12 de julho de 2014

Sábado à noite

Uma noite de sábado.
Um sábado à noite.
Meus olhos, embaçados.
Sejam bem-vindos a minha corte.
Fantasmas assustados.
Vultos na alma.
Inexistente trágico.
Sem companhia.
Sem cigarro.
Sem festa doentia.
Sem álcool .
Sem nem mesmo uma bebida.
Apenas o abstrato.
Ironicamente.
Gosto daqui.
Da minha presença.
Meu rosto num quadro.
Pintando minuciosamente o ego.
Belo e bem dilacerado.
Meu olhar que brilha no eterno.
Belo e bem pintado.
As lágrimas que um dia irei chorar num cemitério.
Na minha peça de teatro.
Onde eu mesmo dirijo as cenas.
O drama em tom variado.
As com fantasias sangrentas.
E as com beijos desvairados.
Faço os efeitos em câmera lenta.
Faço de mim o meu próprio espetáculo.
Mesmo que não tenha publico.
Ninguém na cadeira sentado.
Mesmo não existindo mais nada.
Eu danço no espaço
Pois...
Tenho tudo o que eu preciso.
Nesta noite de sábado.
Eu tenho eu...
e a mim mesmo do meu lado.