14 de novembro de 2013

Rotina

Hoje não deveria ser hoje Amanhã não deveria ser amanhã Ontem não deveria ter sido ontem A dilaceradora rotina Que mata o tempo Tempo que assassina os minutos Minutos que tortura cada segundo de minha vida
Matando a mim mesmo Meus vícios se viciaram em mim Minhas emoções quebraram o gelo, o transformando em paixões. Paixões que me queimam de dentro pra fora Agora eu sou o meu próprio despertador E eu me tornei uma bomba relógio
Eu poderia explodir o mundo, se eu pudesse A rotina fria e calculista
Que planeja metodicamente o meu assassinato
A cada manhã que levanto no tic tac do despertador
Já imaginando o tanto de melancolia no cobertor
O sangue já espirrado na parede do meu quarto Em forma de um coração sem amor
O tempo tornou-se sádico
Tornou-se a minha dor
E na parede suja velha, um tom forte avermelhado
Uma tragédia com traços bem desenhados.
Aquelas olheiras ao sol Aquele mórbido olhar sem expressão Já preparando um café amargo Saindo de casa com a mesma companhia de sempre
A ansiedade manipuladora e malvada Que sussurra no meu ouvido
Querendo sempre voltar logo para a casa
Querendo voltar sempre para o mesmo lugar Para repetir e repetir Novamente e novamente
A mesma morte de todas as manhãs
No despertar sombrio Na mesma rotina que levo
Perto de uma cova rasa. Com a sensação que um dia tudo poderia mudar
Mas que nunca muda Mas que nunca acaba.