6 de novembro de 2012

Livre

Estado de desespero, desesperadamente procurando novas emoções. Mas nada se sente, nem mesmo o toque dos seus lábios sobre os meus, nem quando você me beija e me abraça. Distante da realidade, as horas engolem os minutos, e os segundos devoram a minha mente. Perdido em pensamentos, todas as noites, penso como posso perder todo esse tempo pensando em você. Como eu pude pensar tanto e não sentir mais nada? Talvez seja apenas saudade.

Saudade das cores do dia. Os dias são como uma estrada durante a noite, onde as luzes dos faróis dos carros se misturam formando cores fortes e intensas, causando um momento surreal. Cores que passam através de mim, como se eu fosse um fantasma. É como se eu nem mesmo estivesse aqui. O vento é a única sensação que me conforta, é como um abraço suave e afetuoso num dia de verão colorido. E todas as madrugadas, quando chego em casa, a realidade está lá me esperando, e todas as cores se tornam cinzas, num tom bem escuro, que me completa.

As paredes se fecham dentro dos meus sonhos. E meus pensamentos ficam esmagados, e de repente, eu posso sentir a brisa do sol lá fora, e abrindo os olhos eu vejo; um novo lugar. Lá fora há um novo lugar, que nem sei ao certo onde está, mas está lá. Sinto, agora eu sinto. E percebo que os mundos, o meu e o seu, não se colidem mais. Estamos em universos diferentes, nem eu e nem você podemos conseguir saber onde nós estamos. Você se foi e ambos não pudemos mais nos sufocar. Aqui eu posso sentir o vento, e respirar o ar.

Aqui eu me sinto completamente livre.

"By coming home"