3 de outubro de 2014

Apaixonados.

Mais uma noite eu não poderei me recordar
A noite está com um bafo horrível de álcool
E de sexo o quarto está infestado
Teu corpo como uma cadáver
Pálido
Magro
Gelado
Esquenta o meu quente coração
Impulsa o meu orgasmo
Marcas de batom com tons de ilusão
Seus pés com unhas vermelhas
Suas nervos atrofiariam
Deixando expostas suas veias
Em teus pulsos as marcas das algemas
Formando em prazer uma cadeia
Dois animais peçonhentos
Como aranha e escorpião
Fazendo você ser a minha presa
Na minha teia
A escrava que o carrasco deseja
Enquanto nossos corpos conduzia a sedução
Os anjos nos viram, nos observaram
Eles cantaram
O belo foi desenhado na imensidão
Os anjos caídos sobre nós, eles cantaram
Gritaram
Ao ritmo das batidas do coração
Do meu do e do seu
Entoaram os anjos caídos
Um cântico do pecado
Em ritmo de dois corpos em espaços sombrios
Acordamos nas ruínas de nossas fantasias
Nas ruínas de garrafas destruídas de vinho
Mas acordamos bem
Tendo um ao outro
Caídos em prazeres furiosos de um céu nublado
Porém divino
Ao mesmo trágico
Dois organismos físicos em um espaço
Dois mundos cheios de abalos sísmicos
Dois mundos entrando em colapso
Almas em uma forma de um nó
Em forma de um laço
Interligados
Dominados
Como uma transfusão de sangue
Nos doamos um ao outro
Orgasmos
Como um casal que matam todos
Quando estão apaixonados.