21 de julho de 2013

Fenda no tempo

Sonhávamos alto demais.
Voamos alto como dois passageiros em um céu distante.
As palavras e as promessas eram incertas.
Eram obscurecidas como uma noite sem estrelas.
Nossos corpos juntos, tinham o sabor do desconhecido.
Éramos como uma planeta ainda não descoberto.
Mas semelhante à Vênus.
Tanto quanto pelo amor, tanto quanto pela paixão.
Era tudo tão misterioso, tão excitante.
Estávamos distante de tudo e todos.
Mas estávamos seguros, estávamos salvos.
Formávamos a nossa própria constelação.
Estávamos flutuando em nosso próprio universo.
Naquele momento do tempo, pelo menos era isso o que mais importava.
Mas mal sabíamos que sonhar alto demais poderia nos elevar à uma altura que poderia nos fazer perder o controle e a noção.
Teríamos que passar por uma forte turbulência de emoções.
E agora seria difícil colocar novamente os pés no chão.
Mas os beijos e os toques eram tão suaves e calmos.
Como poderíamos saber que a noite e o seu calor,  poderia se tornar uma manhã fria cheia de desilusão?
Se tivéssemos pensado nos contratempos, não teríamos perdido tanto do nosso tempo.
Nosso amor se perdeu no espaço, e se colidiu em uma fenda no tempo.
Aterrissamos em um lugar vazio e tudo se tornou um mero passado.
Estamos em um lugar que costumávamos sempre estar, mas agora não há ninguém aqui.
Nem eu, nem você.
Apenas pequenas lembranças insignificantes.
Lembranças que logo serão devoradas por criaturas que o tempo trás e as apaga.
Restando apenas um buraco negro em nossos corações.