4 de novembro de 2020

DISFARCE

 DISFARCE

Eu vou apagar todas as luzes
fechar todas as janelas
vou devorar todos os vagalumes
vou quebrar ao meio todas as velas
e vou fazer um pacto com a imensidão
criaturas irão tomar formas
e finalmente serão belas
irei me alimentar de hábitos nocivos
vou flertar com almas ébrias
e me divertir
com elas

Vou me apagar
muitos temem a escuridão
mas poucos sabem
que ela pode ser um disfarce
uma roupagem
de ocultação da exuberante luz
luz que me enlouquece
que me queima e que me arde
vou abraçar a ilusão
e no escuro e durante eclipses
serei um camaleão
as almas aflitas que me perseguem
eu vou deixá-las entrarem
mas elas vão me tratar como um anfitrião

Eu só tenho que tomar cuidado de não me tornar o que elas são
isso é a complexidade de encontrar paz e luz interior
dentro da sua própria escuridão

No mundo, entremundos, em um tempo cheio de contratempos
onde o minuto que se atrasa, avança para mais um alarde
as almas danças na hora grande ao som de seus próprios lamentos
mas aqui, eu serei um ótimo disfarce.


- Bruno Bernardes


Escrevi esse texto com o Sol conjunto a Acrux na casa da magia (Casa 03), esse texto é mágico, insano e psicografado, o Sol rege a Casa 12, seus raios de luz são enviados para a casa mais escura do gráfico. É dia da Lua e é horário da Lua (o inconsciente veio a tona), o Sol acabou de sair da Casa 04, está renascendo e voltando dos mundos dos mortos. E no momento, eu sou um deles. Um corpo celeste em queda nos cosmos.