28 de janeiro de 2014

Uma noite in(tensa)

Parte 1:
Mais uma vez a noite conspirou, pirou
O teor do álcool era mais alto que as estrelas
E tudo girou, girou
Aos poucos a parede da realidade desabou
Deixando apenas as ruínas da confusão
A intensidade foi tomando conta das horas, minutos e segundos
A a noite já não era apenas noite
Agora era uma imensa imensidão
Intensa e tensa, cheia de tensão
Palavras tortas e olhares sem expressão
Flashes sem nexo e sem ligação.

Parte 2:
E tudo tornou-se insano
Beijos com um toque de escuridão
Corpos embriagados e sujos
Línguas molhadas e sedentas de tesão
Terríveis passagens entre as maravilhas
Sobre o chão de nossas vísceras
Transcendendo a mais obscura fantasia
Onde acaba a noite e começa a madrugada
Que entre suspiros você gemia
Nos meus lençóis se contorcia
Onde a noite te devorava
Onde o teu nervo atrofia
Enquanto você já gozava
Quando o fogo somente se ascendia.

Parte 3:
E no paralelo de uma estrada
Estávamos leves, fora de nossos corpos
Flutuando como fantasma
Nem pele, nem ossos
Somente a alma
Se trocavam tristes palavras
Teus olhos claros mas cheios de escuridão
Pós-erótico, cheios de lágrimas
Teu lábios ecoava uma depressão
Sobre o teu sentimento abstrato
Irreal e sem fato
Onde a verdade não se encontra no ato
Mas duvidas são uma obra de arte
E elas ficarão desenhadas num retrato
Ficarão guardadas na noite
Como estrelas no espaço
Com a esperança de um dia ser demonstrado
Um crime teu que eu mesmo terei que desvendar
Até que tudo esteja provado
Até eu poder dizer: Você nunca vai me controlar
Para que o nosso caso nunca esteja encerrado.