19 de junho de 2014

Bebedeira

Às vezes as noites tem um teor alcoólico alto.
Que nos deixam alto sobre as estrelas.
Que desaparecem na imensidão de nossas mentes.
Um universo único onde flutuamos dentro de nós mesmos.
Um mundo girando do avesso enquanto a tempestade cai dentro de você.
A felicidade escondida entre as nuvens vermelhas alarmando uma forte chuva.
É a forma mais belamente metafórica de dizer que aquele momento ali no tempo é apenas uma ilusão.
Porque quando a chuva cai, você se molha e se perde em becos escuros.
A boca seca sedenta por mais um gole de autodestruição.
A visão embaça como um espelho de carro na chuva.
Você encontra pessoas que nunca viu nesse vida.
Talvez irreais, amigos imaginários ou não.
Palavras doces mas por dentro infestadas de veneno.
Enquanto você vaga na sua própria confusão.
Aos poucos você vai se perdendo no tempo.
Aqueles flashes conhecidos como apagão.
Você se esquece no próprio esquecimento da sua lembrança.
Você se acha o dono do mundo.
Sendo que é o mundo que se tornou dono de você.
Te controlando através da sua fraqueza.
Com um copo atrás do outro.
Te fazendo cada vez mais cair em tentação.
E por fim seus olhos se fecham.
Você cai.
E finalmente você está em paz, num sono construído de solidão.
E quando você acorda de dia.
Você percebe que mesmo que esteja fazendo sol.
Você finalmente reencontrou a escuridão.
A ressaca por fim é sua única companhia.
Que te abraça.
Que te arrasta.
Que te corrói.
Destruindo a sua moral aos poucos.
Cuspindo na sua cara enquanto você está imóvel no chão.
Enfim a realidade finalmente torna forma.
Você olha para todos os lados.
E percebe: Que você esteve sozinho nesse tempo todo.
Você recupera a sua percepção.
E consegue finalmente perceber.
Que qualquer forma de fugir da realidade.
Só vai fazer você encontrar a perdição.