28 de outubro de 2011

Infinito

Circulo entre os dias e as noites que passam, meio dormindo, meio acordado, sentindo a imensidão das emoções que meus pensamentos transmitem ao meu corpo. Me sinto como se estivesse caindo uma tempestade dentro de mim e ao mesmo tempo sinto o sol aquecendo cada batida do meu coração, coração aflito e inquieto.

 Existem sorrisos de pessoas que é ao mesmo tempo também é o meu sorriso, me sinto feliz ao perceber que o afeto sobre algumas pessoas me acalma, e é tanta ansiedade que as vezes acho que meu coração e todas as minhas veias vão explodir de dentro pra fora, mas existe aquele certo e doce momento que um só sorriso cura minhas angústias, e então eu volto a respirar.

 Circulo sobre a minha casa cheia de móveis, enfeites e porta-retratos, mas cada cômodo que passo sinto aquele vazio entrando em meu corpo, até chegar nas minhas entranhas. Doce momento vazio, meu pensamento fica congelado, fico com a sensação que o mundo lá fora não existe mais, que no mundo e no universo só existe eu e a minha casa, somente eu e o cômodo, somente eu e os móveis velhos e as lembranças dos portas-retratos. Sinto como estivesse indo para o paraíso, o vazio, ás vezes, engole a alma.

O inverno nunca vai embora e a primavera nunca chega, preparo um café para esquentar o meu coração, mas não sei fazer um café que não seja amargo. Danço ao som do relógio, de segundo em segundo, me congelo no meu pensamento, no tempo, um momento de solidão com sabor de paraíso, imagino e logo desejo, o infinito. O tempo passa lentamente e a noite se recolhe e pulsa o dia, é o momento precoce que rompe com a escuridão.

Se iludir, criar escolhas, subir em crenças, afundar em rios, cair em cascatas. Velocidade, calmaria, águas claras, resistências. Vou pelos destinos que me abrigam, circulo, entre matas, que se fecham. E a vida circula em doces sensações, perfeição… em asas da libélula, laço do escrito. Lasso no Infinito.