
Aquela que sem mais sem menos vai expor a ferida.
O primeiro passo para me conquistar é tentando não me conquistar.
Pois sou guiado pela conquista.
Eu sou aquele que vai controlar.
Porque o amor já está em ruína.
Porque eu sou um ser humano.
Nada diferente da maioria.
Nada diferente de todos vocês.
Somos todos cheios de ira.
Fomos moldados por um Deus.
Numa era passada e esquecida.
Agora estou sempre acordado.
Evitando ser a próxima vítima.
O mundo é lindo
Cheio de belas vistas.
Mas ridicularizado por nós mesmos.
Mas o mundo não acaba.
O que acaba é somente a vida.
Estamos aqui só de passagem.
E em breve estaremos de saída.
E até lá, eu vou ser eu mesmo.
Eu vou ser a imagem que Deus me fez dele.
Um guerreiro narcisista.
Um líder com uma sede insaciável de conquista.
Até lá eu vou observar tudo cair.
Porque eu fui feito assim.
Eu sou feito de fogo e cinza.
Eu só quero ver tudo explodir.
Eu quero sentir o cheiro da chacina.
Quero ver tudo cair.
Eu sou assim, eu mesmo.
Moldado com intensidade.
Alta tensão infinita.