8 de agosto de 2012

4 paredes

Entre quatro paredes, em um lugar sem janelas. Longe da luz do dia, distante do brilho do luar.  Ninguém irá conseguir ouvir seus gritos. Pode gritar, grite bem alto. Suplique por amor. Eu quero que você prove, sinta o gosto, sinta o sabor. O sabor de como é ser desejado, de como é ser tratado como um Deus. Torturas entre dois corpos, desejos entre duas almas. O coração bate mais forte e mais rápido, a ansiedade toma conta. Você caiu na minha teia, prisioneira da minha imaginação. Tudo que eu quero é seu pescoço, e tudo que você deseja são minhas mãos apertadas sobre eles, suas pupilas dilatando, sem suplicação.

A realidade está em guerra, só lhe restou o som dos tiros, das armas sobre o poder de fogo. Bombas e explosões. Assim como a violência da nossa paixão, a tempestade vai destruir horizontes, o vento irá varrer as montanhas para o alto, tudo se se tornará um ‘nada’ no céu. Invisível e branco. Tudo deixará de existir. Restará apenas o nunca e o infinito. E através do sempre e do presente, o único momento que importa é aqui agora, eu e você.

Através da maneira do como você me olha, prova a existência de uma verdade. Através da maneira que você me diz “eu te amo” prova a existência do infinito. Sonhos compartilhados entre dois corpos dilacerados por uma doentia paixão. Dependemos de como respiramos perto um do outro. Não há fumaça mais sufocante como a do fogo de nosso mundo. Um pouco de luz, cheiro de vela, beijos e escuridão. A noite podia durar pra sempre, somente nossos corpos, e nossas almas flutuando entrelaçados no fantasia e na sedução.