22 de março de 2015

A estrada

Na estrada, somente eu e as luzes
a cada lâmpada que eu passo
elas transparecem o meu vazio
eu deveria estar morto?
há alguém me seguindo?
Minha vida se colidiu com o além
meu mundo me levou ao desconhecido
minhas mãos não tremem mais
minha mente não está mais insana
minha alma flutua em algo calmo e tranquilo.
E então eu vou dirigindo
sem saber para onde eu estou indo
sentido em meu rosto a brisa da ventania
sem rumo e sem destino
apenas seguindo em frente
sem olhar pra trás
o passado agora queimou e há somente cinzas.
Talvez eu tenha encontrado a minha paz
mas eu ainda sinto uma escura sintonia
minha mente está em um processo sagaz
meu coração está batendo devagar
quase não o sinto em minha pele que está bem fria
eu não quero perder nenhum momento dessa viagem
estou aproveitando cada aura sombria
as sombras dançam sobre as luzes dos postes
e a solidão me faz companhia.
Eu estou só nesse caminho
não há encruzilhadas e nem esquinas
só há um reto contante destino
eu não sinto mais meu coração bater
não há mais calor e nem o frio
eu vejo uma luz finalmente
eu devo ter chegado ao paraíso.