19 de maio de 2011

Sobre a Verdade



Quando parece que é mentira, é porque é verdade. Os filmes, os livros e as músicas, são frutos da imaginação humana, retratos da realidade criadas dentro da nossa cabeça, simulações as vezes utópicas da vida ‘como deveria ser’. Pensando assim, a gente se acostuma a achar que, para sermos felizes, temos que aceitar essas mentiras e fazê-las verdades genuínas. Os mais sabidos, inclusive, dão-se por satisfeitos ao resignarem-se com a idéia de que a ignorância é pré-requisito pra felicidade e que, como ‘seres superiores’ que são, não se vêem passíveis de serem acometidos por esse sentimento, mesmo sabendo que ele está por ai, em todo lugar.
Está nos filmes, nos livros e nas músicas, mas não está dentro de nós. A gente lê e relê mil vezes, assiste, grava e revê, ouve a música em volumes ensurdecedores na vã tentativa de capturar esse sentimento, nem que seja so por alguns segundos, nem que seja só um pouco. E quando parecemos estar sentindo, nosso mecanismo de auto-desesa, programa-se para fazer com que a gente ache tudo aquilo não passa de um placebo, uma doença da alma, uma doença sem cura.
Aí, há uns 3, quase 4 meses atrás, eu que sempre fui sabido, cético e conformado com a finitude do amor, com os limites do que se sente ávido defensor do individualismo, vi tudo mudar perante os meus olhos, e não estava na TV, no papel e nem no meu aparelho de som. E, definitivamente, não é de mentira. Tão verdade é que hoje eu vejo tudo diferente, pois não tenho mais cortinas na frente dos olhos.
Hoje eu vejo, que os filmes, os livros e as músicas não estão ai por acaso. Eles são manifestações concretas de momentos em que o homem conectou-se com o divíno, que paira no ar, mais é invisível aos olhos. São fragmentos de pequenos milagres operados por mãos trêmulas, imperfeitas, e pecadoras. São imagens de um destino do qual a gente precisa estar em constante procura, até o fim dos nossos dias.

Digo isso por que encontrei o meu.