14 de abril de 2017

ANORMAL

Andando pelas ruas cinzas
Procurando bares
Aonde tenha más companhias
Vou vagando sem saber aonde ir
Prostitutas me param oferecendo prazer
Enquanto o sangue de uma ainda está cheirando a seco no ar
Uma que foi degolada uma noite anterior
Noticias suspeitas que se falam na rua
Não sei se é verdade ou mentira
Um caso que foi ignorado
E o medo anda com uma foice assombrando os becos escuros
Mas ao mesmo tempo sinto que isso me excita
E que acorda meu demônio interior
Ah esse demônio que me colocou nos braços de uma delas
Tão bela e tão profundo o seu olhar vazio
Me sugou a alma
Fomos na suspeita rua em que uma delas antes fora assassinada
E fizemos sexo a sangue frio
Porém quente como o inferno
Enquanto eu a penetrava
Encostamos nossos corpos
Em uma parede rubramente pintada
E sentimos o cheiro ainda da pele grudada
O sangue seco ainda no chão
Pedaços ainda ali jogados numa vala
Sobre nosso corpos em profundo êxtase e tesão
Quando percebemos
Era tarde demais
O orgasmo prendeu nossos corpos com algemas
E gozamos ali mesmo
Mas não podíamos negar
Nós sabíamos
Nós tínhamos acabado de fazer amor com a morte
Notei que ela se excitou mais do que o normal
Percebi o quão maravilhosa é a mente humana
São todas doentes e conectadas a tudo que é genial
Eu me despedi dela e segui o meu rumo sem direção
E percebi o quão sou anormal
Mas pela primeira vez eu dei um momento de felicidade
Ao meu coração