10 de junho de 2011

Ressaca

Sinto cheiro de vinho nos meus lençóis, poucas recordações. Noites alucinantes que eu venho tendo nas ultimas semanas. Lembro das luzes que passavam sobre meus olhos, quando eu estava dormindo no banco do carro em movimento, aquelas luzes dos postes, que iluminava meu momento ébrio. É uma lembrança surreal, alguém segurava as minhas mãos, mas não havia ninguém ali mais. Eu ouvia vozes me dizendo palavras sobre amor, mas ninguém falava ali mais. Se eu lembrasse por todos eu lugares que eu passei, com todas as pessoas que eu conversei, abraçei e beijei, se eu lembrasse, eu não iria sentir essa sensação de tranquilidade, essa doce ressaca, que me faz querer fazer amor com qualquer pessoa que me ame por algumas horas, que seja paixão, sexo ou até mesmo absolutamente nada, prazer por prazer. Eu lembro das fumaças coloridas e dos rostos embaçados, dos sorrisos desenhados em minha direção, não muito bem alinhados, mas estavam ali, de alguma forma tentando aquecer meu coração. Eu, quando bebo sou mais ou menos assim: “Eu sou um pulsar. Sou um corpo celeste, incandescente em franca colisão com algum planeta desconhecido de uma galáxia distante. Uma tragédia iminente” Nasci assim, vivo a minha vida nos exageros. Preciso tocar, provar, cheirar, engolir, ouvir, enxergar e transcender, ir alêm dos limites. Eu preciso estar acima de mim mesmo, mesmo sabendo que hoje é apenas um domingo solitário de ressaca.