6 de junho de 2014

Vermelho

O vermelho é a cor da paixão. 
Assim como também é a cor do teu sangue 
na parede, 
no chão.
No relógio,
no tempo,
no teto, 
no criado mudo,
nos travesseiros,
e no colchão.

O vermelho é a cor da paixão. 
Assim como também é a cor do teu sangue,
nos lençóis,
na cama,
e em minha mãos.
Na escrivaninha,
no abajur,
no teu perfume...
que impregnou na escuridão.
E em nas nossas fotografias,
nas nossas lembranças,
manchadas pela nossa destruição.

O vermelho era a cor da paixão.
Mas como poderíamos saber?
Que isso nos levaria a loucura e a obsessão?
O único verdadeiro amor permanece pra sempre.
E hoje eu te mostrei a evidência que comprova minha conspiração.
Mesma estando manchada de sangue.
Mesma a escrita demonstrando verdades e contradição.
Não deixei você partir por aquela porta.
Não deixei que nossos beijos afiados por paixão...
Desaparecesse nas promessas que não cumprimos.
Não deixei que tudo fosse em vão.

O vermelho era a cor da paixão.
E agora eu te abraço intensamente.
Sobre o brilho da minha lâmina
Corpo a corpo, peito a peito.
Respiração com respiração.
Nos libertando da dor eventualmente.
Sobre o obscuro do céu sem luar.
Prendendo a sua alma em meu coração.
Deixando todo o sangue jorrar.
Deixando que nossas almas flutuam no infinito
Num eixo de tempo sem direção.
Agora somos a luz que ilumina o sombrio.
Entrelaçados em alguma paz de outra dimensão.

O vermelho era a cor da nossa paixão.