15 de março de 2017

CARNAVAL

E foliam a libertinagem
E a ilusão se infesta na cidade
Solitário que assim como eu, 
O meu 'outro eu' fica à espreita
Aos confins da espionagem
Em busca de uma presa
Esperando alvos vulneráveis
Até que vítimas sejam incontáveis.
Há algo na lâmina
No pedaço de madeira que faz o crânio abrir
Tem haver com uma emoção
Não sei como se sentir
Só sei que sinto
É o carnaval de sangue
É belo, eu danço, transpiro
O cheiro de morte e sexo
Eu respiro.
E as máscaras alheias eu as retiro
Desgrudando a pele de seus belos rostos
Eu as moldo como um belo vestido
Criando molduras e interfaces
Conecto-as
E pela a vaidade eu as visto.
Danço no meu carnaval sem folia
Mas danço alegre sorrindo
Risadas que exaltam a minha euforia
Há corpos por toda a parte
É o bloco que passa pelas linhas do meu raciocínio
Fazendo com que a psicose beije a esquizofrenia
Todos dançam em frenesi a meio do obscuro e sombrio
Que alegria!
Mas eu estou consciente de tudo que está acontecendo
Eu simulo, sorrio e finjo
E assim é o carnaval
Cheio de mentiras e ilusões
Nada é real
Tudo é parte de um show de pessoas sem corações
É tudo teatral
É falso
Como um sorriso de um assassino em série
É banal
Sem valor algum
É irreal.
- Bruno Bernardes.